Lily awoke in an evening dress and an opera cloak. In her hand were 5 playing cards.
Direção: Duncan Jones
Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Michael Arden, Cas Anvar, Russell Peters, Brent Skagford, Gordon Masten
Source Code, EUA/França, 2011, Suspense, 93 minutos
Sinopse: O capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal) faz parte de um projeto ultrasecreto denominado Source Code capaz de transportar um homem para o corpo de outro, assumindo a sua identidade nos oito minutos de vida restantes de cada alvo escolhido para a “ocupação”. Um atentado terrorista explodiu um trem nos arredores de Chicago, matando todos os passageiros e agora a sua missão é voltar no tempo, no corpo de uma das vítimas e tentar descobrir o autor do crime porque um novo ataque será realizado dentro de seis horas. Agora, ele precisa identificar o criminoso para evitar novas mortes, mas acaba se apaixonando por Christina (Michelle Monaghan), uma das vítimas do trem, e pretende mudar a história, alterando as regras do jogo e colocando o futuro em risco.
Em 2009, o diretor Duncan Jones realizou um pequeno grande filme chamado Lunar. No seu primeiro longa, o britânico conseguiu fazer uma notável mistura de drama e ficção, inclusive homenageando (mas sem nunca copiar) o clássico 2001 – Uma Odisseia no Espaço. Lunar não fez muito sucesso (chegou diretamente em DVD aqui no Brasil), mas serviu para trazer um maravilhoso desempenho de Sam Rockwell e revelar o promissor Duncan Jones. Agora, com Contra o Tempo, o diretor está inserido no mundo norte-americano do cinema e ainda preserva algumas das carcaterísticas que apresentou em seu debut. No entano, é prejudicado justamente por ter que atender várias exigências comerciais para abranger mais espectadores.
Não, Duncan Jones não chega a se vender. Contra o Tempo ainda preserva a necessidade do diretor de contar histórias sobre sujeitos presos em lugares solitários e que querem, a todo cuso, voltar ao mundo real. A primeira hora do filme estrelado por Jake Gyllenhaal desenvolve muito bem essa proposta, apresentando de forma eficiente a quase desesperadora situação do personagem que precisa viajar no tempo contra a sua vontade e sem saber exatamente o porquê. Ele não sabe onde está nem porque precisa desempenhar uma missão que visa evitar um ataque terrorista. Assim, utilizando uma narrativa que vai e volta no tempo repetindo fatos, Contra o Tempo mostra-se bem executado ao transitar na linha do tempo – até porque Jones nunca aposta só no suspense ou só nas descobertas do personagem. É um balanço entre esses dois aspectos.
O problema vem depois – e nada relacionado ao acomodado e previsível desempenho de Jake Gyllenhaal. Resolvendo a trama principal cedo demais (e sem grandes surpresas), Contra o Tempo instala outra abordagem na história e, infelizmente, cai num quase imcompreensível tom açucarado. É o velho e batido heroísmo norte-americano: o personagem descobre algumas verdades sobre sua situação, resolve colocar o amor em prática e toma atitudes muito idealizadas. Tudo isso com uma trilha que enfatiza a “beleza” desses atos e com uma estética que faz questão de romantizar ainda mais a situação. Sem falar da personagem que fica contra o sistema e resolve colocar em risco seu emprego só para fazer a felicidade do próximo. Quanta ladainha!
Por sorte, Duncan Jones até que consegue disfarçar essas atitudes desnecessárias para o espectador menos exigente, que pode nem se incomodar com essa meia hora final que destoa do resto do filme… Só que existem o que percebem e esses podem achar que Contra o Tempo só cai a cada decisão romantizada do roteiro. O filme, que se sustentava tão bem até certo ponto, não precisava acabar dessa maneira. E se, anteriormente, apontei que Duncan Jones não chega a se vender com o filme, o final mostra que ele quase chegou a esse ponto. Ainda bem que o filme não durou mais, já que Contra o Tempo, talvez, pudesse alcançar o nível do insatisfatório se continuasse desenvolvendo por mais tempo essas escolhas comerciais.
FILME: 6.5
A cena que antecede a final faria valer um 10, hein. Haha.
Alan, talvez em dvd o resultado seja melhor mesmo…
Cleber, discordo. Gosto da premissa e o Duncan Jones, ao meu ver, sabe lidar muito bem com ela =)
Kamila, procure logo “Lunar”, é sensacional e muito melhor que “Contra o Tempo”!
Alex, essa questão da identidade do indivíduo também me incomodou…
Pois nem tenho as mesmas queixas (gosto muito da força da cena congelada e dos dilemas enfrentados pela personagem de Vera Farmiga). O que me deixou um tanto desapontado foi a pouca importância que o roteiro conferiu a identidade do indivíduo por trás de todos os ataques terroristas. No mais, ficção-científica modesta de prender na cadeira.
Como ainda não assisti ao elogiado “Lunar”, “Contra o Tempo” será o primeiro filme dele que irei assistir. Amanhã, vejo e volto pra comentar direito! :)
Eu sinceramente achei a premissa do filme um tanto limitada demais, de qualquer forma não tenho muita curiosidade quanto ao filme, assisto quando sair em DVD ;)
Estou curioso para conferir, mas nem tanto sabe? Quando chegar em DVD talvez eu veja….