
O suspense Isolados é o filme de abertura do 42º Festival de Cinema de Gramado.
Em dia que os paulistas começam a celebrar o retorno do Festival de Paulínia, a serra gaúcha também manda lembranças ao circuito de festivais com novidades para a 42ª edição de seu Festival de Cinema de Gramado, que acontece de 8 a 16 de agosto. Se os eventos tem dois filmes em comum em suas mostras competitivas (Infância, de Domingos Oliveira, e Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas), as propostas de cada um se mostram bem distintas.
Gramado anunciou hoje (22) que abre sua programação com o suspense Isolados. Protagonizado por Bruno Gagliasso e Regiane Alves, o filme marca o último trabalho no cinema do agora saudoso José Wilker, que desde 2012 era curador do Festival e anos antes tinha sido apresentador do evento em diversas edições. É um agradecimento do Festival a Wilker – e, certamente, um carinho que falará mais do que qualquer resultado do filme. O quarteto de homenagens desta edição também foi divulgado. A força das distinções entregues por Gramado é um diferencial (mesmo com a sentida falta de uma dama entre os homenageados deste ano), e em 2014 a multiplicidade de perfis é uma marca.
Recebendo o Troféu Oscarito (destinando a grandes atores) está o paulista Flávio Migliaccio, que em muito se assemelha a vários nomes do cinema estadunidense como Margo Martindale e Richard Jenkins. Ou seja, é aquele ator que tem uma extensa filmografia, mas cujo nome não está na ponta da língua do público – seja por nunca ter tido um grande papel ou um sucesso estrondoso de público. Isso é ruim? Longe disso. É até raro encontrar uma homenagem como essa, que celebra um ator talentoso, trabalhador e que já atuou com as mais variadas gerações de profissionais e que sempre se manteve em cena.

Responsável pela fotografia de clássicos do cinema nacional como Central do Brasil e Lavoura Arcaica, Walter Carvalho é um dos homenageados desta edição
Quem recebe o Troféu Eduardo Abelin (homenagem para cineastas) é Walter Carvalho. A filmografia fala por si só: são mais de 100 trabalhos como fotógrafo no cinema brasileiro, incluindo clássicos como Central do Brasil e Lavoura Arcaica. E ainda vale lembrar que Carvalho é diretor: fez Cazuza – O Tempo Não Para ao lado de Sandra Werneck, adaptou o livro Budapeste, de Chico Buarque, e fez um documentário sobre Raul Seixas, entre outros. Homenagem mais do que merecida.
Já o Troféu Cidade de Gramado, que tem se revelado muito mais um agradecimento da cidade a importantes nomes do cinema do que propriamente um prêmio para artistas ligados à cidade e ao evento, fica com Rodrigo Santoro. É certo que sua carreira lá fora não deu muito certo (ficou no limbo: não estourou como galã e também não deu certo nas produções alternativas), mas o que ele fez aqui no Brasil merece muitos aplausos, da sua contundente atuação no impressionante Bicho de Sete Cabeças ao seu mais recente retrato do jogador de futebol Heleno de Freitas em Heleno, ele é, sem dúvida, um dos nomes mais importantes de sua geração.
Fechando o quarteto de homenagens vem o ator franco-argentino Jean Pierre Noher, muito famoso nas telenovelas argentinas, mas também com uma boa filmografia lá fora. Tanto que despontou no Brasil (atualmente está no remake de O Rebu) e chegou a ser recomendado por ninguém menos que Fernanda Montenegro (atuaram juntos em Redentor) a Walter Salles para o elenco de Diários de Motocicleta. Em Gramado, Noher já ganhou um Kikito especial do júri em 2001 por sua atuação em Um Amor de Borges. Todos têm presença confirmada em Gramado.
Stella, pena que, devido ao intenso trabalho, não tive pique para assistir a “Infância”. Tomara que o filme entre em cartaz no circuito comercial!
Kamila, pena que tenha feito esse filme tão ruim… =/
Adoro Regiane Alves! Bom saber que ela anda apostando em fazer cinema!
Estou torcendo para que “Infância”, do Domingos de Oliveira, seja premiado!