Magic Mike XXL

You down for a little fun tonight?

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Direção: Gregory Jacobs

Roteiro: Reid Carolin

Elenco: Channing Tatum, Matt Bomer, Joe Manganiello, Kevin Nash, Jada Pinkett Smith, Gabriel Iglesias, Adam Rodriguez, Andie MacDowell, Elizabeth Banks, Rhoda Griffis, Juan Piedrahita

EUA, 2015, Comédia, 115 minutos

Sinopse: Após um tempo fora de cena, Mike (Channing Tatum), se reúne novamente com antigos colegas, como Richie (Joe Manganiello) e Ken (Matt Bomer), em uma “road trip”. O destino é Myrtle Beach, em Miami, onde o grupo pretende fazer uma última grande turnê de despedida. (Adoro Cinema)

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É frequente a identificação de um ator com um projeto estragar boas ideias. Sarah Jessica Parker sabe bem o que é isso (a insistência dela em fazer de Sex and the City uma franquia de cinema estacionou em uma desastrosa continuação em 2010), e Channing Tatum também deve estar provando um pouco do mesmo com Magic Mike XXL, sequência do filme estrelado por ele três anos atrás. Claro que os dois atores, ambos produtores de seus respectivos longas, encheram o bolso de dinheiro, mas nenhum conseguiu desfrutar da sensação de engordar a poupança com um reconhecimento além do financeiro. Sim, Magic Mike XXL é mais uma desculpa para Tatum reencontrar os amigos, viajar pelos Estados Unidos e reviver os seus dias de dançarino… Mas, assim como em Sex and the City 2, a diversão está apenas do outro lado da tela. Nós, espectadores, não somos convidados para a festa.

Na contramão do que o título indica, tudo é menor em Magic Mike XXL. O diretor Steven Soderbergh, que supostamente se aposentou da condição de dirigir filmes, não retornou ao cargo, deixando o comando para Gregory Jacobs (do esquecível 171). O agora oscarizado Matthew McCounaghey também não embarcou na continuação, já que os produtores não entraram em um acordo quanto ao seu salário. Por fim, há boatos que Alex Pettyfer não se entendeu com Tatum nos bastidores do longa anterior e preferiu ficar de fora da sequência. Ou seja, Magic Mike XXL já começa com uma equipe desfalcada para contar uma história que… Bom, que história mesmo? Aqui basta saber que o Mike do título cansou da sua acomodada vida de homem trabalhador e comprometido, e a solução nada mais é do que reencontrar seus amigos strippers para uma última viagem do grupo.

Se o primeiro filme já era cheio de problemas em relação ao fato da história não ter consistência alguma, a continuação segue tropeçando com suas desculpas esfarrapadas para movimentar a trama. Não há qualquer complemento ao que já vimos antes, o que torna Magic Mike XXL uma continuação desnecessária como tantas outras. Antes fosse, contudo, um projeto que se utilizasse de desculpas bobas para construir algo divertido, mas o que o filme entrega é muito pouco para tantas publicidades e promessas que cercaram a estreia. O roteiro de Reid Carolin, que fez o movimento certo de se desviar do excessivo drama do filme anterior, não acerta nos princípios básicos para um filme dessa premissa funcionar, o que significa que falta sentirmos de verdade a tal amizade do grupo (todos parecem viver vidas independentes, juntando-se apenas para farrear e eventualmente discutir dilemas sexuais, como o fato de um deles não conseguir transar por ter um pênis muito grande!) e, principalmente, um envolvimento maior com as personalidades dessas figuras indiscutivelmente rasas.

Por se tratar de um longa em que os personagens caem na estrada, Magic Mike XXL deveria se atentar às clássicas necessidades de um road movie. E novamente a missão não é cumprida: a trupe de Mike estaciona em diferentes lugares a partir – adivinhem! – de motivos frequentemente forçados e encontram pessoas de conflitos desinteressantes ou para lá de óbvios, como as mulheres de classe alta entediadas com os maridos e que passam uma noite inesquecível confraternizando com os strippers. Ninguém aparentemente muda ou evolui ao longo da jornada, a geografia não influencia o espírito dos personagens e, ao fim da estrada, o trajeto não dá indícios de ter pontuado algo marcante na vida deles. Entre uma parada e outra, Tatum, que recentemente esteve ótimo em Foxcatcher, dança bastante e nós entendemos o quanto ele é bom nisso (tanto que os outros só vão de fato ter alguma oportunidade de maior destaque no final, mas, de novo, faltou mais música, diversão e, principalmente ousadia, já que, aos interessados, nem a nudez de Magic Mike XXL despertará grandes emoções). Estranhamente, a timidez aumentou – e a nossa diversão seguiu um caminho inversamente proporcional.

2 comentários em “Magic Mike XXL

  1. Existem filmes que nem deveriam ter continuação. “Magic Mike” é um deles. Acho que a história chega a um ciclo final no primeiro filme.

    • Kamila, o primeiro “Magic Mike”, pelo menos para mim, já era uma grande decepção. Sinceramente, não sei quem encomendou essa continuação!

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