Édith Piaf aproveitou cada minuto de sua vida. Apesar da infância pobre e sofrida (ela foi abandonada pelo pai e criada em um bordel), conseguiu vencer, tornando-se a cantora mais importe de toda a história da França. Na música, cantava sua existência cheia de tragédias. Faleceu aos 47 anos (aparentando ter o dobro), vítima de uma hemorragia interna, clara consequência de uma vida cheia de excessos. Apesar do sucesso inigualável, Piaf seguia justamente o caminho contrário no seu íntimo: sofreu vários acidentes, bebeu mais do que devia e perdeu um grande amor. Canções como Non, Je Ne Regrette Rien, L’Hymne à L’Amour e Milord foram imortalizadas por sua inconfundível voz. E toda a intensidade dessa vida repleta de dores e músicas é mostrada em Piaf – Um Hino ao Amor, filme francês dirigido por Olivier Dahan e estrelado por Marion Cotillard.
O longa é uma cinebiografia extremamente convencional, onde acompanhamos a trajetória completa da cantora francesa, desde os dias de crianças até o seu último suspiro. Piaf – Um Hino ao Amor segue a cartilha do gênero, trazendo as sempre presentes doses de maquiagem, transformações físicas, dramaticidade e formalidades indispensáveis para a construção desse arco dramático tão enraizado. Além disso, o diretor opta por uma narrativa não-linear: o filme começa pelo final e, com as idas e vindas no tempo, mostra os pontos altos e baixos da carreira da intérprete francesa. Dessa forma, quem espera uma experiência mais original certamente não conseguirá se entusiasmar com o que é mostrado. Até porque essa escolha não ajuda o ritmo do filme. Entretanto, os fãs de cinebiografias didáticas não têm o que reclamar: Piaf – Um Hino ao Amor se sai muito bem nas formalidades.
Insanidade, porém, fazer qualquer tipo de crítica ao trabalho de Marion Cotillard. Foi com esse filme que a francesa surgiu para o mundo, mesmo já tendo em seu currículo pequenas participações em filmes como Um Bom Ano e Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas. Em plena sintonia com o impressionante trabalho de maquiagem, Cotillard apresenta, sem exageros, um dos trabalhos mais impressionantes da história do cinema – e, certamente, o melhor já realizado em termos de cinebiografias contemporâneas. Transitando por todas as fases de Piaf, ela trabalha de forma impecável o tom de voz, a postura e a carga dramática de cada momento da cantora. É uma interpretação mais do que superlativa e que se torna ainda mais impactante por ser de uma artista tão jovem. São raríssimas as atrizes que, aos 32 anos, alcançam, em um papel, o que muitas não alcançam em toda uma vida. Para se aplaudir de pé.
FILME: 8.0
George, Marion é vida!
Brenno, ruim é “A Dama de Ferro” haha
Hudson, certamente é a mais marcante dos últimos anos… Interpretação histórica!
Kamila, você conseguiu resumir tudo o que eu penso sobre o filme!
Eu também tenho esse filme na minha coleção. Acho sensacional, principalmente por causa do trabalho magistral da Marion Cotillard, como Edith Piaf. É por ela que acabo me esquecendo dos principais defeitos desse filme: as transições bruscas da linha do tempo do longa, que acabam deixando a narrativa um pouco confusa.
Nunca vi uma interpretação tão emocionante em toda a minha vida. O filme tem suas limitações, mas diante do furacão que é MArion Cotillard ñão me acho no direito de reclamar de nada. Sua aparição no filme compensa qualquer coisa, é um presente apra qualquer cinéfilo. Uma das coisas mais impressionates que ja vi no cinema.
Longe de mim negar a estupenda e sublime atuação de Marion. Mas que eu acho esse filme ruinzinho, eu acho. 1 estrela em 5.
Adorei o texto! Está na minha coleção!
Marion <3 Cotillard