Cinema e Argumento

53º Festival de Cinema de Gramado #7: “Querido Mundo”, de Miguel Falabella

Nascido e forjado no teatro, Miguel Falabella diz ser diretor de cinema por paixão. Sua estreia como diretor de longas-metragens foi em 2008 com a comédia Polaroides Urbanas, estrelada pela saudosa Marília Pêra. Mais de uma década depois, em 2019, lançou Veneza, filme que viria a inaugurar aquela que pode muito bem ter se tornado a marca de Falabella como contador de histórias no cinema: a fábula. Não tenho maiores simpatias por essa obra que, por outro lado, é defenestrada pela crítica mais pelo preconceito com o tom fabulesco em si do que por sua execução pouco exitosa. A história parece se repetir agora com Querido Mundo, recebido de forma muito mista em sua estreia no 53º Festival de Cinema de Gramado, mas não por mim — aliás, acho que é visível seu amadurecimento como realizador entre um filme e outro.

Tendo como base o espetáculo homônimo escrito por ele próprio em parceria com Maria Carmen Barbosa, Falabella faz de Querido Mundo uma carta aberta ao amor — e a como precisamos de pessoas que verdadeiramente nos escutem. O otimismo é escancarado, o que por si só já considero uma qualidade em tempos de tantas adversidades, e o diretor abraça com gosto a sua verve popular. Para chegar à essência da fábula, o longa, claro, não se furta dos extremos: a protagonista vivida por Malu Galli, por exemplo, passa por todos os tipos de maus tratos nas mãos do marido, assim como o personagem de Eduardo Moscovis é pura inércia diante da amargura de sua agora ex-mulher Otília. Trata-se, no final das contas, da opressão que o bem sofre do mal, matéria-prima de incontáveis fábulas.

Os dias de Elsa (Galli) e Osvaldo (Moscovis) são registrados em preto-e-branco, enfatizando a supressão de cor na existência de duas pessoas que, talvez, nunca tenham recebido amor de verdade, e Querido Mundo não poupa na via crucis até o fatídico momento que conectará suas duas figuras centrais em meio às ruínas — literalmente. Tudo muda a partir daí, inclusive em termos de envolvimento com o filme, talvez pelo melhor aproveitamento da natureza teatral do texto que o diretor emoldura com uma técnica esmerada, da fotografia de Gustavo Habda à direção de arte de Tulé Peake. Em um palco de destroços, Querido Mundo encontra o seu melhor após uma primeira metade que se prolonga na preparação do terreno para o que realmente interessa.

Assim como nas fábulas, as emoções em jogo são puras, e os protagonistas caminham nessa linha tênue entre elas e a ingenuidade. Tanto Elsa quanto Osvaldo têm em comum a derrota — e ela própria, inclusive, diz com todas as letras que ambos são verdadeiros perdedores na vida. Em comum, contudo, há a vontade de reconstruir a vida e o amor, daí o otimismo da obra. Entre os acertos dessa abordagem, muitos pontos devem ser conferidos à Malu Galli, em desempenho que navega entre o drama e a comédia com naturalidade e luminosidade. É também pelo prazer de vê-la em boa química com Moscovis que, mesmo já gostando do resultado como um todo, senti falta de ainda mais espaço para o teatral em Querido Mundo.

53º Festival de Cinema de Gramado #6: “Papagaios”, de Douglas Soares

Segundo dados de 2024 do IBGE, 86,5% dos domicílios brasileiros possuem televiso que recebem sinal analógico ou digital de televisão aberta por meio de antena convencional. Ou seja, nacionalmente, apesar do uso esmagador de celulares e redes sociais, a TV ainda tem presença gigante e influente, moldando o repertório e o imaginário de um país com dimensões continentais. Papagaios, o primeiro longa-metragem de ficção do diretor Douglas Soares, não chega exatamente a situar o espectador em algum recorte de tempo, mas está inserido nessa mitologia midiática para contar a história de um homem que está sempre perseguindo repórteres para aparecer na televisão — o famoso “Papagaio de Pirata”.

O protagonista se chama Tunico (Gero Camilo), e tudo mudo quando ele conhece Beto (Ruan Aguiar), jovem misterioso que se torna seu aprendiz após um grave — e suspeito — acidente. Basta prestar atenção em como se dá essa aproximação entre os dois para já suspeitar que Papagaios não será apenas sobre a busca pela fama. Pelo contrário: gradativamente, Douglas Soares, a partir de roteiro próprio e de argumento desenvolvido com Humberto Carrão, coloca outros ingredientes na mistura, com destaque para o suspense e para, claro, diversas pitadas de humor, muitas delas vindas de todo o magnífico repertório de um ator como Gero Camilo e outras de participações como as de Leo Jaime, em papel importante na trama.

A busca pela fama e o culto à celebridade terminam por ser a porta de entrada para um filme praticamente de gênero. Soares assume o uso do suspense para mostrar como a necessidade de validação do olhar alheio é capaz de colocar o ser humano à beira da insanidade. No entanto, nada se desenha da maneira esperada, e Papagaios vai avançando com ritmo próprio, sem entregar nada de mão beijada para o espectador. Há, inclusive, um constante incômodo na maneira como a dinâmica entre Tunico e Beto se estabelece, ora através de silêncios recíprocos, ora através de cenas tão interessantes quanto inusitadas, como aquela em que ambos dançam frente ao espelho em um ritual de disputa por protagonismo.

Às vezes, a mistura de gêneros prejudica a clareza das intenções de Papagaios, que se encontra de verdade quando busca investigar mais afundo seus personagens. É certo que o Tunico de Gero Camilo recebe os holofotes de bandeja, tanto pelo brilhantismo atual de seu ator quanto pela formatação do filme, mas não poderia deixar de citar aqui a presença de Ruan Aguiar, que faz dupla com Camilo. O jovem ator não titubeia ao incorporar um personagem de difícil construção: não só Beto é alguém de pouquíssimas palavras como ainda carrega camadas desajustadas e de sociopatia fundamentais para a modelagem do suspense. Sua presença traz as melhores surpresas de Papagaios, uma obra intrigante e avessa a definições simples.

53º Festival de Cinema de Gramado #5: “Nó”, de Laís Melo

É no mínimo inspirador quando nos deparamos com obras que ressignificam abordagens e invertem a lógica de temáticas já tão desgastadas ou estereotipadas na arte. Vejam , por exemplo, que abre a mostra competitiva de longas-metragens brasileiros do 53º Festival de Cinema de Gramado. No filme de Laís Melo, a classe trabalhadora é vista pelos olhos de Glória (Saravy), mulher há pouco divorciada e que, enquanto tenta fazer da nova casa um lar, ainda enfrenta, no chão da fábrica, a delicada disputa por uma vaga de supervisora entre colegas e sua melhor amiga. Há um pouco de tudo em — o cansaço materno, a ausência masculina, as pequenas hostilidades do trabalho, as impossibilidades financeiras —, exceto o caminho da miséria ou da estilização do sofrimento.

Nas palavras da própria diretora, o filme se apresenta como “um cinema que não é ocupado pela masculinidade cisgênera”, mas vai além: é  também um cinema que não procura discursos ou lições prontas de moral. Com grande delicadeza, o roteiro assinado por Melo e pela protagonista Saravy mergulha nas vivências familiares a partir de um viés feminino que busca a estética da dignidade. Glória tem uma vida bagunçada, mas, de algum jeito, tudo também está no lugar. Ela e as filhas passam por momentos difíceis, o que, ao mesmo tempo, não é motivo para a falta de aconchego. E se há disputa no trabalho, ela não abala a relação entre duas pessoas que, nas dificuldades laborais, encontram identificação e acolhimento. Movendo o foco do desespero para o afeto, se cristaliza.

A câmera de Laís Melo é sucinta em movimentos e transições para exercitar a observação das personagens. Elas fluem em cena livres e com naturalidade, também em função da ótima direção de atores e principalmente da performance de Saravy, impecável na verossimilhança e na sensibilidade com que abraça uma personagem fiel à vida real. Sua performance naturalista e sem qualquer vaidade — destaque para a cena do depoimento na audiência ao qual seu ex-marido não comparece — traz beleza a um relato afeito a cotidianidades em detrimento de fatos ou reviravoltas. Por isso mesmo, a metáfora dos “nós” que aparecem no corpo da protagonista em forma de nódulos parece apenas uma distração. Não só ela pouco acrescenta ao que já sabemos sobre a personagem como não surte a potência esperada, especialmente se considerarmos seu holofote no título e na intenção de construir um pequeno grand finale.

53º Festival de Cinema de Gramado #4: “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro

Os contadores de histórias contemporâneas têm despertado para as reflexões envolvendo os desejos reais do envelhecimento. Gabriel Mascaro está entre eles: diretor de filmes como Boi Neon e Divino Amor, o pernambucano conquistou o Urso de Prata no último Festival de Berlim com O Último Azul, onde reflete sobre a jornada de uma mulher de 77 anos que, de repente, se vê obrigada a se mudar para uma colônia de moradias para idosos a partir de uma ordem oficial do governo. Entretanto, Tereza (Denise Weinberg) se recusa a obedecer às normas desse Brasil distópico. Ela ainda tem autonomia e, mais do que tudo, vontades próprias — e não pensará duas vezes antes de buscar caminhos para preservá-las.

Para tanto, a protagonista se envereda em um boat movie: cruzando as águas da Amazônia, ela encontra pessoas que podem ser o vislumbre da realização de um sonho antigo (ela enfim quer voar, mesmo que o governo tenha bloqueado sua autonomia de fazer compras sem autorização prévia da família) ou que, invariavelmente, deixarão marcas capazes de modificar sua perspectiva de vida. O ponto de partida é belo na medida em que o cinema costuma tratar os corpos envelhecidos apenas pela ótica da finitude, da nostalgia ou de uma certa inadequação diante da velocidade moderna, tudo o que Tereza rechaça por princípio e lucidez.

Com narrativa enxuta — por vezes, até demais —, O Último Azul é econômico na duração e na palavra, o que permite que Mascaro explore muito bem elementos como a criativa trilha sonora assinada por Memo Guerra e as paisagens da Amazônia, que, para além da estética, contribuem para os diferentes estados de espírito da protagonista ao longo da projeção. Há lacunas que o filme deixa para o espectador preencher, especialmente sobre a vida pregressa de coadjuvantes como o Cadu de Rodrigo Santoro, homem de coração partido que, solitário em um barco, é o primeiro a cruzar o caminho de Tereza nessa fuga com sentido de libertação.

O Último Azul não segue a mesma linha de Divino Amor no que tange a brincadeira com a distopia. Sacadas como a do “cata-velho”, veículo que apreende idosos em situações irregulares com o governo, são breves, o que é coerente com a natureza do filme como um todo. Acontece que nem sempre tanta economia trabalha necessariamente a favor de uma obra, e isso acaba trazendo certa dualidade para O Último Azul, um trabalho elegante no comprometimento com o mínimo de distrações em detrimento da jornada pessoal de sua personagem, mas, com frequência, deixa pelo caminho incompletudes que causam distanciamento com a protagonista e com a mensagem do roteiro.

53º Festival de Cinema de Gramado #3: um guia completo para acompanhar a programação

Kikito já recebe os visitantes no pórtico de Gramado. Foto: Cleiton Thiele / Pressphoto

O 53º Festival de Cinema de Gramado começa hoje, quarta-feira (13), e segue até 23 de agosto na Serra Gaúcha. O mais tradicional e antigo evento cinematográfico ininterrupto do Brasil reunirá na cidade centenas de convidados, entre cineastas, artistas, jornalistas e estudantes, além de um público apaixonado por cinema. Serão exibidos 74 filmes, entre curtas e longas, com destaque para as cinco mostras competitivas de longas-metragens brasileiros de ficção (6), documentários (4), curtas nacionais (12), longas gaúchos (5) e curtas gaúchos (18), além de produções universitárias, títulos fora de competição, pré-estreias de séries e atividades que vão de homenagens a debates, passando por encontros de mercado e exibições especiais. A curadoria de longas brasileiros e documentais deste ano, assinada pelo ator e diretor Caio Blat, pela atriz Camila Morgado e pelo jornalista e crítico Marcos Santuario, reafirma Gramado como primeira janela para importantes lançamentos da cinematografia brasileira. 

Nos dias 13 e 14, quarta e quinta-feira, a nova geração de realizadores ganha espaço com a 1ª Mostra Nacional de Cinema Estudantil Educavídeo e a tradicional Mostra Educavídeo. A primeira reúne curtas-metragens de alunos do ensino fundamental e médio de estados como Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pernambuco. Já o Educavídeo, projeto que oferece capacitação em audiovisual para estudantes de Gramado, soma mais de 110 produções ao longo de sua história. 

Nesta edição, estão confirmadas as presenças de  Bárbara Paz, Bruna Linzmeyer, Camila Márdila, Danielle Winits, Denise Fraga, Denise Weinberg, Douglas Soares, Edson Celulari, Eduardo Moscovis, Gabriel Mascaro, Gero Camilo, Ícaro Silva, Igor Fernandez, Johnny Massaro, Laís Melo, Leo Jaime, Malu Galli, Marcélia Cartaxo, Mariza Leão, Miguel Falabella, Rodrigo Santoro, Sergio Rezende e Xamã, entre outros artistas e realizadores.

O Último Azul, de Gabriel Mascaro, é o filme de abertura e será exibido fora de competição.

SEXTA-FEIRA, 15 DE AGOSTO

A programação na sexta-feira (15) começa às 8h30 no Palácio dos Festivais, que recebe a Sessão Infantil, com entrada franca, e a première mundial da série Comer, Beber e Aprender — uma mistura de live action, animação e documentário que acompanha a curiosa Helena (Helenna Fernandes) explorando receitas e tradições culinárias no Vale do Capão (BA).

A data também marca a cerimônia de abertura oficial do festival. A programação começa às 16h, com apresentação da Orquestra Sinfônica de Gramado na Rua Coberta, e segue para o Palácio dos Festivais com a entrega do troféu Kikito de Cristal para o homenageado Rodrigo Santoro. Em agosto, o ator completa 50 anos e celebra mais de três décadas de carreira. Logo após a homenagem, será exibido, fora de competição, o longa O Último Azul, de Gabriel Mascaro, estrelado por Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Adanilo e Miriam Socarrás. Inédito no Brasil e vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim deste ano, o filme também conquistou o Prêmio do Júri Ecumênico e o troféu de Melhor Filme Ibero-americano de Ficção no Festival Internacional de Cine en Guadalajara, onde Weinberg recebeu o prêmio de melhor interpretação. O longa é situado na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo.

 
SÁBADO, 16 DE AGOSTO

No sábado (16), a Sociedade Recreio Gramadense recebe, a partir das 10h30, a 9ª edição do Conexões Gramado Film Market, segmento mercadológico do festival que reúne profissionais, produtores, instituições e players do audiovisual para debater tendências, promover negócios e fortalecer o ecossistema do setor. A abertura contará com a presença de Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, seguida do painel “Audiovisual promovendo o turismo e o soft power brasileiro”, com Marcelo Freixo (presidente da Embratur), Rosa Helena Volk (presidente da Gramadotur, autarquia municipal que realiza o festival) e Gisela Perez Fonseca (coordenadora institucional do Festival Internacional de Cinema de Cartagena).

Às 12h30, na fábrica Cristais de Gramado, o homenageado Rodrigo Santoro receberá a imprensa para um dos mais tradicionais momentos do festival. O ator participará da produção artesanal do troféu Kikito de Cristal que será entregue ao seu sucessor no próximo ano e, depois, concederá uma entrevista coletiva. Com o auxílio do mestre do cristal Marcelino Dias, Rodrigo Santoro dará forma ao troféu em cristal murano com folha de ouro 24k. O Kikito de Cristal é a única premiação no cinema mundial em que o homenageado participa da produção do troféu a ser entregue ao seu sucessor. 

Também no sábado, no Teatro Elisabeth Rosenfeld, começa a VIII Mostra de Filmes Universitários, promovida pelo Conexões Gramado Film Market e dedicada a produções de até 20 minutos realizadas por estudantes de instituições de ensino superior. E o Palácio dos Festivais recebe a primeira sessão da Mostra de Curtas Gaúchos – Prêmio Assembleia Legislativa, vitrine para a produção audiovisual do Rio Grande do Sul.

A Mostra Competitiva de Longas-Metragens Brasileiros tem início no sábado, às 18h, com o filme , de Laís Melo. Rodado em Curitiba (PR), o longa acompanha Glória, mulher que atravessa um divórcio conturbado, enfrenta dificuldades financeiras e precisa concorrer a uma vaga de supervisora na fábrica onde trabalha, ao mesmo tempo em que luta pela guarda das três filhas. A obra integra a seleção de seis longas inéditos no Brasil que disputam o Kikito nesta edição. Encerrando a programação no Palácio dos Festivais, às 20h, a noite conta ainda com a sessão hors-concours do lançamento da série Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente, de Marcelo Gomes e Carol Minêm.

 
DOMINGO, 17 DE AGOSTO

No domingo, 17 de agosto, acontece a estreia de Papagaios, dirigido por Douglas Soares, produção integrante da Mostra Competitiva de Longas Brasileiros. Ambientado no Rio de Janeiro, o filme acompanha Tunico (Gero Camilo), o “Papagaio de Pirata” mais famoso da cidade, que vive aparecendo atrás de repórteres na TV. Após um acidente, ele conhece um jovem misterioso que se torna seu aprendiz em um país com mais de 70 milhões de televisores ligados todos os dias. No elenco, também estão Ruan Aguiar, Leo Jaime, Ernesto Piccolo e Angela Paz.

O dia também conta com a cerimônia de premiação do Prêmio Assembleia Legislativa – Mostra de Curtas Gaúchos. Nesta edição, 18 títulos formam um mosaico plural e descentralizado, reunindo produções realizadas na capital e em outras dez cidades gaúchas. A solenidade contará ainda com a entrega do Troféu Sirmar Antunes para a atriz Gloria Andrades. A distinção foi instituída pela Assembleia Legislativa em 2022 para premiar profissional de trajetória consagrada em produções gaúchas de curta e média metragem. Já no Conexões Gramado Film Market, o painel “Audiovisual construindo destinos”, abordará o papel do cinema na promoção turística. Participam Carolina Cordero, Christiano Braga e Joana Braga, representando iniciativas como a POA Film Commission, RedIberofic e Refic. Também estão na programação do dia debates sobre filmes e séries exibidos no evento, além de novas atividades da programação universitária.

Mariza Leão receberá o Troféu Eduardo Abelin. Foto: Ana Alexandrino.

SEGUNDA-FEIRA, 18 DE AGOSTO

A produtora Mariza Leão, que será homenageada com o Troféu Eduardo Abelin na segunda-feira, dia 18 de agosto, recebe a imprensa às 11h para uma coletiva de imprensa na Sociedade Recreio Gramadense, conversando com os jornalistas sobre sua trajetória, conquistas e projetos em andamento. Nome de referência na produção nacional, Mariza soma mais de 50 anos de carreira à frente da Morena Filmes, produtora que fundou com seu marido, o diretor Sérgio Rezende. Em cinco décadas dedicadas ao audiovisual, ela assinou títulos que juntos ultrapassam 20 milhões de espectadores. 

À tarde, começam as exibições da Mostra Competitiva SEDAC/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos com a sessão de Uma em Mil, de Jonatas e Tiago Rubert. Durante o dia, haverá ainda o II Encontro dos Ecossistemas Audiovisuais do Rio Grande do Sul, atividade do Conexões Gramado Film Market, e a Mostra Infantil Petrobras.

No Palácio dos Festivais, a noite começa com a cerimônia de homenagem a Mariza Leão, seguida da Mostra Competitiva de Longas-Metragens Brasileiros, com a exibição de Querido Mundo, dirigido por Miguel Falabella. O filme investiga um encontro improvável na véspera de Ano Novo: a queda de uma ponte, durante uma noite de tempestade, une os caminhos de Elsa (Malu Galli) e Oswaldo (Eduardo Moscovis), que acabam por se encontrar nos escombros de um prédio abandonado no Rio de Janeiro. A trama conta ainda com Marcello Novaes, Danielle Winits, Cintia Rosa e Pia Manfroni no elenco. No segundo bloco da noite, a partir das 20h, também será exibido o primeiro programa da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Brasileiros.

 
TERÇA-FEIRA, 19 DE AGOSTO

Marcélia Cartaxo será homenageada com o Troféu Oscarito. Foto: Edison Vara/Pressphoto.

O dia começa com uma intensa programação de painéis no Conexões Gramado Film Market, sessões nas mostras competitivas de longas e curtas, atividades do Cinema nos Bairros e exibições especiais. Às 14h, no Palácio dos Festivais, Quando a Gente Menina Cresce, de Neli Mobelli, é o segundo título em exibição na Mostra Competitiva SEDAC/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos.

A terceira homenageada do festival é Marcélia Cartaxo, que recebe, na terça-feira, 19, o Troféu Oscarito, pelos seus mais de 40 anos de destaque no cinema brasileiro. A atriz paraibana ficou conhecida pela interpretação de Macabéa, em A Hora da Estrela (1985), longa dirigido por Suzana Amaral, baseado no livro homônimo de Clarice Lispector. O papel rendeu a ela o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim de 1986. Também atuou em longas como A Mãe (2022), Pacarrete (2019), O Céu de Suely (2006) e Madame Satã (2001). A coletiva de imprensa será ao meio-dia, na Sociedade Recreio Gramadense.

Na terça-feira, o festival apresenta a estreia nacional de A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo, na Mostra Competitiva de Longas-Metragens Brasileiros. O filme acompanha Glória (Laura Brandão), uma menina de 10 anos que passa as férias no hospital onde sua mãe trabalha como enfermeira. Lá ela conhece Sofia (Serena), que está convencida de que a piora na saúde da bisavó é causada pela internação no hospital. Unidas pelo desejo de sair dali, as crianças encontram conforto na companhia uma da outra. O elenco também traz nomes como Larissa Mauro, Camila Márdila e Aline Marta Maia. Com passagem por festivais como o de Guadalajara, Cartagena e Seattle, o longa é produzido pela Moveo Filmes e distribuído pela Vitrine Filmes.

 
QUARTA-FEIRA, 20 DE AGOSTO

A programação no Palácio dos Festivais começa às 14h, com a exibição de Bicho Monstro, de Germano de Oliveira, na Mostra Competitiva SEDAC/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos.

A partir das 18h o festival apresenta a estreia brasileira de Sonhar com Leões, de Paolo Marinou-Blanco, que integra a Mostra Competitiva de Longas-Metragens Brasileiros. No filme tragicômico, Gilda (Denise Fraga), imigrante brasileira em Lisboa, descobre ter um ano de vida e deseja partir preservando a própria dignidade. Em seguida, acontece a primeira sessão competitiva de documentários brasileiros, com Para Vigo Me Voy!, de Lírio Ferreira e Karen Harley. O longa teve estreia mundial no último Festival de Cannes e apresenta a obra e a trajetória pessoal de Cacá Diegues. 

O festival também promoverá, na quarta-feira, debates, atividades do Cinema nos Bairros – Mostra Infantil Petrobras, a Mostra Competitiva SEDAC e a Mostra Cinema Francês, no Theatro Elisabeth Rosenfeld. O Conexões Gramado Film Market realiza a partir das 9h, no Museu do Festival de Cinema de Gramado, a rodada de negócios ‘Conexões Diretas’, com a participação de Cinémage, Circular Media, Disney, Fahrenheit/Antártica, Grupo Globo, Limonero Films, O2 Play e Urban.

 
QUINTA-FEIRA, 21 DE AGOSTO

O filme Rua do Pescador Nº 6, de Bárbara Paz, será exibido às 14h, na Mostra Competitiva SEDAC/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos, no Palácio dos Festivais. A partir das 18h, a programação segue com a Mostra Competitiva de Longas-Metragens Brasileiros, que apresenta o longa Cinco Tipos de Medo, de Bruno Bini. Murilo (João Vitor Silva), um jovem músico que vive um luto, se envolve com Marlene (Bella Campos), uma enfermeira que está em um relacionamento abusivo com um traficante. Suas histórias se cruzam com as de Luciana (Bárbara Colen), policial movida por vingança, e de Ivan (Rui Ricardo Diaz), advogado com intenções ocultas. Na sequência, haverá duas sessões da Mostra Competitiva de Documentários Brasileiros, com Lendo o Mundo, de Catherine Murphy e Iris de Oliveira, e Os Avós, de Ana Ligia Pimentel.

O dia também será marcado por uma programação especial dedicada às mulheres no audiovisual dentro do Conexões Gramado Film Market, com o Programa Internacional + Mulheres do Audiovisual Brasileiro. As atividades incluem ainda a Mostra Cinema Francês no Theatro Elisabeth Rosenfeld, a Mostra Infantil Petrobras em dois horários e debates com realizadores.

 
SEXTA-FEIRA, 22 DE AGOSTO

A Mostra Competitiva SEDAC/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos apresenta mais uma sessão na sexta-feira (22), com Passaporte Memória, de Decio Antunes. A programação segue com a sessão da Mostra Competitiva de Documentários Brasileiros, que exibe Até Onde a Vista Alcança, de Alice Villela e Hidalgo Romero.

O segundo bloco no Palácio dos Festivais se inicia com a cerimônia de premiação do Prêmio SEDAC/Iecine de Longas-Metragens Gaúchos, incluindo as entregas do Prêmio Leonardo Machado para Araci Esteves e dos Prêmios Iecine para o filme “Um é Pouco, Dois é Bom”, para Victor Di Marco e Márcio Picoli e para Gustavo Spolidoro – nas categorias Destaque, Inovação e Legado, respectivamente. Em seguida, o público confere a premiação da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Brasileiros.

O dia terá ainda debates, lançamentos de livros, atividades do Cinema nos Bairros e uma Mostra de Realidade Virtual, que integra a programação do Conexões Gramado Film Market.

 
SÁBADO, 23 DE AGOSTO

O Festival de Cinema de Gramado termina no dia 23 de agosto, com a entrega dos Kikitos aos vencedores das mostras de Longas-Metragens Brasileiros e Longas-Metragens Documentais. A cerimônia, que será transmitida ao vivo pelo Canal Brasil diretamente do Palácio dos Festivais para todo o país, terá início às 21h.

Mais cedo, às 15h, acontece a exibição especial de Luz, Magia e Emoção: uma jornada de 40 anos de Natal, de Bianca Fioreze”, no Theatro Elisabeth Rosenfeld.

Outras informações e a programação completa estão disponíveis no site do festival.