Sex and the City 2

I go to children’s birthday parties for you! You’re going to Abu Dhabi for me!

Direção: Michael Patrick King

Elenco: Sarah Jessica Parker, Kim Cattral, Cynthia Nixon, Kristin Davis, Chris Noth, Willie Garson, John Corbett, Liza Minelli, Penélope Cruz, Miley Cyrus

EUA, 2010, Comédia, 146 minutos, 12 anos

Sinopse: Carrie (Sarah Jessica Parker), Samantha (Kim Cattral), Charlotte (Kristin Davis) e Miranda (Cynthia Nixon) arrasam novamente pela Big Apple. No entanto, uma viagem surge e leva as amigas para um lugar exótico. Lá, elas avaliam suas vidas e se descobrem que estão envolvidas nas regras tradicionais do casamento e da maternidade.

Quando subiram os créditos finais do primeiro filme de Sex and the City, lembro que fiquei com um sorriso no rosto. O filme tinha inúmeras falhas, mas trabalhava com humor e certa vitalidade  a amizade das quatros personagens. A cena final em que elas comemoravam o aniversário de Samantha (Kim Cattral, sempre a melhor do elenco) ao som de All Dressed in Love encerrava de forma iluminada a aventura cinematográfica do seriado. O primeiro filme tinha como missão matar a saudade dessas figuras tão queridas. Conseguiu o feito, mesmo que em um filme falho.

Como tudo em Hollywood é na base da bilheteria, a equipe cresceu o olho e resolveu fazer uma continuação. Necessidade não havia e a publicidade envolvendo o segundo volume era péssima. Tudo apontava para um desastre: o photoshop nos cartazes era terrível, o trailer era super cafona, a trilha sonora era decepcionante e ainda quase não se criou expectativas em torno do filme. O resultado não poderia ser outro. Sex and the City 2 já é forte candidato para os piores filmes de 2010. É até difícil enumerar, em uma breve crítica, o que dá errado.

É óbvio constatar que as pessoas que irão ao cinema assistir Sex and the City 2 já sabem o que estará presente no filme. Todos os elementos estéticos que fizeram do seriado um sucesso estão aqui: roupas exuberantes, muito brilho, lugares luxuosos e produção de visual impecável. O estranho é que tais elementos nunca pareceram tão superficiais e passageiros. Ao contrário do filme anterior, os figurinos de Patricia Field nem parecem personagens na história. Continuam com aquela elegância de sempre, mas longe de ser algo que tenha vida própria e uma presença impactante em cena. É tudo bem plastificado e sem vida (algo que nunca havia acontecido). A culpa, no entanto, não é da figurinista e sim do roteirista.

O texto de Sex and the City 2 é um dos mais simplórios que o cinema viu nos útimos tempos. Não existe um momento original ou sequer uma reflexão sentimental interessante. Se o seriado e até o primeiro filme tinham como engrenagem as narrações de Carrie (Sarah Jessica Parker) sobre diversos assuntos do coração, essa continuação peca por falar coisas óbvias e que nem a terapeuta mais amadora do mundo falaria. Carrie reflete momentos desinteressantes e superficiais. Culpa da jornada das personagens, que é boba e sem variações – e com os rasos dilemas, claro.

Chega a ser engraçado (no sentido ruim) ver como o roteiro se presta a criar situações tiradas do nada para fazer uma personagem chorar ou outra começar a ter dúvidas sobre o que é um casamento de verdade. Também temos participações gratuitas de Penélope Cruz (em uma única cena que dura, em média, uns dois minutos), Miley Cyrus, John Corbett (que traz um conflito, de certa forma, promissor, mas que não chega a lugar algum) e Liza Minelli. Essa última tem direito a um momento de vergonha alheia onde canta Single Ladies. O quarteto principal sempre apresenta bom resultado e, de fato, é o atrativo do filme. Contudo, isso não quer dizer muita coisa, já que a história pouco serve como um reencontro delas.

Fica bem claro que as atrizes se divertem em cena. Agora, quem não se divetiria com um guarda-roupa deslumbrante, viagens super caras, festas badaladas e muitos flashes? Se antes o elenco contagiava o espectador com a diversão, agora somos apenas observadores. Elas se divertem, nós não. O tédio toma conta, a fragilidade do roteiro fica cada vez mais visível e, em certo ponto, fica difícil ter qualquer boa vontade com um filme que sequer tem uma história para contar. É um momento legal aqui, outra piada tosca ali e o ciclo não acaba nunca. São raros os bons momentos, que ficam apagados perto de tanta bobagem.

Sex and the City 2, portanto, não só é um produto pobre de linguagem cinematográfica como também uma verdadeira decepção para quem tinha simpatia pela série. É certo que para Parker, Cattral, Nixon e Davis a diversão é imensa. No entanto, é necessário existir um bom senso. Até que ponto vale ganhar dinheiro e desfrutar dos holofotes com uma franquia dessas e deixar de lado a qualidade? Somos nós, espectadores, que ditamos o futuro do cinema. E, se depender de mim, Sex and the City não ganha mais meu dinheiro. O legal de ir ao cinema é se divertir, mesmo que com uma bobagem, e não ficar o tempo inteiro olhando para o relógio contando os minutos…

FILME: 4.5


 

14 comentários em “Sex and the City 2

  1. Mark, e agora “Skins” terá filme… Essa modinha já está me incomodando demais! E a cena da Liza Minelli é terrível haha

    Vinícius, deveriam ter parado no primeiro mesmo! Mas ainda acho que o problema é a Sarah Jessica Parker. Tenho certeza que é ela a grande chata que fica querendo fazer mais e mais de “Sex and the City”.

    Bruno, se você não era fã da série e, principalmente, não gostou do primeiro filme, passe longe desse!

    Jeff, o cartaz é bonito, né? Mas, vai dizer, nada original!

    Reinaldo, não achei o primeiro tão ruim… Só meio irregular.

    Kamila, pra mim, “Sex and the City 2” não tem história alguma! Faltam conflitos e, principalmente, alguma história decente. Fica a sensação de que o filme mostra um monte de cenas soltas e sem conexão.

    Luis Galvão, dessa vez, nem pelas atrizes vale. Achei um completo desperdício de tempo.

    Wally, economize o seu tempo, deixe para ver em dvd… Deve ser menos doloroso.

    Kahlil, concordo plenamente!

    Mayara, essa continuação é péssima, não recomendo, nem se você gostou do primeiro.

    Fred Burle, o photoshop dos cartazes é um desastre!

  2. É, aspectos que te incomodaram não me agrediram tanto, como o mico Single Ladies de Liza Minelli. Talvez se eu conhecesse a série, compartilharia de sua opinião. De qualquer forma, sua opinião é de mais valia para os fãs.
    Ah! O photoshop dos cartazes é vergonhoso! rsrs

  3. Gostei do primeiro, apesar de não ter visto nenhum episódio da série, mas acabei conhecendo as quatro, apesar das falhas que ele tem. Mas, tenho medo desta continuação e seu texto expressa mais ainda este medo. rsrs. ;)

  4. Como não sou um dos fãs entusiasmados da série original (na verdade, não sou muito conhecedor) vou pela diversão das quatro amigas e boas atrizes (na medida do possível), já que a trama em si nunca me atraiu muito.

  5. Para tudo! Acabei de ver a cena da Liza Minnelli cantando Single Ladies, que coisa terrível! Meu Deus! Fiquei com medo desse filme. Deve ser uma vergonha.

  6. Nossa, Matheus, discordo totalmente de você. Pela primeira vez, sinto que foi mesmo feito um filme sobre “Sex and the City”. O primeiro filme não me agradou em nada, ao contrário deste!!! Adorei a forma como ele deixa a abordagem dos problemas adultos de lado. O que interessa, pelo menos, pra mim, é ver os momentos de amizade e de irmandade entre as 4 amigas. E isso tem de sobra nessa continuação.

    Só concordamos no momento vergonha alheia da Liza Minnelli cantando “Single Ladies’. Mas, isso já virou um guilty pleasure pra mim!

  7. Pois é, crônica de uma tragédia anunciada…
    diferentemente de vc, achei o primeiro filme intragável e totalmente infeliz. Na minha leitura, negava a essência da série, com soluções machistas e conservadoras…

  8. e o filme ainda tem 146 minutos?! nossa senhora. eu comecei a assistir o primeiro no cinema, mesmo sem acompanhar a série, mas mudei de sala porque preferia ver O Incrível Hulk.
    Tava afim de ver essa continuação só por causa dos figurinos, mas pelo visto nem isso vale a pena né.
    O filme pode estar entre os piores do ano, mas esse cartaz certamente ficará entre os meus preferidos.

    []s!

  9. Eu que nem gostava da série certamente me decepcionaria com o filme.

    Difcilmente eu irei assisti-lo. As críticas estão bem negativos.

    Abs!

  10. Que tristeza ver as críticas para esse filme, pelo jeito elas deveriam ter parado no primeiro mesmo. Ainda quero ver, somente porque gosto muito da série e não resisto quando elas se reunem.

  11. Me lembro quando ficava imaginando várias séries que podiam ter um filme, hoje eu não vejo a hora disso acabar. Os filmes estão estragando as séries. Eu tenho até medo de ver e ficar com a imagem ruim de Sex and the City na minha cabeça, porque acho a série tão bem escrita.

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