Assim como o Alex Gonçalves, do Cine Resenhas, a Kamila, do Cinéfila Por Natureza, tem um respeito especial de minha parte quando o assunto é cinema na blogosfera. Isso porque minha relação com ela não é coisa de pouco tempo. Conheci essa colega jornalista há muito tempo, e nunca deixei de acompanhar seus comentários sobre cinema ao longo de mais de seis anos (se meus cálculos não estiverem errados). Muito mais do que apreciar o estilo de texto dessa blogueira, admiro também a forma como a Kamila pondera a opinião do outro e propõe discussões sempre muito saudáveis, embasadas e respeitosas. Por isso, quando a convidei para participar do Três atores, três filmes, foi no mínimo uma honra ver esse convite aceito. Mas a honra maior veio mesmo quando ouvi dela que o Cinema e Argumento é uma de suas referências em qualidade de análises críticas. Fiquem, abaixo, então, com a lista da Kamila, que tem tudo a ver com ela!
Edward Norton (As Duas Faces de um Crime)
Acho que não é segredo para ninguém (pelo menos para osleitores habituais do Cinéfila por Natureza), que o meu ator favorito é o Edward Norton. Esse foi o primeiro filme dele que eu assisti e que marca a estreia dele como ator. Em As Duas Faces de um Crime, um drama jurídico dirigido por Gregory Hoblit, Norton interpreta um coroinha acusado de um assassinato. A forma como ele compôs a personagem é sensacional, criando Aaron como alguém livre de qualquer suspeita e que manipula diretamente os personagens em torno daquilo que ele quer. Foi uma pequena amostra do grande talento de um ator que capturou a atenção da indústria cinematográfica nessa época, e que merecia, sim, ter conquistado o Oscar 1997 de Melhor Ator Coadjuvante que acabou terminando nas mãos de Cuba Gooding Jr. (por Jerry Maguire – A Grande Virada)
Audrey Hepburn (A Princesa e o Plebeu)
Mais uma vez, vou ser redundante: acho que não é segredo para ninguém (pelo menos para os leitores habituais do Cinéfila por Natureza) a minha profunda admiração pelo ser humano e pela atriz Audrey Hepburn. Escolhi A Princesa e o Plebeu, filme dirigido por Billy Wilder, que marcou a estreia de Hepburn como atriz, porque acho que ele representa as duas características principais da carreira dela: a sorte que ela teve de trabalhar com grandes diretores e talentosos atores e a sua naturalidade diante das câmeras. A atuação de Hepburn aqui, acredito, foi fruto da naturalidade, de algo genuíno e que representava diretamente o encanto que ela causava nas pessoas. O que eu quero dizer com isso é que acho que Billy Wilder capturou aqui a própria Audrey Hepburn, e não a Princesa Ann. Minha comédia romântica favorita, passada numa cidade de paisagens cinematográficas.
Wagner Moura (Tropa de Elite)
Adoro e sou uma entusiasta do cinema nacional. Por isso mesmo quis destacar nesta seleção algum representante do nosso país, por achar que o nosso cinema vive um momento muito interessante de crescimento e de intercâmbio com outras indústrias, na medida em que temos, cada vez mais, um aumento no número de profissionais da área sendo empregados em outros países e trazendo aprendizado para o trabalho que desenvolvem aqui. Acho que Wagner Moura é o melhor ator de sua geração e, para fazer uma analogia, acredito que ele é o nosso Ricardo Darín. Capitão Nascimento é o personagem mais emblemático de sua carreira, que lhe trouxe a consagração como o maravilhoso ator que ele é. Além disso, Tropa de Elite, depois de Cidade de Deus, é o filme mais importante do cinema brasileiro nas duas últimas duas décadas, especialmente no que representou para a nossa sociedade em termos de reflexão sobre os comportamentos e os valores que são arraigados dentro da nossa rotina.
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Bem legal o texto. Só tenho uma correção a fazer: A Princesa e o Plebeu não foi dirigido por Billy Wilder, e sim por William Wyler. Audrey trabalhou com Wilder em Amor na Tarde.
Obrigada pelas palavras, Alex!
Matheus, meus agradecimentos especiais vão para você. Como te disse, o Cinema e Argumento é um dos blogues de cinema que mais respeito na web, pela sensibilidade e profundidade de suas análises críticas, com as quais aprendo bastante. Obrigada pelo convite e pelo espaço aberto a mim aqui! Adorei participar dessa parte do blogue.
Kamila é uma fofa e talvez a maior leitora que o Cine Resenhas tem atualmente. Tenho muito carinho pelo trabalho dela e também pelo seu. Afinal, assim como dito na introdução do texto, somos colegas de blogosfera de longa data. Aliás, quero muito um dia ter a oportunidade de conhecê-los!
Sou uma negação quando o assunto é Audrey Hepburn, pois vi pouquíssimos filmes com a estrela (o que não inclui “A Princesa e o Plebeu”). Já Ed Norton era uma presença garantida nesta seleção, embora eu não soubesse se a Kamila iria destacar o seu trabalho em “As Duas Faces de um Crime” ou “A Outra História Americana”. Por fim, a presença de Wagner Moura é uma surpresa. Muito bacana fazer uma menção ao nosso cinema através da interpretação do ator em “Tropa de Elite”, filme no qual ele apresenta o melhor trabalho em toda a sua carreira.