Direção: Michael Sucsy
Elenco: Drew Barrymore, Jessica Lange, Jeanne Tripplehorn, Daniel Baldwin, Justin Louis, Ken Howard, Kenneth Welsh
EUA, 2009, Drama, 104 minutos
Sinopse: Inspirado no documentário homónimo de 1975 que conta a história de mãe e filha chamadas Edith Bouvier Beale, tia e prima em primeiro grau de Jacqueline Kennedy. Big Edie (Jessica Lange) e Little Edie (Drew Barrymore) são mulheres do jet-set da época dos anos 40 e 50, mas que depois, já nos anos 70, estão completamente pobres numa mansão em East Hampton. Através de um documentário que está sendo produzido sobre elas, o mundo descobre que as duas moram nessa casa decadente e com precárias condições de higiene.
Grey Gardens é aquele tipo de filme que tem uma história cheia de potencial mas que não é trabalhada da maneira mais interessante. Esse telefilme da HBO tem produção requintada e boas interpretações – características constantes nos trabalhos da emissora – mas falha no roteiro e na direção de Michael Sucsy. Os problemas não apagam os aspectos positivos, mas, certamente, não deixam Grey Gardens ser mais cativante. Ainda assim, a produção recebeu grande destaque na temporada de premiações – seja em estatuetas para Drew Barrymore e Jessica Lange ou, então, para o próprio filme.
Inspirado em um documentário de 1975, Grey Gardens narra a difícil relação entre mãe (Lange) e filha (Barrymore) que, enquanto ricas e cheias de glamour, nunca se entendiam nem permaneciam muito tempo juntas. Após problemas financeiros, ambas são obrigadas a permanecerem unidas na miséria, ainda achando que estão com a bola toda. E o problema começa aí: o roteiro fica se alternando entre as duas épocas das personagens, o que termina por tirar todo o possível impacto emocional que a história poderia ter. Seria muito mais interessante acompanhar a jornada das duas de forma linear: da riqueza até a pobreza. O que acontece é que já sabemos, no início do filme, que ambas ficam velhas, pobres, sozinhas e decadentes.
A relação entre as duas também é narrada de forma tortuosa. Nunca fica visível, de forma bem explorada, a difícil vivência entre as duas. Nós apenas sabemos que elas não se dão muito bem. Ponto. É um misto de admiração e distância entre as duas. Nunca é trabalhado o porquê ou situações mais aprofundadas sobre a dificuldade de relacionamento das personagens. Outro aspecto do longa-metragem que não ajuda é como o texto não encena passagens mais interessantes. São narrados apenas momentos corriqueiros na história. Senti falta de um texto mais emocionante e sentimental.
Drew Barrymore e Jessica Lange são a força do filme. Mesmo que isso não eleve o resultado a outro patamar, as duas estão ótimas em cena. A primeira ganhou o Globo de Ouro e o SAG, enquanto a segunda conquistou o Emmy. As duas dominaram as premiações na categoria. Não considero merecido (prefiro Sigourney Weaver, que tinha papel mais difícil e emocionante em Orações Para Bobby), mas Lange e Barrymore possuem uma boa química, que contribui muito para aquilo que o roteiro tem certa carência: emoção. Grey Gardens possui vários setores admiráveis, é verdade. Contudo, está longe de ser algo marcante ou especial.
FILME: 7.5
Mayara, eu gostei mais da Sigourney! Ela me levou às lágrimas em “Orações Para Bobby”.
Kamila, eu também senti a tensão entre as duas… Mas nunca consegui perceber bem o porquê de tanto atrito. Isso, para mim, ficou sutil demais.
Vinícius, esperava mais da parte narrativa de “Grey Gardens”.
Kahlil, se você gosta das duas, procure assistir! Lange e Barrymore estão bem em cena.
Luis Galvão, não assisti o documentário, mas esse telefilme não me agradou tanto…
Eu simplesmente adorei esse filme. Acho que foi uma grata surpresa não apenas da tv como também de todas as películas que vi ano passado. Toda a parte técnica é ótima, a cena memorável do ‘traje de verão’ me arrepiou (adoro o documentário também!) e Drew e Lange num dos seus melhores momentos. Realmente, nem o roteiro nem a direção me incomodaram.
Nossa, nunca tinha ouvido falar neste filme. Amo as 2 atrizes, vou procurá-lo.
http://cinema-em-dvd.blogspot.com/
Gostei desse filme especialmente pela atuação das protagonistas, mas no geral acho que é uma excelente produção da HBO, tanto no sentido técnico quanto narrativo.
Matheus, concordo que a direção do Michael Sucsy é um tanto irregular, mas discordo um pouco do que você fala do roteiro. Eu acho que o telefilme teve sua história bem elaborada. Eu consegui sentir a tensão entre mãe e filha. Nesse sentido, acho que ajuda muito as duas boas performances de Jessica Lange e Drew Barrymore.
Ainda não vi a perfomance da Sigourney, mas gostei bastante da dupla Jessica e Drew, principalmente a segunda que acabou me surpreendendo um pouco e o filme valeu pelas atuações da dupla. ;)