Foi um encontro no Festival de Cinema de Gramado em 2012 que revelou ao diretor gaúcho José Pedro Goulart quem seria o diretor de fotografia de Ponto Zero, o seu primeiro longa depois de célebres curtas-metragens como O Dia Em Que Dourival Encarou a Guarda e O Pulso. E o encontro foi com ninguém menos que Affonso Beato, responsável pela fotografia de filmes como Tudo Sobre Minha Mãe, Carne Trêmula e A Rainha, que sugeriu a Goulart o nome de Rodrigo Graciosa, com quem Beato havia convivido em uma temporada na Oficina de Direção de Fotografia que ministra na TV Globo. A sugestão foi aceita, e o resultado correspondeu ao voto de confiança: em Ponto Zero, Graciosa realiza um trabalho excepcional ao registrar, no poder das imagens, a claustrofóbica vida de um garoto preso a um ambiente familiar problemático e que, em uma noite de libertação, enfrenta uma cidade chuvosa e mergulhada na imensa escuridão da noite. No desenho de luz, conforme o próprio Graciosa explica, o conceito para a casa de Ênio (Sandro Aliprandini) foi a luz vir de fora, convidando o garoto a sair. Já nas noturnas, foi construir uma atmosfera opressora. Trabalhando com dois balizadores – a iluminação pública de Porto Alegre para as externas noturnas com a livre movimentação dos atores e a câmera nos interiores – a fotografia transita por propostas muito diferentes (a vida de Ênio à luz do dia e seu delírio fantástico à noite), mas todas em perfeita sintonia na unidade do filme. Ainda disputavam a categoria: A Bruxa, A Chegada, Fogo no Mar e O Regresso.
EM ANOS ANTERIORES: 2015 – Macbeth: Ambição e Guerra | 2014 – Ida | 2013 – Gravidade | 2012 – As Aventuras de Pi | 2011 – A Árvore da Vida | 2010 – Direito de Amar | 2009 – Quem Quer Ser Um Milionário? | 2008 – Ensaio Sobre a Cegueira
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Não assisti ao filme vencedor, então, dos indicados, meu voto iria para “O Regresso”.
Kamila, “O Regresso” quase levou essa categoria! :)