CLOSE 2012: Curtas Nacionais – Mostra Competitiva

DESVELO, de Clarissa Rebouças: É um filme bastante silencioso e, consequentemente, também sutil em função dessa escolha. Não sei até que ponto era necessário mostrar com maiores detalhes a história de uma das protagonistas com um conflito de separação, pois o clima de Desvelo não combina tanto com  tal dramatização. A fuga das duas personagens lésbicas que desejam viver um amor secreto já era perfeitamente compreensível sem maiores desenvolvimentos. No entanto,  mesmo que pudesse ser mais marcante se tivesse deixado tudo nas entrelinhas, o curta de Clarissa Rebouças termina pouco abalado por esse detalhe,.

O SEGREDO DOS LÍRIOS, de Brunna Kirsch e Cris Aldreyn: A mesma abordagem (mães falando sobre a homossexualidade de seus filhos) já havia sido trabalhada em um tocante curta gaúcho chamado Mãe de Gay, mas O Segredo dos Lírios – também do Rio Grande do Sul – opta por falar sobre meninas que se assumiram – e não meninos, como no primeiro curta citado. Só que, por mais que ambos sejam bastante parecidos, O Segredo dos Lírios não deixa de ser interessante. Ver a questão da homossexualidade através da ótica materna é sempre iluminador. E o filme é positivo e esperançoso. Uma lição de vida.

HOMEM COMPLETO, de Rui Calvo: Não é um curta para qualquer público, já que, antes de tudo, fala sobre um ponto muito específico do universo gay: o sexo. Homem Completo é todo trabalhado com um forte teor erótico, tanto nos diálogos quanto nas cenas bastante realistas, onde o diretor Rui Calvo nunca hesita ao mostrar qualquer situação. E ele não poderia – nem deveria – fugir dessa proposta, já que o curta é exatamente sobre os ímpetos de um homem cuja vida só parece encontrar estímulo quando o assunto é sexo. Resta ao espectador saber até que ponto a especificidade do curta interfere no resultado.

UMA, DUAS SEMANAS, de Fernanda Teixeira: Em um primeiro momento, Uma, Duas Semanas não deixa muito claro sobre o que é a sua história. Se depender dos primeiros minutos, é um curta sobre um solitário homem de idade. Logo, descobrimos que ele tem um filho que passará “uma, duas semanas” com ele no apartamento. Por fim, descobrimos que o jovem é gay e que, talvez, esteja usando a situação senil do distante pai para começar uma nova vida, dessa vez como ator. A homossexualidade só vem mesmo à tona mais para o final. Por isso, fica uma sensação de estranhamento… Afinal, sobre o quê o curta quer falar?

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