Uma das raríssimas atrizes agraciadas com o Oscar pelo papel certo, Olivia Colman é um furacão em A Favorita. Mesmo quando ela não está em cena, o filme de Yorgos Lanthimos respira a sua presença, o que não é pouca coisa, especialmente quando também temos Rachel Weisz e Emma Stone em momentos inspirados. Não há como contestar: é genial a forma como ela dá vida à conturbada rainha Anne, sempre com muita humanidade e sem cair no risco de torná-la caricata. E a missão era muito difícil, visto que a personagem transita por uma gama de emoções com extrema velocidade e tem na insanidade a matéria-prima para variáveis de drama e humor.
Quando questionada sobre como conduziu sua performance, Olivia pede desculpas e revela que ela, como atriz, não têm processos muito claros. Isso pode ser motivo de decepção para muitos entrevistadores (o que ela mais cita sobre sua vivência em A Favorita é o fato de ter comido muito durante as gravações), mas talvez seja a sua maior qualidade como intérprete. Esse mistério de não se encaixar em definições fáceis e que lhe permite ser escalada para qualquer papel acabou encantando Yorgos Lanthimos, que deu a Colman o palco perfeito para ela criar o tipo de performance que define uma carreira. Ainda disputavam a categoria: Camila Morgado (Vergel), Glenn Close (A Esposa), Lupita Nyong’o (Nós) e Scarlett Johansson (História de Um Casamento).
EM ANOS ANTERIORES: 2018 – Karine Teles (Benzinho) | 2017 – Jennifer Lawrence (Mãe!) | 2016 – Isabelle Huppert (Elle) | 2015 – Camila Márdila e Regina Casé (Que Horas Ela Volta?) | 2014 – Rosamund Pike (Garota Exemplar) | 2013 – Adèle Exarchopoulos (Azul é a Cor Mais Quente) | 2012 – Tilda Swinton (Precisamos Falar Sobre o Kevin) | 2011 – Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg (Melancolia) | 2010 – Carey Mulligan (Educação) | 2009 – Kate Winslet (Foi Apenas Um Sonho) | 2008 – Meryl Streep (Mamma Mia!) | 2007 – Marion Cotillard (Piaf – Um Hino ao Amor)