“É um filme que fala sobre aqueles momentos que todos nós passamos, em que uma notícia pequena ou totalmente indiferente reflete diretamente na tua vida e parece que te obriga a mudar alguma coisa nela”. É assim que o diretor Filipe Matzembacher define Cinco Maneiras de Fechar os Olhos, longa que dirigiu com Abel Roland, Amanda Copstein T. S., Emiliano Cunha e Gabriel Motta Ferreira. Só que o filme tem um ineditismo: ele foi concebido, produzido e finalizado em uma cadeira de conclusão de curso. No caso, o curso de cinema da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Outros trabalhos já tinham sido realizados em ambientes acadêmicos com outras intenções (é o caso de Apenas o Fim, de Matheus Souza), mas Cinco Maneiras de Fechar os Olhos é o primeiro a ser inteiramente elaborado como componente da grade curricular de uma universidade brasileira. Quem quiser conferir o trabalho dos jovens cineastas já pode se programar: o longa entra em cartaz nessa sexta-feira (30), em Porto Alegre, no Santander Cultural (Rua Sete de Setembro, 1028), onde fica até o dia 6, com sessões diárias às 15h, 17h e 19h.
Formandos do período 2011/1, o quinteto de diretores diz que a experiência foi única. Emiliano Cunha, um dos integrantes da equipe de direção, destaca que a experiência foi repleta de desafios, mas também de grandes recompensas: “O maior desafio foi fazer com que toda a turma chegasse a um consenso e a um acordo temático. O processo de construção do argumento foi feito entre quase quinze pessoas, e isso foi divertido, desgastante e trabalhoso… Mas a maior satisfação foi ver a turma se aproximando cada vez mais e tendo prazer em trabalhar para um final em comum. Todos doaram um pouco mais para que conseguíssemos de fato realizá-lo”.
Narrando as mudanças nas vidas de quatro pessoas no momento em que recebem a notícia da morte de uma jovem, Cinco Maneiras de Fechar os Olhos, de acordo com Filipe, não é prejudicado pela direção compartilhada: “tomamos muito cuidado. Lembro ainda da primeira reunião que tivemos e conversamos muito sobre a demanda que cinco diretores traria. Acredito que, no fim do processo, reuniões diárias de horas sobre cada plano da decupagem, sobre cada intenção do elenco, sobre cada corte da montagem, proporcionou para todos nós uma troca ímpar, além de aproximar ainda mais esse grupo”. O diretor também conta que muitas pessoas contam a ele que conseguem enxergar o carinho e o esforço colocado sobre o projeto, em cada minuto do filme. “E essa é uma baita recompensa!”, comemora.
A equipe do filme estará presente na sessão das 19h do dia 01/12 para um bate-papo com o público presente e Emiliano diz estar com altas expectativas para as exibições de Cinco Maneiras de Fechar os Olhos: “Estamos bastante ansiosos para finalmente assistir ao filme em uma tela grande. Das poucas experiências privadas de exibição do filme que tivemos até agora, a resposta foi muito boa. Sou totalmente suspeito para falar isso, mas os depoimentos sempre foram muito elogiosos ao filme. Tenho certeza que contaremos com um público bom”.
Emiliano, além das expectativas, ainda destaca o forte fator de identificação presente na obra: “O filme possui bastante identificação com um público amplo. É um drama com temas delicados, mas aborda a profundidade dos mesmos de uma maneira mais livre, sem apelar para o melodrama”. E Filipe complementa: “Trata-se de um filme pequeno, e acho que a beleza dele está aí. Em pequenos momentos conseguimos enxergar mais sobre a vida e sobre nós mesmos”. Confira o trailer de Cinco Maneiras de Fechar os Olhos:
CINCO MANEIRAS DE FECHAR OS OLHOS
De 30 de novembro a 6 de dezembro
Diariamente às 15h, 17h e 19h
(Debate com a equipe no dia 1º/12 às 19h)
Ingresso: R$ 6,00 (R$ 3,00 para estudantes e pessoas acima de 60 anos)
Santander Cultural
Rua Sete de Setembro, 1028 | Centro Histórico, Porto Alegre – RS
Kamila, e é muito legal o trabalho desse pessoal =)
Adorei o texto, Matheus! Legal a história por trás do filme. Espero que essas primeiras exibições sejam somente o primeiro passo do longa rumo a uma distribuição e reconhecimentos a nível nacional.