Direção: Joel Schumacher
Elenco: Nicolas Cage, Nicole Kidman, Cam Gigandet, Liana Liberato, Ben Mendelsohn, Jordana Spiro, Nico Tortorella, Dash Mihok, Emily Meade
Trespass, EUA, 2011, Suspense, 91 minutos
Sinopse: Kyle (Nicolas Cage) e Sarah (Nicole Kidman) são casados e vivem em uma elegante e confortável casa ao lado da filha, Avery (Liana Liberato). A vida deles segue sem problemas, até a casa ser invadida e o trio ser mantido refém por criminosos. A família se une para combatê-los, mas isto significa revelar alguns segredos.
Não importa se é Paul Thomas Anderson, Stephen Daldry, Christopher Nolan ou Quentin Tarantino. Todo cinéfilo tem um diretor que é capaz de despertar sua curiosidade só com a divulgação do título do próximo filme. Por um outro lado, também existem aqueles diretores que só o nome já causa pavor. É o caso de Joel Schumacher, responsável por bombas como Número 23 e Batman & Robin, que causa calafrios quando anuncia que comandará um filme. Se somente o nome de Schumacher já seria o suficiente para termos medo de Reféns, a situação se complica ainda mais quando o nome de Nicolas Cage encabeça o elenco ao lado de Nicole Kidman. E esse pavoroso filme cumpre tudo aquilo que era esperado: uma verdadeira bomba sem precedentes.
Não é nem de se surpreender que Schumacher e Cage façam filme horríveis, o preocupante mesmo é a capacidade de Nicole Kidman de destruir a sua própria carreira. Ela, que já esteve em filmes inesquecíveis, tinha feito várias bobagens até pouco tempo, mas parecia ter se reencontrado quando foi indicada ao Oscar este ano por Reencontrando a Felicidade. Só que tal honraria não parece ter inspirado Kidman que, logo após estrelar o longa de John Cameron Mitchell, resolveu colocar sua credibilidade no lixo ao aceitar fazer esse Reféns. Não entendo como a mesma pessoa pode se envolver com projetos tão distintos em qualidade. Bipolaridade pura. Ela e Cage (incrivelmente horroroso com choros péssimos e caricaturas irritantes, no pior desempenho da sua vida) formam uma dupla completamente sem química, que não desperta nem a torcida do espectador por eles.
Reféns, na realidade, já começa errado. Um filme de assalto cujo ato criminoso começa já nos dez primeiros minutos de filme precisa ter muita segurança para se sustentar durante todo o resto. Haja peito e coragem para tentar criar tensão e a qualidade falando sobre assalto durante esse tempo todo, principalmente quando essa temática já foi repetida à exaustão. Sem dúvida alguma existe a possibilidade de falar com qualidade sobre um casal rico em crise que é abalado por assaltantes ou qualquer abordagem do gênero. Só que Schumacher não é nenhum Michael Haneke para fazer Violência Gratuita ou David Fincher para realizar O Quarto do Pânico. Por isso, chega a ser uma torturta acompanhar Reféns.
Evidenciando a mediocridade desse diretor, que um dia chegou a entregar filmes agradáveis como Por Um Fio ou O Cliente, Reféns tem um roteiro completamente absurdo, com personagens completamente fora da realidade. Notem, por exemplo, como o pai coloca a família em risco durante todo o filme, provocando os assaltantes, tentando reagir às ameaças e não os obedecendo. Não sei se o pior é isso ou a tentativa de humanizar a personagem de Nicole Kidman com um romance inconvincente no meio da confusão toda. É o marido valente, a esposa solitária e o ladrão bonzinho que só quer dinheiro sem matar ninguém, entrando em conflito com os colegas E por falar em confusão, que confusão! Reféns é pura gritaria e choros do início ao fim, como se barulho fosse sinal de crescente tensão. Chega a causar dor de cabeça.
As cafonices de Schumacher não poderiam deixar de estar presentes. Existem pelo menos dois momentos de revirar os olhos e se contorcer compulsivamente na cadeira, como aquele em que o personagem de Cage perde os óculos e a câmera se coloca no lugar dele, mostrando a sua visão embaçada. Seria uma tentativa de deixar o espectador nervoso? Outro momento é toda e qualquer vez que inventa de colocar flashbacks para explicar a história. Além de não trazer dinâmica e deixar tudo ainda mais aborrecido, são utilizados para detalhar tramas desinteressantes, que não precisavam sequer existir. Tudo isso, claro, sempre com a voz de um personagem em off explicando cada detalhe.
Ou seja, Schumacher não tem a mínima noção de como tornar interessante um filme desse gênero. É tudo muito bagunçado, histérico, mal atuado e dirigido sem qualquer bom gosto. No final, são tantas histórias sendo contadas ao mesmo tempo (ladrões brigando entre si, gente fugindo da casa, pessoas presas em incêndio, e por aí vai), que dá vontade de mandar uma carta ao diretor pedindo que ele se aposente. Por fim, não consegui pensar em nada de positivo para dizer sobre esse verdadeiro desastre, o que termina justificando a nota abaixo. É, definitivamente, um filme para se passar longe. Depois não digam que não avisei.
FILME: ZERO
Hahahahaha, ganhou de “A garota da capa vermelha”…eu já achei a foto do banner pavorosa, imagino o filme então…
Alan, é pra ter medo MESMO! haha
Kamila, boa sorte! =P
Stella, em casa a tortura deve ser menor…
Dei umas boas gargalhadas ao acompanhar sua crítica. E acredito totalmente na avaliação, mas, tal qual a Kamila e o Alan, vou assistir de todo jeito. Em casa, é claro, que não saio para ver filme sabidamente medíocre.
Você me avisou, mas eu vou assistir de todo jeito! rsrsrsrs
MEDO define, mas acho que irei ver…