Foi o show da banda britânica Keane, no Credicard Hall, em São Paulo, lá em meados de abril de 2013, que me apresentou ao agora amigo Iradilson Costa. Pela música, descobri que esse paraibano também é um grande fã de cinema, e hoje, depois de quase quatro anos, já tenho uma série de opiniões em comum com ele, mas o mais importante: mesmo na hora de discordar, a troca é sempre amigável e divertida. Quem dera todas as trocas de ideia se dessem dessa maneira na internet. Para a nossa coluna, Iradilson selecionou desempenhos de alto nível, indo do clássico ao contemporâneo. Enquanto a grande Vivien Leigh e a dupla Victor Moore e Beulah Bondi fazem sua estreia no rol de atores mencionados pelos nossos convidados em mais de 30 edições da coluna até aqui, Daniel Day-Lewis conquista agora um bicampeonato ao ser novamente lembrado por seu irrepreensível desempenho em Sangue Negro. Confiram!
Victor Moore & Beulah Bondi (A Cruz dos Anos)
A Cruz dos Anos foi citado pelo Orson Welles como o filme mais triste que ele conhecia. Jean Renoir e John Ford também admiravam demais este trabalho. Não é um exagero. O casal que protagoniza o filme, interpretados por Victor Moore e Beulah Bondi, faz um trabalho inesquecível, entregando cenas carregadas de emoção. Recordo que na época que vi o filme pela primeira vez eu quase obriguei alguns amigos a assistirem também. Recomendo muito, pois é paixão eterna pelo casal de idosos mais maravilhoso do cinema.
Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
Sangue Negro é um filme árido, seco e muito difícil de acompanhar. E essa aridez é perfeitamente casada à interpretação do Daniel Day-Lewis neste belíssimo longa. Desde os seus primeiros e silenciosos momentos até o final impressionante, Sangue Negro está em função do Day-Lewis. Seus olhares, o peso dos seus movimentos, seus gritos… Tudo é um triunfo. É digna de nota, também, a interação do Day-Lewis com o Paul Dano, que foi injustamente esquecido nas principais premiações daquela temporada.
Vivien Leigh (Uma Rua Chamada Pecado)
Minha relação com a peça Um Bonde Chamado Desejo é antiga. Elia Kazan torna o material do Tennessee Williams um filme intenso e tão bom quanto o material original. Vivien Leigh carrega com muita competência as nuances da sua personagem. Destaco também a interação com o também excelente Marlon Brando, que torna os embates mais intensos do filme em densos materiais de estudo sobre dramaturgia, cinema e adaptação.
Opa, continuando!
Não conheço ‘A Cruz dos Anos’, mas o comentário do Iradilson sobre as atuações de Victor Moore e Beulah Bondi foi tão bacana, que fiquei curiosa para conferir.
É bem bonito!
Kamila, eu também não conhecia “A Cruz dos Anos”, mas também vou seguir a dica do Iradilson!
Não conheço “A Cruz dos Anos