
Na sua quarta indicação consecutiva, Veep finalmente faturou o prêmio de melhor elenco cômico no Emmy. A vitória eleva as chances da série para a grande premiação do próximo domingo (20).
Sempre longe de ser previsível, o Emmy já trouxe algumas surpresas neste fim de semana, quando anunciou os vencedores do chamado Creative Arts, que lista os melhores entre categorias técnicas, atores convidados e elencos. Se Transparent parecia uma barbada entre as comédias (definição de gênero questionável, diga-se de passagem), sua soberania agora já pode ser contestada: pela primeira vez em quatro anos Veep faturou o prêmio de melhor elenco, reforçando a ideia de que a série é sim muito mais do que apenas a maravilhosa Julia Louis-Dreyfus – e não será surpresa alguma se Tony Hale e Anna Chlumsky se consagrarem como coadjuvantes na próxima semana também, quando os demais vencedores serão revelados, já que ambos submeteram episódios onde protagonizam cenas de absoluto brilho individual.
De qualquer forma, tanto Veep quanto Transparent são séries de alto nível. Pela definição de comédia e pela qualidade acentuada a cada temporada, seria mais justo Veep vencer, só que, pela relevância temática e por apontar para o caminho das novas plataformas de streaming, Transparent, que abriu os trabalhos da Amazon como produtora de conteúdo audiovisual, salta na frente. Ainda entre as comédias, Transparent levou um merecido prêmio de ator convidado para a sensível participação de Bradley Whitford no episódio Best New Girl (o melhor da temporada), trazendo mais uma derrota para Jon Hamm, que concorria por seu ótimo momento em Unbreakable Kimmy Schmidt. Já Joan Cusack foi a melhor atriz convidada por Shameless, derrotando candidatas de peso que estão com indicações duplas este ano, como Christine Baranski e Gaby Hoffman.
Nas categorias de drama, outras surpresas: Game of Thrones pela primeira vez faturou o prêmio de melhor elenco – e é no mínimo inusitada a vitória em um ano que o seriado dividiu opiniões e entregou aquela que é unanimemente a sua temporada menos interessante. A lembrança não é brincadeira: no ano em que Mad Men se despediu da TV e supostamente viria com força total para reinar novamente no Emmy, a derrota surge como um forte sinal para a grande premiação da semana que vem, especialmente quando Orange is the New Black vive um grande momento e outras séries veteranas e mais focadas em trabalhos de interpretação seguem sendo lembradas, como House of Cards, que faturou a categoria de melhor ator convidado para Reg E. Cathey. A sempre maravilhosa Margo Martindale foi a melhor interpretação feminina mo mesmo segmento por The Americans, desbancando a veterana Cicely Tyson (ótima como a mãe de Viola Davis em How to Get Away With Murder), que já havia perdido um Emmy no ano passado pelo telefilme O Regresso Para Bountiful.
Para o próximo domingo, apenas duas apostas parecem realmente fáceis: Jeffrey Tambor como melhor ator de comédia por seu sensível desempenho em Transparent e Viola Davis fazendo história como a primeira atriz negra a vencer na categoria por How to Get Away With Murder. Muitos querem crer que Jon Hamm (Mad Men) e Amy Poehler (Parks and Recreation) finalmente serão corados na premiação, mas vale lembrar que o Emmy não se comove com despedidas: Steve Carell (The Office), Hugh Laurie (House) e Frances Conroy (Six Feet Under) foram alguns dos atores indicados várias vezes – e reconhecidamente merecedores da estatueta – que nunca subiram ao palco para receber honrarias individuais.
Entre as surpresas possíveis, não subestimar a sexta indicação consecutiva de Christine Baranski como atriz coadjuvante em drama por The Good Wife (a série sempre teve uma de suas atrizes premiadas a cada temporada e ela é a única que não passou um ano sem ser lembrada), Niecy Nash entre as atrizes coadjuvantes de comédia por Getting On (seria uma daquelas pequenas surpresas da categoria ao estilo Kristin Chenoweth por Pushing Daisies e Merritt Wever por Nurse Jackie) e Ben Mendelsohn, ótimo em Bloodline e favorecido por uma fraude de categoria (ele é obviamente protagonista ao lado de Kyle Chandler e não coadjuvante como o programa vendeu e o Emmy comprou). E o que mais vai acontecer na grande noite de premiação do Emmy? Abaixo as nossas apostas:
MELHOR SÉRIE DRAMA: Mad Men / alt: Game of Thrones
MELHOR SÉRIE COMÉDIA: Transparent / alt: Veep
MELHOR MINISSÉRIE: Olive Kitteridge / alt: American Horror Story: Freak Show
MELHOR ATOR DRAMA: Kevin Spacey (House of Cards) / alt: Jon Hamm (Mad Men)
MELHOR ATOR COMÉDIA: Jeffrey Tambor (Transparent) / alt: William H. Macy (Shameless)
MELHOR ATOR MINISSÉRIE/TELEFILME: David Oyelowo (Nightingale) / alt: Adrien Brody (Houdini)
MELHOR ATRIZ DRAMA: Viola Davis (How to Get Away With Murder) / alt: Taraji P. Henson (Empire)
MELHOR ATRIZ COMÉDIA: Julia Louis-Dreyfus (Veep) / alt: Amy Poehler (Parks and Recreation)
MELHOR ATRIZ MINISSÉRIE/TELEFILME: Frances McDormand (Olive Kitteridge) / alt: Queen Latifah (Bessie)
MELHOR ATOR COADJUVANTE DRAMA: Ben Mendelsohn (Bloodline) / alt: Jonathan Banks (Better Call Saul)
MELHOR ATOR COADJUVANTE COMÉDIA: Tituss Burgess (Unbreakable Kimmy Schmidt) / alt: Tony Hale (Veep)
MELHOR ATOR COADJUVANTE MINISSÉRIE/TELEFILME: Bill Murray (Olive Kitteridge) / alt: Michael Kenneth Williams (Bessie)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DRAMA: Christine Baranski (The Good Wife) / alt: Uzo Aduba (Orange is the New Black)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE MINISSÉRIE/TELEFILME: Sarah Paulson (American Horror Story: Freak Show) / alt: Mo’Nique (Bessie)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE COMÉDIA: Niecy Nash (Getting On) / alt: Anna Chlumsky (Veep)
Infelizmente, deixei de acompanhar muitas séries, mas, no Emmy de hoje, torço por “Mad Men”.