Baseado no conto In Another Country, de David Constantine, 45 Anos reafirmou Andrew Haigh como um talentoso contador de histórias sobre as relações humanas. Dessa vez, no entanto, era difícil prever que ele tivesse tanta maturidade guardada entre suas habilidades. Isso porque o retrato de um casamento que começa a desmoronar a partir de uma notícia aparentemente banal é verossímil a ponto de nos fazer acreditar que Haigh, também autor do roteiro, já tenha experimentado tudo aquilo na vida. Tanto o naturalismo com que ele constrói as cenas quanto a forma angustiante com que o filme envolve o espectador mostram que o roteiro é grande em forma e conteúdo, o que é raro em uma história extremamente desafiadora por si só. Afinal, como narrar com a devida inteligência os dias de uma mulher, que, beirando os 70 anos, vê toda uma história de vida que acreditava ser certa desabar? Não há dúvidas: Andrew Haigh mostra o caminho. Ainda disputavam a categoria: Dívida de Honra, Expresso do Amanhã, Macbeth: Ambição e Guerra e Whiplash: Em Busca da Perfeição.
EM ANOS ANTERIORES: 2014 – Garota Exemplar | 2013 – Azul é a Cor Mais Quente | 2012 – Precisamos Falar Sobre o Kevin | 2011 – A Pele Que Habito | 2010 – Direito de Amar | 2009 – Dúvida | 2008 – Desejo e Reparação | 2007 – Notas Sobre Um Escândalo
Como não assisti a “45 Anos”, dos seus indicados, meu voto iria para “Whiplash – Em Busca da Perfeição”.
Kamila, seria a minha escolha se “45 Anos” não estivesse na disputa!