Um Sonho Possível

If you go to Tennessee, I’ll be there at all the games. I’ll be there to support you.

Direção: John Lee Hancock

Elenco: Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw, Kathy Bates, Jae Head, Lily Collins, Ray McKinnon, Kim Dickens

The Blind Side, EUA, 2009, Drama, 129 minutos, Drama, Livre

Sinopse: Leigh Anne Tuohy (Sandra Bullock) é uma mãe de família que ao levar seu filho para escola, vê que o menino ganhou uma nova amizade, Michael Oher (Quinton Aaron), um rapaz que passou por sete instituições diferentes e que nunca frequentou uma escola. Sabendo disso, Leigh adota o rapaz e o aconselha a jogar futebol americano, e é isso o que ele faz. Com grande potencial o rapaz se torna um astro do futebol americano.

Algumas atrizes são tão populares que são ovacionadas mesmo quando não deveriam. Vejam Sandra Bullock, por exemplo, que passou a vida inteira fazendo sucesso em comédias como Miss Simpatia e agora colhe os frutos desse carinho dos fãs. Só isso para explicar a celebração de Bullock em Um Sonho Possível. Bastou ela fazer algo diferente do habitual (ou seja, algo que possa ser reconhecido por crítica e premiações) que ela começou a ser apoiada nos quantro cantos do planeta. E quase todo esse apoio é resultado do público que a faz estrela e não necessariamente da atuação dela.

Mas, a verdade é que Bullock alcança apenas o nível do correto no filme. Com um cabelo bizarro e suas habituais expressões, a atriz não faz nada além do óbvio aqui e toda badalação em torno de seu desempenho é injustificável, pois não existem maiores méritos em sua atuação. Mas, para dizer que não peguei muito pesado, reconheço o envolvimento dela no projeto. Bullock embarcou na história e fica visível que fez o que era necessário para um filme como esses. Entretanto, isso, como todo mundo sabe, não é o suficiente.

Um Sonho Possível é aquela corriqueira história de auto-estima que o povo americano adora: um sujeito totalmente loser, de repente, se torna um grande ídolo. Ele é ajudado por muitas pessoas que, por alguma razão obscura, acreditam que ele tem potencial para alguma coisa. Temos, então, uma história que narra uma bonita trajetória de superação, correto? Errado. O roteiro não poderia ser mais datado, deixando o enredo arrastado (são longas duas horas de filme) com o uso de velhas fórmulas batidas. Uma pena. Histórias assim podem ser muito eficientes, quando bem trabalhadas.

Até que para um filme pequeno como esse, Um Sonho Possível tem interessantes atributos e se sai bem dentro de suas restrições. Está longe de ser um grande filme, isso é verdade, mas é bem certo que várias pessoas vão aprovar o resultado justamente por causa do jeito óbvio do longa-metragem. A história é banal, mas consegue ser efetiva com muita gente. É aquele típico caso onde o lado crítico tem que ser deixado de lado para não ver o filme de todo ruim. Agora, difícil é levar a sério como o Oscar conseguiu se envolver tanto com um filme como esses ao ponto de indicá-lo na categoria principal, onde é o concorrente mais fraco.

FILME: 6.0


15 comentários em “Um Sonho Possível

  1. Devo concordar com a sua opinião. Confesso que sou fã dos filmes de Sandra Bullock e gosto da simplicidade deles. São filmes bem leves que não têm grandes pretensões. Curiosamente, The Blind Side também não é pretensioso. O grande problema é a sobrevalorização do filme, sendo que esse nem sequer é uma obra realmente grandiosa. Como você comentou, o roteiro é óbvio e não mostra nada realmente surpreendente. E o mais curioso é a ausência de conflitos: trazer um desconhecido para morar em casa parece totalmente aceitável e ninguém questiona isso; a vida do garoto é totalmente ignorada. Enfim, um filme mediano que, nem se for visto com os olhos do coração – como o coleguinha aí de cima sugeriu – será tão elogiável.
    Concordo com a sua opinião e com a sua nota.
    ;D

  2. Matheus,

    Não pretendo entrar no mérito do julgamento se o filme, técnicamente, é digno ou não do Oscar. Ao avaliar os valores e a contribuição social do filme, julgo-o digno de uma premiação além de um Oscar. O que realmente me decepciona, em seu comentário, são os adjetivos mal empregados para apresentar o filme, a história e a interpretação da atriz. Vamos ser sinceros: Chamar esta história de “banal” é se arremeçar para o significado do próprio título original do filme. É cegar os olhos do coração para uma realidade e para um exemplo digno de ser aplaudido de pé.

    Gostaria de convidar, quem não viu ou até quem já o fez, a assistir ao filme com os olhos do coração e observar que não são necessários muitos recursos ou “dons” para darmos um passo a frente e por em prática o que deveria ser a base de todo ser humano – o amor ao próximo.

  3. Concordo plenamente com o William. Não podemos chamar a história do filme de “banal” e sim de um resgate. Um resgate de valores perdidos pelas famílias graças ao modelo mundano atual, onde o significado das coisas está no que temos, nas roupas, onde se vive e não na essência da soliedariedade e do amor.

    Não sou crítico de cinema, mas confesso que a história do filme é comovente ao mostrar o quanto podemos ser Grandes, não pelo que possuimos, pela nossa cor, nem pelo sucesso que temos na vida, mas pelo que temos em nosso interior e que podemos oferecer aos outros, quando endentemos o verdadeiro propósito na vida do CRISTÃO.

  4. Provavelmente, vc não é um cristão. Digo cristão no sentido mais amplo da palavra. Não foi capaz de capturar toda a carga “religiosa” do filme… Para alguns, trata-se de apenas uma escola qualquer onde o negão foi estudar. Mas se notar bem, é uma escola cristã. Se entender por este lado, talvez capture um pouco mais deste filme do que somente vê-lo como uma auto-ajuda barata, típica americana e previsível. Verá que perdemos ao longo do nosso dia-a-dia toda a nossa espiritualidade e senso de solidariedade. Precisamos ver o chão tremer e prédios caírem para que nos comovam. Uma pena que não tenha capturado este lado tão comovente deste filme. Principalmente quando Sandra Bullock inteligentemente argumenta que não é ela que tem feito diferença ao garoto, mas sim o contrário.

  5. Gustavo, para mim, qualquer uma das indicadas é melhor que a Sandra Bullock.

    Kamila, é INADMISSÍVEL que a Sandra vença. Go, Meryl, go!

    Nelson, e desse roll, talvez, Bullock seja a que menos tem méritos por sua vitória.

    Nando, eu também, mas não justifica essa badalação dela.

    Luis Galvão, eu também vejo boas qualidades. Mas são tão banais que não melhoram a minha visão sobre o filme.

    Alexandre, infelizmente ¬¬

    Mayara, e está certa em ter doubts…

    Marcos, sim =)

    Rafael, e nem comparado com o resto dos outros trabalhos dela. Bullock está até melhor em “A Proposta” ao meu ver…

  6. Eu podia jurar que esse filme ia ser pior do que é. A história, desde o início, mostra aquela situação de redenção para a família rica de um lado, e de outro a oportunidade de uma pessoa pobre. Acontece que o filme tem coração, mesmo que ingênuo em sua proposta. Sandra Bullock, a comparar com o que ele costuma fazer, está bem aqui, mas nunca ótima. E em alguns momentos, sua atuação tem aqueles tiques de atriz-nariz-empinado. Filme totalmente esquecível!

  7. Tenho que dizer que gosto de filmes assim, mas para ser indicado na categoria principal do Oscar? I have my doubts! rsrsrs.

  8. Eu também vejo algumas boas qualidades nesse filme. Acho que ele é leve, previsível e ‘bom’ demais para ser verdade. O que não são coisas detestáveis, mas incomodam as vezes. E eu gosto sim de Bullock! rsr

  9. Um futuro filme da sessão da tarde é a melhor definição para o filme e quanto a vitória de Bullock (que já considero quase certa, mas tenho esperança de ver Streep ganhando) é mais uma para entrar no roll de atrizes populares que ganharam sem merecer (Julia Roberts, Reese Witherspoon, etc).

  10. Não assisti a este filme, mas tenho antipatia por ele porque não admito a Sandra Bullock como favorita ao Oscar de Melhor Atriz, mas dou o braço a torcer e digo que “Um Sonho Possível” tem todos os elementos para me agradar – e tenho medo disso, sinceramente! rsrsrsrsrs

  11. “difícil é levar a sério como Oscar conseguiu se envolver tanto com um filme como esses ao ponto de indicá-lo na categoria principal, onde é o concorrente mais fraco.”
    Pois é… o oscar esse ano tá MUITO ESTRANHO!

    Sandra está muito bem nesse filme, é fato! Mas não chega perto da Carey Mulligan!

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