Últimas Trilhas Sonoras

A Single Man, por Abel Korzeniowski

Desde que Philip Glass nos trouxe um pedaço do paraíso com a trilha sonora de As Horas, nenhum outro compositor conseguiu chegar perto desse feito. Até agora. Abel Korzeniowski realizou um trabalho perfeito em Direito de Amar e conseguiu reproduzir muito dos feitos de Glass: com as composições, Korzeniowski encanta, emociona e ainda tem o poder de deixar qualquer um em plena admiração com o resultado desse álbum. É um trabalho de gênio e a não-inclusão no Oscar é uma das maiores palhaçadas já realizadas na categoria.

New Moon, por Alexandre Desplat

Podem falar mal de todos os aspectos de Lua Nova, mas que ninguém ouse criticar a trilha instrumental de Alexandre Desplat. Eu sei que a coletânea cheia de músicas cool chama mais a atenção, mas não dá pra ficar indiferente com mais um excelente trabalho de Desplat. Impressionante que, mesmo quando se envolve em projetos comerciais, ele nunca perde a sua essência. A música-tema (New Moon), por exemplo, é de verdadeira qualidade. Temos aqui, portanto, um álbum muito bem equilibrado e que merece ser apreciado.

The Boat that Rocked, por Vários

Sabe aquele tipo viciante de coletânea? Pois é, a de Os Piratas do Rock é assim. Transitando entre grandes nomes como Beach Boys, The Kinks, David Bowie, The Who e Jimi Hendrix, esse álbum é um dos mais empolgantes dos últimos tempos. É impressionante como tantas boas músicas foram parar em uma só trilha, que tem o poder de satisfazer todas as gerações que sabem reconhecer o que é música boa.

Nine, por Vários

Não foram as críticas negativas e muito menos a pavorosa bilheteria que me fizeram desacreditar completamente em Nine. O que me desestimulou foi a decepcionante trilha sonora. Dá pra contar nos dedos quais são as músicas interessantes. Ou seja, duas ou três. Temos a empolgação de Cinema Italiano (mais especificamente o remix, não a versão original) e a sensualidade de Take It All. Mas, a que mais me marcou foi My Husband Makes Movies. Na realidade, essa canção só passa a ter grande presença quando assistida no filme – culpa de Marion Cotillard, que a interpreta de forma emocionante. De resto, não dá para se envolver com as estranhas canções sem melodias sequer “cantáveis”.

Fantastic Mr. Fox, por Alexandre Desplat

Está longe de ser um dos melhores trabalhos de Desplat (e muito menos era a trilha dele que merecia ser reconhecida esse ano), mas é impossível não se encantar com a sinceridade de cada faixa. Todas são muito curtas (a maioria tem, em média, um minuto de duração) e o resultado soa rápido demais, como se não desse tempo de apreciar tudo o que se ouve. Portanto, é fundamental ouvir diversas vezes essa trilha que é muito querida, divertida e adorável.

Moon, por Clint Mansell

Ouvi pouca coisa de Clint Mansell, mas sempre fiquei muito impressionado com todas as trilhas dele. Não foi diferente com esse excepcional álbum de Lunar. Assim como o filme, Mansell vai do suspense para o drama em questão de segundos, mas sempre fazendo tudo isso de forma muito habilidosa. É de arrepiar a melancolia de algumas passagens como a de Memories (Someone We’ll Never Know) e a intensidade de tantas outras. Verdade que, em determinados momentos, o álbum começa a se repetir, mas nada que apague o brilho desse ótimo resultado.

7 comentários em “Últimas Trilhas Sonoras

  1. Achei Single Man “Beleza Americana” versao gay. Achei o filme parecido. Gostei da Juliane Moore, que esta otima. Mas o filme em si achei fraco, roteiro fraco. Figurino lindo, claro. Mas filme chatinho.

  2. Vinícius, a trilha de “Direito de Amar” é maravilhosa!

    Mayara, pena que o resultado musical de “Nine” não seja lá essas coisas.

    Kamila, fico impressionado como o Desplat se sai bem até em trabalhos extremamente comerciais…

    Nelson, ainda não ouvi a trilha de “The Road”…

    Weiner, é exatamente isso. A trilha de “Guerra ao Terror” só foi indicada pra fazer guerrinha com “Avatar”, já que nem merecia a nomeação (e é até estranho, já que eles não gostam de indicar dois compositores por uma trilha).

  3. Eu seria incapaz de negar que Desplat é um grande compositor, embora sua última trilha de sucesso expressivo (Benjamin Button) tenha me enjoado depressa. Não ouvi “Fantastic Mr. Fox”, mas tive o prazer de conferir, recentemente, a de “New Moon”, que é realmente o melhor aspecto deste horrível filme. Sobre “A Single Man”, terminei de conferir há dois dias, e fiquei impressionado com o fato do Oscar esnobar-lhe. Impressionado, pra dizer a verdade, nem tanto. Vale mais aumentar uma nomeação nas costas de The Hurt Locker (pra empatar com Avatar e vender a ideia de duelo entre Cameron e Bigelow) do que fazer justiça e apontar o trabalho de Abel Korzeniowski como um dos cinco melhores da temporada. Assino mbaixo: palhaçada pura!

  4. Por mim, A Single Man e The Road estariam indicados. Que trilhas maravilhosas. Mas analisando essa categoria 10 anos atrás para um post no meu blog, como a seleção está fraca. Em 1999 tínhamos Beleza Americana, o que só por isso já eleva a categoria para outro nível. De um modo geral, aliás, o ano de 2009 foi bem inferior a 1999. Como eu disse, eu fiz uma análise relembrando os filmes daquele ótimo ano, com filmes como O Sexto Sentido, Á Espera de um milagre, Quero Ser John Malkovick e tantos outros.

  5. Vou comentar somente as duas com as quais entrei em contato:

    “New Moon”: a trilha do Alexandre Desplat é um dos pontos altos do filme. Ele acrescentou muito à obra. Um belo trabalho dele!

    “Nine”: para um filme musical, temos uma trilha sem uma música marcante, o que é preocupante. Gostei somente de “Cinema Italiano” e das duas canções interpretadas pela Marion Cotillard. Aliás, eu AMEI a voz dela. Achei-a super clássica e com um quê de cantora antiga.

  6. Realmente, a trilha de “A Single Man” é perfeita, e foi mesmo uma palhaçada o Oscar tê-la deixado de fora. Já a trilha de “Nine”, gosto muito das canções que mencionou. Já as outras, aonda não ouvi, mas ficaram como dicas para ouvir futuramente. ;)

  7. Da seleção, sem dúvida a trilha de “A Single Man” tem o maior destaque. Realmente é uma das melhores composições do cinema recente. Das demais, “Mr. Fox” e “Moon” estão entre minhas favoritas da temporada.

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