A Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos divulgou, neste domingo (20), um TOP 10 com as melhores interpretações de Meryl Streep. O ranking é resultado de uma votação dos próprios membros, que elencaram, por ordem de preferência, quais os seus desempenhos favoritos da mais recente vencedora do Oscar de melhor atriz. O Cinema e Argumento, como bom fã de Meryl, não poderia deixar de apresentar a sua seleção. Aproveito, também, para anunciar que o TOP 10 também será uma nova seção do blog. Confira aqui o top 10 da SBBC e fique, abaixo, com as nossas interpretações favoritas da atriz:
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1. AS PONTES DE MADISON (1995): O terceiro Oscar já deveria ter vindo com essa impecável performance que é o maior momento da carreira de Meryl Streep. Não só o filme surpreende (afinal, é um Clint Eastwood submerso em emoções), como a própria atriz consegue se superar em um papel incrivelmente triste e marcante: a cena de Francesca Johnson segurando a maçaneta do carro na chuva já justifica qualquer elogio. Estranhamente, ela não ganhou prêmio algum por essa interpretação que não perde nada de sua intensidade através dos anos.
2. A ESCOLHA DE SOFIA (1982): Alguns gostam de dizer que esse é um trabalho superestimado de Meryl. Não vejo como possa ser. A total entrega da atriz ao papel da sofrida Sofia fica evidente em cada minuto do filme de Alan J. Pakula. Além da entrega física e da dedicação ao aprender alemão e polonês para compôr sua personagem, ainda precisamos ressaltar a sensibilidade de Meryl: em entrevista à Oprah Winfrey, ela disse que nunca teve coragem de rever a cena-título por ela ser dolorosa demais para qualquer mãe.
3. KRAMER VS. KRAMER (1979): Apesar de já ter alcançado visibilidade com O Franco Atirador, foi com Kramer vs. Kramer que Meryl despontou como uma grande promessa. Seu papel no filme de Robert Benton já chamaria atenção só por ser polêmico para a época (e, por que não, para os dias de hoje?), mas a atriz consegue fazer com que o espectador deixe a antipatia de lado e até se sensibilize com a vida indecisa de sua personagem. Um desempenho muito emotivo e que ajudou ajudou a carreira de Meryl a despontar de vez. Com todos os méritos, venceu seu primeiro Oscar.
4. O DIABO VESTE PRADA (2006): Ela já havia feito Ela é o Diabo e A Morte Lhe Cai Bem, mas foi com O Diabo Veste Prada que Meryl Streep também se firmou como uma grande atriz de comédias. Ora, ela é o total destaque de um filme extremamente pop, agradável em seu humor e com outras boas interpretações (Emily Blunt, Stanley Tucci). Anos-luz à frente de todos, Meryl fez com que a megera Miranda Priestly se tornasse uma de suas personagens mais emblemáticas. Com um olhar mortal e frases cortantes, é uma vilã que amamos odiar. Atuação simplesmente perfeita.
5. AS HORAS (2002): Interpretação mais subestimada do longa de Stephen Daldry. Ok, Nicole Kidman chama a atenção por interpretar uma figura real e Julianne Moore tem a presença mais intensa, mas Meryl tem uma figura totalmente calcada em sutilezas. Sem qualquer maquiagem ou alegoria, ela transmite todos os sentimentos da madura e insatisfeita Clarissa Vaughan com uma naturalidade absurda. Além de ser a atriz que mais aparece no filme, consegue fazer bonito ao lado de seus colegas, principalmente quando divide a cena com Ed Harris em momentos arrebatadores. Emocionante.
6. A DAMA DE FERRO (2011): Dos desempenhos mais recentes de Meryl, esse é o mais importante. Tão importante que conseguiu superar um filme mal dirigido e que, a cada revisão, torna-se ainda mais sobre… Meryl. Impossível não associar A Dama de Ferro exclusivamente ao nome dela. Transitando com maestria por quase todas as fases da polêmica Margaret Thatcher, ela passa da vitalidade de uma mulher recém-chegada ao poder até os solitários dias em que alucina com seu falecido marido. Pelo papel, ganhou, merecidamente, o seu tão esperado terceiro Oscar. E conseguir isso com um filme ruim não é para qualquer atriz.
7. A MULHER DO TENENTE FRANCÊS: Por esse filme, Meryl foi consagrada pela primeira vez no BAFTA como melhor atriz, o que foi uma grande justiça. Aqui, ela interpreta dois papeis completamente diferentes em um filme que traz todo o já conhecido estilo britânico de fazer cinema. Alternando entre as personagens Sarah e Anna, ela tira essa variação de letra: são composições completamente distintas e com méritos específicos. A Mulher do Tenente Francês também teve cinco indicações ao Oscar.
8. SOB O DOMÍNIO DO MAL (2004): Um dos papeis coadjuvantes mais interessantes da carreira de Meryl. Aqui, a dubiedade de sua personagem (que está mais para a vilania mesmo), é o que traz grandes impressões. É uma atuação que, ao mesmo tempo que faz o espectador ser seduzido por essa personagem intrigante, também o afasta em função de seus segredos. O filme não é lá tão interessante, mas a atriz consegue se sobressair com esse desempenho pouco apreciado. Arrisco a dizer que ela é o melhor de Sob o Domínio do Mal.
9. DÚVIDA (2008): Como a neurótica irmã Aloysius Beauvier, Meryl arrebatou plateias e, inclusive, chegou a ser uma concorrente de respeito no Oscar de melhor atriz que foi parar nas mãos de Kate Winslet por O Leitor. A verdade é que, em Dúvida, ela lida com um papel extremamente difícil e antipático – o que é um grande obstáculo na história repleta de figuras que são justamente o oposto. Mas isso não é problema para Meryl que, assim como em O Diabo Veste Prada, conseguiu destilar veneno sem se tornar completamente detestável.
10. A DANÇA DAS PAIXÕES (1998): Esse filme é um belo trabalho não só de Meryl, mas também de todo o elenco (essencialmente feminino). Como Kate Mundy, ela faz o clássico papel da irmã mais rígida e insensível que parece não conseguir aproveitar os pequenos prazeres da vida. Apresentando um impecável sotaque irlandês, Meryl é uma importante engrenagem dessa história familiar que, em seus momentos finais, traz passagens emocionantes – e uma deles para a própria protagonista. Merecia mais atenção.
Eu teria de colocar nessa lista em destaque a sua interpretação em The Manchurian Candidate. Está FANTÁSTICA como política!
Stella, que bom que gostou do post! Planejo fazer outros no mesmo estilo!
Kamila, não sou tão fã da interpretação dela em “Um Grito no Escuro”…
Rafael, acho que o prêmio é para interpretação em si, não pelo filme… Pelo menos gosto de pensar assim!
Reinaldo, ela é bem subestimada por “As Horas”, né?
Gioberlândia, obrigado! =) E sim, a Meryl é, definitivamente, a melhor!
Matheus mais uma vez você arrasou no post, coisa mais linda ver minha atriz favorita descrita todas as suas personagens mais significativas. Meryl já deveria ter ganho muito mais que três “oscares”, pelas excelentes atuações que desempenhou durante toda sua carreira. Simplesmente ela é a melhor.
Excelente top 10 Matheus. Parabéns pelas escolhas acertadas e pelas justificativas ainda mais plenas. Concordo demais com o seu primeiro lugar e, mais ainda, com sua justa percepção para a subestimada interpretação de Meryl em “As horas”. Agora, só não colocaria “A dama de ferro”. Ele está ótima e isso é inquestionável, mas não colocaria essa atuação em um top 10. Mas como discordar de um ranking como esse, não é verdade?
Abs
Minha atriz favorita *-*
Mas não gostei dela ter levado o Oscar por A Dama de Ferro. Ela está maravilhosa, como sempre, mas ela merecia ser reconhecida por um projeto de porte maior, como As Pontes de Madison, As Horas ou Dúvida.
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Fiquei surpresa de ver você listando “A Dança das Paixões”. Dos seus filmes listados, só não assisti ainda “A Mulher do Tenente Francês”. E uma das melhores atuações da Meryl, na minha opinião, nem entrou na sua lista: “Um Grito no Escuro”.
Meryl Streep é fantástica, admirável, fascinante, espetacular, assombrosa, deslumbrante! E adorei esse post! :-)