Melhores de 2010 – Trilha Sonora

O que falar de uma trilha sonora que se torna uma espécie de personagem do filme? Ou melhor, o que falar de uma trilha sonora que, em diversos momentos, se torna o aspecto mais belo de uma cena, conseguindo encantar com seu maravilhoso resultado? A última vez que tive a sensação de estar numa situação assim foi quando Philip Glass realizou a perfeita trilha de As Horas. E é com toda certeza que afirmo que o compositor Abel Korzeniowski conseguiu alcançar o mesmo nível. Desde o trailer de Direito de Amar já dava para perceber toda a beleza do trabalho de Korzeniowski. Mas, assistindo ao longa inteiro, podemos afirmar que estamos diante de um compositor que ainda terá muito o que nos proporcionar. Melancólica ao extremo e com uma sonoridade de impressionar, a trilha sonora de Direito de Amar é, sem pensar duas vezes, uma das melhores que ouvi na vida. E, desde já, uma das minhas favoritas de todos os tempos. Linda e obrigatória!

TRON – O LEGADO, por DAFT PUNK

Daft Punk sabe como entrar no clima de um determinado filme e criar trilhas sonoras totalmente condizentes com o clima sugerido pelo longa-metragem. Foi assim quando eles criaram a perturbadora trilha do igualmente perturbador Irreversível. O feito da dupla francesa é repetido em Tron – O Legado. O resultado apresentado por Daft Punk se encaixa com perfeição no visual psicodélico e futurístico do mundo orquestrado pelo diretor Joseph Kosinski. A trilha é totalmente inovadora, lembrando bastante o estilo musical da dupla – e, por isso mesmo, notável.

A ENSEADA, por J. RALPH

A última vez que um documentário teve uma trilha tão excepcional foi quando Philip Glass realizou, em 2003, a parte musical de Sob a Névoa da Guerra. J. Ralph, sete anos depois, surpreende com o maravilhoso trabalho para A Enseada. Trazendo uma trilha extremamente diversificada em sua sonoridade, o compositor tem momentos notáveis nesse álbum (a faixa Dolphins & Ric encerra o filme com perfeição, por exemplo). Por mais que tenha 27 faixas, J. Ralph nunca perde a mão e consegue, frequentemente, inovar no seu estilo.

CHÉRI, por ALEXANDRE DESPLAT

Já virou rotina: todo ano o francês Alexandre Desplat merece estar entre as melhores trilhas do ano. Se ano passado ele apareceu duplamente na minha seleção com O Curioso Caso de Benjamin Button e Coco Antes de Chanel, dessa vez seu nome está representado unicamente com Chéri. Foram muitos os trabalhos de Desplat esse ano, mas esse, sem dúvida, é o mais encantador de todos. Relembrando o estilo de suas trilhas anteriores como A Rainha, o francês mais uma vez surpreendeu ao criar uma trilha tão bem pontuada e com momentos dignos de reconhecimento. Pena que a falta de repercussão do filme tenha escondido esse belíssimo momento de Desplat.

LUNAR, por CLINT MANSELL

Sempre arrebatador em tudo que faz, Clint Mansell realizou outra estupenda trilha sonora. É uma pena que Lunar tenha vindo para o Brasil apenas no formato de DVD, pois é um pequeno grande filme – e que traz, claro, outra amostra do infinito talento de Mansell. Variando entre o drama e o suspense, o compositor cirou o clima perfeito para narrar a jornada solitária de Sam Bell (Sam Rockwell). Alida ao ótimo trabalho de edição/mixagem de som, a trilha faz de Lunar um trabalho marcante no setor sonoro. Vale ressaltar as faixas The Nursery e Memories (Someone We’ll Never Know), donas de uma beleza singular.

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Escolha do público:

1. Direito de Amar (27 votos, 67.50%)

2. Tron – O Legado (9 votos, 22.50%)

3. Lunar (4 votos, 10%)

4. A Enseada (0 votos, 0%)

5. Chéri (0 votos, 0%)

12 comentários em “Melhores de 2010 – Trilha Sonora

  1. Alexsandro, possivelmente, essa é a minha seleção mais pessoal… Gosto dos trabalhos de Hans Zimmer e da dupla de “A Rede Social”, mas são trilhas que não me impressionaram… As que selecionei conseguiram a minha total admiração!

    Mateus, dê uma nova chance para a trilha de “Chéri”. Ela é belíssima!

    Rafael, Daft Punk não poderia faltar nessa lista.

    Alan, é perfeita!

    Kamila, procure logo essas duas trilhas, são sensacionais!

    Luis Galvão, a trilha do Korzeniowski é o aspecto técnico mais interessante de “Direito de Amar”.

    Mayara, até hoje não consigo parar de escutar…

    Fael, até entendo as premiações não terem curtido tanto o filme, mas acho INADMISSÍVEL terem esnobado a trilha.

    Cleber, exatamente \o/

    Weiner, prefiro bem mais a trilha de “Chéri”…

    Reinaldo, só louco pra não indicar a trilha de “Direito de Amar”!

  2. Realmente a ausência de trilhas como as de A origem, Sherlock Holmes e A rede social me chamam a atenção. No entanto, a melhor está aí: é direito de amar.

    abs

  3. Não gosto tanto da trilha de Cherí, e não pude ouvir A Enseada ainda. De Desplat, prefiro The Ghost Writer. Lunar e Tron foram excelentes lembranças, e a coroação de Abel Korzeniowski, absolutamente necessária!

  4. Nossa seleção está bem diferente. Em comum temo apenas Direito de amar que é também meu favorito. A trilha de Korzeniowski é linda, perfeita e foi totalmente banalizada pelas premiações. Amo Desplat mas indiquei suas composições de O Escritor Fantasma, Chéri tem excelente trilha por sinal. Aquela trilha de A Enseada no última cena é fantástica, adoro o documentário, mas o filme não é elegível para a minha premiação! Grande abraço! Vou ler sua crítica de Black Swan.

  5. Direito de Amar é genial mesmo, uma das melhores coisas de um longa que não conseguiu se conectar comigo. Adorei a lembrança a The Cove – um dos meus filmes favoritos daquele ano.

  6. Não conheço as trilhas de “A Enseada” e “Lunar’, por isso voto na sua trilha favorita do ano: a de “Direito de Amar”, que é simplesmente bela!!

  7. Reitero o que o Alexsandro escreveu: Hans Zimmer entregou dois de seus melhores trabalhos com as trilhas de A ORIGEM e SHERLOCK HOLMES, e a meu ver mereciam estar numa lista de melhores do ano. À exceção da partitura de CHÉRI, que pouco me chamou atenção quando vi o filme (mas que agora certamente a escutarei novamente), as outras escolhas são formidáveis na categoria. A trilha de DIREITO DE AMAR já dispensa comentários, e as de TRON: O LEGADO e LUNAR encaixam-se perfeitamente nas narrativas de seus filmes. A que precisa de atenção mesmo é a de A ENSEADA (“Dolphins and Rick” é uma das coisas mais lindas que já escutei), um trabalho memorável que já devo ter ouvido dezenas de vezes.

  8. Seleção muito diferente. Sinto enorme falta do Hans Zimmer, seja por Sherlock Holmes, seja por A Origem, e da trilha de A Rede Social. Adoro a trilha de Direito de Amar e, da sua lista, é mesmo a melhor.

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