Nothing was gonna stop me. Not even me.
Direção: Stephen Daldry
Elenco: Thomas Horn, Sandra Bullock, Tom Hanks, Max Von Sydow, Viola Davis, John Goodman, Jeffrey Wright, Hazelle Goodman, Dennis Hearn
Extremely Loud & Incredibly Close, EUA, 2011, Drama, 129 minutos
Sinopse: Aos 11 anos de idade, Oskar (Thomas Horn) encontra uma misteriosa chave que pertencia a seu pai (Tom Hanks), que morreu no atentado às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2011. Ele embarca em uma jornada secreta pelas cinco regiões de Nova York. Enquanto vaga pela cidade, Oskar encontra pessoas de todos os tipos enquanto tenta superar a perda do pai.
As expectativas são sempre grandes para um filme de Stephen Daldry. Estamos falando do sujeito que, em quatro filmes, não só conseguiu indicação ao Oscar por todos, mas que também já conseguiu reunir astros do calibre de Meryl Streep, Kate Winslet, Julianne Moore e Nicole Kidman em seus filmes. Melhor ainda: trabalhou com essas atrizes e extraiu grandes atuações delas. Daldry é vitorioso: veio do teatro, mas conseguiu sucesso no cinema. E isso vai além de seu reconhecimento em prêmios. Ele apresenta, também, a capacidade de abandonar vestígios teatrais e criar obras de linguagem cinematográfica mesmo. Agora, com Tão Forte e Tão Perto, ele retorna com mais um longa-metragem satisfatório. O resultado, contudo, não empolga – mas tampouco é o desastre que tantos venderam.
O que diminui o impacto de Tão Forte e Tão Perto é o seu protagonista. E não é culpa do jovem Thomas Horn (um bom ator), mas sim do próprio roteiro. Oskar, já não bastasse o estereótipo de menino-prodígio que foi treinado pelo pai para desvendar mistérios e buscar informações escondidas, é um menino irritante, daquele tipo intrometido, sem limites, que diz o que bem entende para qualquer um e que não pensa duas vezes em dar pitis até mesmo com sua mãe que, coitada, não fez nada e tem que ouvir do próprio filho que deveria estar morta no lugar do marido. Não que o menino seja imaturo; ele faz tudo isso porque é chato mesmo (ou seria porque tem uma síndrome de Asperger mal explorada?). Culpa mais uma vez do roteiro que não justifica muito bem o gênio do protagonista – que ainda faz questão de ficar chacoalhando um instrumento musical o filme inteiro.
A situação muda, por outro lado, quando Oskar contracena com outros personagens, sejam os passageiros mas eficientes, como os de Viola Davis e Jeffrey Wright, ou aqueles que possuem grande importância emocional no enredo, como o de Max Von Sydow (merecidamente indicado ao Oscar 2012 de ator coadjuvante). Até mesmo Sandra Bullock surge bem aproveitada com excelentes momentos dramáticos, provando que a celebração que recebeu por Um Sonho Possível foi, no mínimo, prematura. É quando o protagonista divide a cena com outras figuras que Tão Forte e Tão Perto ganha pontos. A relação estabelecida por ele com esses outros personagens traz os melhores momentos do filme justamente por explorar certos dramas que não ficam trabalhados da devida maneira quando a história insiste em mostrar a jornada individual de seu protagonista.
O mais importante é que Tão Forte e Tão Perto lida bem com as emoções, que poderiam facilmente transformar a experiência em algo insuportável se trabalhadas da forma errada. Só que Stephen Daldry nunca foi um diretor apelativo com as emoções (e isso lhe rendeu muitas críticas em O Leitor, considerada uma fria adaptação) e aqui, apesar de, em certos momentos, quase cair no óbvio, sempre acerta na dosagem. A essência do filme é boa e, por isso mesmo, a parte emocional dele deve atingir os que apreciam o trabalho do diretor. O problema mesmo é o garoto, que quase faz com que o espectador se desinteresse por sua jornada. Também se não fizesse tantos rodeios para chegar em sua mensagem, talvez Tão Forte e Tão Perto não tivesse dividido tantas opiniões. Por fim, quem gosta do diretor deve encontrar um filme satisfatório que consegue até arrancar algumas lágrimas (aproveitem para procurar a belíssima trilha de Alexandre Desplat). Já quem o acha superestimado, certamente encontrará razões para implicar com tudo.
FILME: 7.5
NA PREMIAÇÃO 2012 DO CINEMA E ARGUMENTO:
Afinal de contas: A chave abre o que? O velho voltou a falar? Como aquele bilhete durou tanto tempo ás interpéries do tempo embaixo da cadeira do balanço? As pessoas com sobrenome Black tinham algo a ver com o garoto?
2001 e não 2011
eu concordo é uma porcária entendi nada
eu nao entendi nada,por isso, e um film idiota, ou seja,sem nada a ver.
eu tambem achei muito sem nada aver.
Eu gostei muito do filme. Em relação ao protagonista, ele é autista, por isso esse comportamento.
O cinema americano produz tanta porcaria que quando um bom diretor se utiliza de um bom livro e bons atores e faz um bom filme, as pessoas acham que ele fez mais uma porcaria. E reclamam da personalidade da personagem, do seu instrumento musical e de outras bobagens. Pessoal, vão falar mal dos filmes ruins e deixem os bons filmes em paz.
Ana, acho que o problema é o personagem!
Rafael, continuo achando que o Daldry nunca errou. “Tão Forte e Tão Perto” é, para mim, apenas o filme mais fraco dele.
Gosto muito dos dois filmes inicias do Daldry, mas esse não me desceu mesmo. História irritante com personagens irritantes, principalemnte o protagonista. Acho que existe uma ideia muito interessante que o filme ensaia no início: a história do garoto que, para tapear o luto deixado pela morte do pai, cria uma aventura mirabolante envolvendo a chave. Mas o filme escorrega e abandona essa premissa quando parte para o drama mais choroso e piegas, e acaba soando forçado. Gosto muito do Von Sydow no filme, mas o personagem dele é totalmente dispensável.
Achei super sessão da tarde. O menino é chato pra caramba, não sei se é o personagem, não sei se é o Thomas Horn que o deixou assim mas não da pra aguentar. O pessoal também fez um auê pra atuação da Sandra Bullock, nada menos do que a a obrigação dela de atuar decentemente nos 15 minutos que ela aparece em cena. Ver outros trabalhos do Stephen como As Horas, por exemplo, meu filme favorito, e ver esse filme.. decepção total. Mas tudo bem, foi um filme feito pro grande público, acredito que a maioria das pessoas tenha gostado… mas nada justifica também a indicação ao Oscar. Não entendo como podem ignorar filmes como Beginners e indicar um filme como esse…
Kamila, realmente, o problema não é o Thomas Horn! E nem me incomodei com o Jeffrey Wright…
Antonio, obrigado!
Luís, apesar do garoto ser chato, não consegui ver o filme dessa maneira. “Tão Forte e Tão Perto” tem seus defeitos, mas não é um erro do Stephen Daldry. Só é um filme comum, principalmente se formos compará-lo com outros longas insuportáveis que chegam aos cinemas ao longo do ano…
Eu detestei esse filme. Sério mesmo, acho que ele tem muitas qualidades, mas, em compensação, um defeito tão grande que me impossibilitou de querer acompanhar o desenvolvimento da história. O personagem do garoto é provavelmente o mais chato dessa década recém-começada e, provavelmente, da década passada. E concordo totalmente quando diz que o filme só ganha força quando o protagonista interage com outros personagens, pena que isso acontece pouco. Por si só, acho o filme chatíssimo; comparando aos outros do Daldry, acho-o uma derrota.
Muito bom o seu blog.
Cumprimentos cinéfilos!
O Falcão Maltês
Eu concordo com você que este filme é longe do desastre que todos estavam prevendo ser. “Tão Forte e Tão Perto” sofre muito com o personagem Oskar, que é muito irritante, e isso realmente não é culpa do Thomas Horn. Ele faz o que pode. Não gostei também da atuação do Jeffrey Wright. Achei-o muito blasé…
Acho que o ponto de virada desse filme acontece naquelas duas cenas do ato final que quebram com a gente. Ali, o filme é emoção pura, sem manipular a plateia.