Animação francesa de temática delicadíssima, Minha Vida de Abobrinha acompanha a história de um garoto que, após causar acidentalmente a morte da própria mãe, é enviado a um orfanato. Lá, encontra crianças que, assim como ele, praticamente desconhecem o que é amor ou amizade e que, em muitos casos, também vieram de lares desfeitos por tragédias familiares. É fenomenal como a roteirista Céline Sciamma, que dirigiu e escreveu o ótimo Tomboy, adapta o livro homônimo de Gilles Paris, especialmente ao tratar de temas dificeis como abuso infantil, abandono e bullying: construído a partir de infinitas sutilezas, o roteiro captura o impacto de todos esses dramas ao mesmo tempo em que projeta, através do convívio entre tantos personagens solitários e sem perspectiva, algum tipo de luz no fim do túnel. O Oscar 2017 de melhor animação pode não ter vindo (o consagrado pela Academia foi o superestimado Zootopia), mas a França deu o devido valor ao filme de Claude Barras: no Festival de Annecy, levou o prêmio principal e o do público, enquanto os votantes do César concederam ao filme as estatuetas de melhor animação e roteiro adaptado. Ainda disputavam a categoria: Extraordinário, O Filme da Minha Vida, Logan e Moonlight: Sob a Luz do Luar.
EM ANOS ANTERIORES: 2016 – Carol | 2015 – 45 Anos | 2014 – Garota Exemplar | 2013 – Azul é a Cor Mais Quente| 2012 – Precisamos Falar Sobre o Kevin | 2011 – A Pele Que Habito | 2010 – Direito de Amar | 2009 – Dúvida | 2008 – Desejo e Reparação | 2007 – Notas Sobre Um Escândalo
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Dos seus indicados, o filme que eu não assisti foi justamente a sua escolha de vencedor. Meu voto iria para o roteiro de “Logan”.