Três atores, três filmes… com Barbara Demerov

demerovtresNo último mês de abril, a jornalista Barbara Demerov assumiu um novíssimo desafio profissional como repórter de entretenimento da VEJA São Paulo. A novidade é um merecido reconhecimento à bela trajetória que ela já vinha trilhando no Controle Remoto Podcast e, claro, no AdoroCinema, onde era redatora. Barbara, que também já teve a honra de ser uma das entrevistadoras do clássico programa Roda Viva quando Fernando Meirelles comemorava as indicações de Dois Papas ao Oscar e de fazer parte da transmissão do Oscar 2020 como comentarista nas redes sociais da TNT, traz na bagagem entrevistas com nomes nacionais e internacionais do cinema, entre eles George Clooney, Anne Hathaway e M. Night Shyamalan. Ou seja, temos mais uma convidada de peso aqui na coluna! E, para esse desafio — palavras da própria Barbara! — de escolher interpretações marcantes do cinema, ela listou três momentos inegavelmente clássicos das carreiras dos selecionados. Confiram!

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Que desafio incrível esse de pensar em apenas três interpretações marcantes do cinema. Realmente é um convite especial esse do Matheus — aliás, obrigada mais uma vez! Ao longo da minha vida pude assistir a diversos filmes que levo em meu coração até hoje, mas quando falamos sobre atuações, entramos em um lugar mais complexo. Selecionei três que me marcaram tão fortemente que todas chegaram em minha mente de forma muito rápida, sem que eu precisasse refletir muito. São trabalhos de filmes que eu também amo de paixão e que, sem dúvida alguma, não seriam tão bons caso não contassem com essas interpretações tão dedicadas e assustadoramente intensas.

Gena Rowlands (Uma Mulher Sob Influência)
É impossível sair impassível de uma sessão deste filme de John Cassavetes por um único motivo: Gena Rowlands. O mergulho que a musa do diretor faz nesta história na pele de uma mãe incompreendida é surpreendente e, realmente, de cortar o coração. Ao se passar o tempo todo dentro da casa de Mabel, entramos dentro da mente daquela mulher e, ironicamente, conseguimos compreendê-la rapidamente. Ela é invisível aos olhos do próprio marido, por exemplo, que a trata com negligência e falta de afeto ao passo que toma decisões por si só — mas que a afetam diretamente. Ao mesmo tempo, a mãe de três crianças está completamente frágil mentalmente e não pode pedir por socorro sem ser julgada pela própria família. É um filme desesperador, de fato, mas também é uma obra extremamente rica em detalhes e nuances delicadas sobre a vida de uma mulher que demonstra força até quando ela mesma acredita que não tem. Se podemos chamar um filme de “filme de atuação”, este aqui é o meu número 01 da lista.

Heath Ledger (Batman: O Cavaleiro das Trevas)
Um dos raros casos em que eu me peguei “procurando” pelo ator ao longo da narrativa. Nunca vou me esquecer de pensar no cinema, “este é realmente o Heath Ledger?”. É impressionante o que o ator de 28 anos fez no filme de Christopher Nolan ao interpretar meu vilão favorito dos quadrinhos. Para além de se destacar mais do que o próprio herói de Gotham, o Coringa de Ledger é um exemplar do que é uma atuação contida e ao mesmo tempo explosiva. Ledger trabalha muito bem para trazer movimentos e palavras sutis, ao mesmo tempo em que nunca deixa de demonstrar a força e presença do vilão. Um filme para ver e rever graças ao poder que o ator traz à tona na tela.

Jack Nicholson (O Iluminado)
Para quem é amante de cinema de terror como eu, acredito que seja impossível não pensar na força da atuação de Jack Nicholson em O Iluminado. Se a história já possui uma atmosfera sombria e bizarra, o que o ator entrega em sua performance potencializa as sensações estranhas que se passam em nós quando observamos a história dentro do Hotel Overlook. Nicholson já é um ator dedicado e disso todo mundo sabe, mas essa atuação demonstra o ápice da atenção que o ator entrega em seus papéis. Seja na cena icônica em que ele improvisa a frase “Here’s Johnny” ou no momento em que passa a perseguir Wendy, eu acho incrível o poder que o ator emana em seu personagem mesmo sem dizer nenhuma palavra. O olhar, nesse caso, diz muito — e é capaz de aterrorizar bastante também.

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