De todas as categorias do Oscar desse ano, a de melhor ator é a mais certa. Não é arriscado dizer que Colin Firth tem 100% de chances para vencer o prêmio. Injustiçado na última edição quando perdeu o Oscar por Direito de Amar para Jeff Bridges, Firth mais uma vez se reinventou e entregou um desempenho cheio de qualidades em O Discurso do Rei. Transitando entre a técnica excepcional e o lado motivo, o britânico é o favorito incontestável.
Existem outros bons concorrentes na parada. Javier Bardem não está menos que maravilhoso em Biutiful (filme, inclusive, que lhe rendeu o prêmio de melhor ator no último festival de Cannes). James Franco, apesar de não estar essa maravilha toda que andam dizendo por aí, também é outro concorrente de nível. Entretanto, o quadro já muda com os outros dois indicados.
Jesse Eisenberg e Jeff Bridges são os únicos com indicações bem duvidosas. Ambos não fazem nada de novo, caindo em repetições não muito interessantes. Candidatos para ocupar as nomeações dos dois não faltavam. Só foram lembrados mesmo por causa de seus respectivos filmes, que foram aprovados pelos membros da Academia. Contudo, não adianta nem especular. É Colin Firth, aposta para se fazer até de olhos vendados.
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Abaixo, minha ordem de preferência dos indicados:
1. COLIN FIRTH (O Discurso do Rei): Impecável pelo segundo ano consecutivo, o britânico Colin Firth finalmente receberá seu merecido Oscar. É notável a evolução do ator de uns tempos para cá e O Discurso do Rei prova que Firth também tem muita técnica para, por exemplo, representar um homem que sofre de gagueira. Técnica e emoção são o que não faltam nele. Direito de Amar e, agora, o longa de Hooper vieram para comprovar isso.
2. JAVIER BARDEM (Biutiful): Depois de passar por Cannes, Javier Bardem foi lembrado apenas pelo Oscar. Clap, clap, Academia! O espanhol entrega em Biutiful uma representação extraordinária, sendo o principal atrativo de um filme bem cansativo. Transparecendo humanidade e verossimilhança, ele nos leva para dentro das angústias do personagem. Nomeação mais do que necessária e justa.
3. JAMES FRANCO (127 Horas): É preciso talento para protagonizar um longa sozinho. Por sorte, James Franco tem. Antes não ia muito com a cara do ator e duvidava de todas essas indicações que ele vinha recebendo. Bobagem, todas menções bem merecidas. Pelo fôlego e verossimilhança transmitidos, Franco honrou seu reconhecimento. Deve se contentar com a indicação. Só isso já é uma importate estrelinha dourada no teste mais importante da carreira dele.
4. JESSE EISENBERG (A Rede Social): Junto com Jeff Bridges, Eisenberg forma a dupla de atores que não merecia ganhar de jeito nenhum – e, também, sequer receber indicação. Eisenberg está ok em A Rede Social, mas nada que seja espetacular ou que validasse tantas lembranças em prêmios, principalmente porque seu colega, Andrew Garfield (o melhor do filme), foi esnobado.
5. JEFF BRIDGES (Bravura Indômita): Com sotaque forçado e jeito caricatural, Jeff Bridges foi indicado por ser… Jeff Bridges, o último vencedor do Oscar! Só isso para justificar a lembrança dessa interpretação que, quando não está insossa, fica no nível do forçado. É, Bridges está longe de ser tudo isso que andam falando por aí desde o Oscar passado…
O ESQUECIDO
Se já não bastasse estrelar A Origem, um dos melhores filmes de 2010, Leonardo DiCaprio alcançou um nível digno de reconhecimento em Ilha do Medo. Totalmente ignorado nas premiações (não recebeu indicação a nenhum grande prêmio), o ator poderia entrar fácil na categoria de melhor ator desse ano. Além de ser mais uma prova que DiCaprio permanece em constante evolução nas suas escolhas, Ilha do Medo traz um dos melhores desempenhos desse profissional que já não é mais aquele garotinho loiro de olhos azuis que vimos em Titanic.
Concordo, principalmente, com suas últimas colocações. Para mim o Jesse Eisenberg faz ele mesmo, mas falando da maneira robótica que, para Hollywood, reflete todos com QI acima de 120…
Colin Firth, minha torcida é toda pra ele!
Adoro ele desde os tempos de Bridget Jones!
Matheus, você faz justiça ao Leonardo DiCaprio, que bom!
Firth é barbada. Vai e merece vencer. Quanto ao DiCaprio, acho que ele vai seguir a mesma linha que Julianne Moore: só será indicado quando for o melhor e ninguém tire a estatueta dele. Caso contrário, traumas serão criados.