Melhores de 2011 – Diretor

2011 foi um ano particularmente interessante para os diretores. E o melhor deles foi Darren Aronofsky, que, hoje, já pode se considerar um dos grandes profissionais de seu tempo. Claro que esse talento já estava mais do que evidente no forte Réquiem Para Um Sonho e até mesmo no estranho Fonte da Vida. Por outro lado, Aronofsky parece ter feito o seu maior sucesso, já que Cisne Negro, até agora, foi a obra mais reconhecida e comentada do diretor. Não é para menos, o longa é diferente e marcante em função de Aronofsky, que pegou uma história simples e transformou tudo em um verdadeiro espetáculo sensorial. A história da bailarina Nina (Natalie Portman) faz uma perfeita união entre cinema, música e dança graças ao seu espetacular trabalho de direção. O nova iorquino criou cenas antológicas (os minutos finais são especialmente singulares, alcançando a perfeição), realizando um filme completamente diferente – e que, nas mãos erradas, poderia ter sido mais do mesmo. É o caso raro de um diretor que consegue impactar e deixar fortes impressões. Cisne Negro não causa indiferença. Parabéns, sr. Aronofsky!

PEDRO ALMODÓVAR (A Pele Que Habito)

Complicado ter qualquer curiosidade por A Pele Que Habito depois do mediano e reciclado Abraços Partidos. Mas, quem diria, Almodóvar voltou a arrebentar! Seu mais novo filme é pulsante, mostrando que tal história cheia de bizarrices e situações inusitadas só poderia ser contada por alguém com a genialidade do diretor espanhol. A forma como Almodóvar orquestra a história é de impressionar. Planos que comunicam muito, cenas que variam do emocionante ao nervoso e, claro, muito impacto visual. Trabalho de mestre.

LARS VON TRIER (Melancolia)

Nazista. Louco. Interpretem de forma errada tudo o que Lars Von Trier diz. Mas não julguem Melancolia pelo gênio difícil do diretor. Aliás, o mais novo filme do cineasta é o melhor de sua carreira por ser justamente o inverso de todas as suas outras obras. Aqui, não temos, por exemplo, a loucura desenfreada de Anticristo. Melancolia hipnotiza pela forma que Von Trier torna tudo tão… melancólico. Além de dar um show no visual (o que parece ter virado sua mais recente marca), o longa também tem sua dose de tensão, fazendo o espectador entrar na angústia emocional dos personagens. Surpreendente do início ao fim.

GEORGE CLOONEY (Tudo Pelo Poder)

Que George Clooney é um bom diretor todo mundo já sabe desde Boa Noite, e Boa Sorte. O surpreendente é ver que ele só melhora com o tempo. Em Tudo Pelo Poder, Clooney descomplica a política em uma história que chama a atenção pela facilidade com que consegue envolver o espectador sem usar grandes artifícios. Clooney tem uma direção sóbria, que aproveita ao máximo os atores e o roteiro que tem em mãos. Atestado de um profissional que, apesar de ter feito um filme desnecessário (o decepcionante O Amor Não Tem Regras, com Renée Zellweger) só evolui, principalmente quando está no terreno certo. É o caso de Tudo Pelo Poder.

DAVID YATES (Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2)

David Yates é um sujeito de coragem. Assumir uma saga tão grandiosa como Harry Potter e ter a responsabilidade de fazer o desfecho são tarefas que amedrontariam muita gente. Não ele. Se o trabalho do britânico foi irregular de vez em quando, aqui ele mostra que aprendeu muito durante todos os anos frente à série. Yates não poderia ter feito um desfecho mais emocionante para os fãs de Harry Potter. As Relíquias da Morte – Parte 2 tem sequências de arrepiar, perfeito uso de efeitos, amadurecimento do elenco e um roteiro na medida. Todos esses elementos, claro, bem alinhados. Missão cumprida.

EM ANOS ANTERIORES: 2010 – Christopher Nolan (A Origem) | 2009 – Danny Boyle (Quem Quer Ser Um Milionário?) | 2008 – Paul Thomas Anderson (Sangue Negro) | 2007 – Alejandro González-Iñárritu (Babel)

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Escolha do público:

1. Darren Aronofsky, por Cisne Negro (40,91%, 9 votos)

2. Lars Von Trier, por Melancolia (31,82%, 7 votos)

3. Pedro Almodóvar, por A Pele Que Habito (13,64%, 3 votos)

4. David Yates, por Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (13,64%, 3 votos)

5. George Clooney, por Tudo Pelo Poder (0%, 0 votos)

5 comentários em “Melhores de 2011 – Diretor

  1. Pingback: Melhores de 2013 – Direção | Cinema e Argumento

  2. Rafael, certamente!

    Alex, exatamente, “Melancolia” surpreende por ser um trabalho bem diferente do Lars Von Trier.

    Reinaldo, se fosse para colocar outro diretor na lista, seria o Coutinho por “As Canções”!

  3. Outra lista fantástica. E muito próxima a minha. Para vc ter uma ideia, quatro dos diretores escolhidos por vc como os melhores do ano, também o foram por mim (Aronofsky, Von Trier, Almodóvar e Clooney). Apenas trocamos Selton Mello por David Yates.
    Abs

  4. Não vou ser como os detratores de “Cisne Negro” e dizer que o trabalho de Darren Aronofsky é superestimado (ok, considero um pouco, vai). Creio que ele realmente faz um trabalho bom, especialmente nos últimos momentos do filme. Por outro lado, creio que ele caí em muitas obviedades para criar a sua atmosfera de drama e horror. Da seleção, sou muito mais Lars von Trier, que realmente torna “Melancolia” surpreendente, especialmente se analisarmos as outras narrativas que ele desenvolveu ao longo da carreira. O aspecto visual do filme é tão arrebatador que nem parece que estamos diante do mesmo sujeito que um dia fez “Os Idiotas”, um filme isento de qualquer artifício. Apenas para finalizar, também gostei do trabalho de Pedro Almodóvar em “A Pele Que Habito”, mas continuo não gostando do filme, a história não me convence, é óbvia. Sinto que Almodóvar teve os mesmos elementos em mãos ao fazer “Má Educação”, que ao meu ver tem resultados muito mais satisfatórios.

    Na enquete, meu voto foi pro von Trier.

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