Realizar um filme de terror onde a tensão e os sustos são construídos através da discrição e não a partir de barulhos estridentes ou de trilhas acima do tom não é prática muito comum no gênero, especialmente se considerarmos as grandes produções hollywoodianas. Por isso mesmo é precioso o trabalho de som realizado pela dupla Ethan Van Der Ryn e Erik Aadahl para Um Lugar Silencioso. Tratando o silêncio como um personagem muito mais importante do que os próprios protagonistas de carne e osso, Van Der Ryn e Aadahl articulam a sensação de ameaça e perigo por meio de cada inflexão de som, potencializando-o com a sua quase ausência e não com a sua excessiva presença. O feito é grandioso: tanto Um Lugar Silencioso envolve por completo as plateias hiper-conectadas e dispersas dos dias de hoje como constrói uma narrativa própria de suspense e drama através do som, revitalizando no cinema comercial aquela máxima por vezes tão esquecida e subestimada: a de que menos é sempre mais. Ainda disputavam a categoria: Bohemian Rhapsody, Ilha dos Cachorros, Nasce Uma Estrela e Você Nunca Esteve Realmente Aqui.
EM ANOS ANTERIORES: 2017 – Dunkirk | 2016 – Ponto Zero | 2015 – Mad Max: Estrada da Fúria | 2014 – Até o Fim | 2013 – Gravidade | 2012 – 007 – Operação Skyfall | 2011 – Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 | 2010 – Tron: O Legado | 2009 – Avatar | 2008 – WALL-E | 2007 – O Ultimato Bourne
Pingback: Melhores de 2019 – Som | Cinema e Argumento