O Casamento de Rachel

Direção: Jonathan Demme

Elenco: Anne Hathaway, Rosemary DeWitt, Debra Winger, Bill Irwin, Anisa George, Mather Zickel

Rachel Getting Married, EUA, 2008, Drama, 115 minutos.

Sinopse: Kym (Anne Hathaway) está visitando sua família devido ao casamento de sua irmã, Rachel (Rosemarie DeWitt), do qual será madrinha. Ela carrega consigo um histórico de conflitos pessoais e familiares, que aos poucos se manifestam no período em que está no local.


O cinema já fez várias histórias sobre casamentos. Principalmente sobre o que acontece nos bastidores antes da festa matrimonial. Algumas produções foram mal resolvidas, como o recente Margot e o Casamento, com Nicole Kidman. Sorte que O Casamento de Rachel é um excelente exemplar dessa temática. O roteiro é extremamente realista, junto com os estupendos atores que formam o elenco. O resultado do longa, então, apresenta bastante sinceridade e esse é o grande mérito desse novo filme do diretor Jonathan Demme.

Certamente O Casamento de Rachel não é um longa revolucionário, mas faz bonito diante do que se propõe. Passa emoção sem ser enfadonho, focalizando a seguinte proposta: todos somos humanos e merecemos atenção, mesmo que sejamos cheios de falhas e erros. Enquanto a família é o pleno equílibio psicológico, Kym (Anne Hathaway) chega para abrir os olhos de seus parentes. Ninguém é perfeito e as dores da vida nunca devem ser ignoradas.

O diretor Demme conduz de forma excepcional os atores que tem em mãos. A começar por Anne Hathaway, que surpreende justamente por mostrar que não é só aquela atriz simpática de filmes engraçados como O Diabo Veste Prada, ela também tem calibre para papéis difíceis. Junto com ela temos os ótimos Bill Irwin e Debra Winger. Mas foi Rosemary DeWitt quem mais se destacou. Linda e impecável, a atriz merecia uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante. Muito mais que Taraji P. Henson, por exemplo.

O Casamento de Rachel não chega a possuir falhas; reclamo da inércia de algumas cenas. O diretor perde tempo demais mostrando os “momentos família” enquanto poderia dar mais espaço para mais brilhantes diálogos que transbordam realidade e obter o mesmo efeito. O estilo câmera-na-mão também não me agrada. Entretanto, é difícil reclamar de um filme tão sincero como esse, que mostra os relacionamentos familiares de forma interessante e que nunca é pesado ou raso demais. Tudo na medida para agradar qualquer público.

FILME: 8.0

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11 comentários em “O Casamento de Rachel

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  2. acabei de ver o filme no Museu Lasar Segal e achei que o mais bacana foi a técnica de filmagem; não foi só câmera na mão; tratou-se de um sistema suave de filmar, de forma realista, fazendo com que o expectador sentisse o drama mais de perto; até a parte sonora é mais perceptível, mais próxima, pela forma de captar as imagens, pelo tempo exposto de uma cena, pelo seu ângulo e outros detalhes. Até mesmo a atuação dos atores é um pouco diferente do convencional. Me pareceu um estilo próximo de filmar dos filmes europeus (aliás a produção é italiana) e brasileiros, como Cidade de Deus e Central do Brasil. O filme põe em relevo o próprio expectador, na medida que consegue trazê-lo para dentro dos ambientes. Tecnicamente, o filme é muito, muito mais, do que se tem comentado. Sou mais a questão técnica, do que a história em si. Obrigado.

  3. O Casamento de Rachel é o único filme que eu aceitei esse lance de câmera na mão, muito embora seja fácil distingir pelas tomadas qual cena foi câmera na mão e qual não foi. O que não gostei foram certas perguntas sem respostas no filme como por exemplo a que a Kym faz a sua mãe antes de levar um tapa. A resposta da mãe da Kym não foi lá muito satisfatória. Eu achei que o filme merecia pelomenos mais uns 15 minutos, pois na hora que ficou bom, a hora lá da festa, que eu acho que pode ser encarado como a partir de agora como um guia para quem quer fazer uma festa de casamento que se preze, acabou que ficando curta, eu queria um pouco mais de festa no final. Eu que tenho uma visão mais pop, fiquei imaginando hoje durante o dia como seria se a Rachel fosse interpretada por Liv Tyler e a Mãe fosse interpretada pela ex-mulher-mais-bonita-do-mundo, Kelly LeBrock. Doido não é? rsrs. Mas, que bom que teve esse clima underground, e a Anne Hathaway, perfeita como sempre.

  4. Acho que o estilo câmera na mão fez com que o filme tornasse mais verossímil com a situação do casamento, note que há várias pessoas com câmeras nas mãos. Como se a filmagem estivesse sendo feita pelos próprios membros da família. Claro, que a princípio incomodou-me, mas com o passar da película é perfeitamente aceitável.
    Concordo contigo, quando diz sobre os ‘momentos família’. Pareceu que colocaram algumas cenas apenas para preencher espaço.
    Acho que Anne Hathaway merecia muito mais que Kate Winslet o Oscar (não que Kate não merecesse, mas acho que ela merecia muito mais por outro filme dela que por O Leitor).

  5. Kamila, com certeza a Rosemary DeWitt merecia essa indicação. Não sei como a Taraji P. Henson foi entrar nessa lista…

    Hugo, esse é um dos melhores sobre esse assunto!

    Vinícius, exatamente, todo o elenco de “O Casamento de Rachel” é excelente!

    Wally, acho que você vai gostar!

    Kau, welcome back! \o/

    Weiner, concordo plenamente com sua opinião!

  6. Notas absolutamente idênticas. Acho que “O Casamento de Rachel” tem feito sucesso por conta de sua simplicidade ao mostrar as diferenças – e pelo fato de não procurar redimir erros, apenas demonstrar que precisamos sobreviver a eles.
    Um belo filme.
    E um abraço!

  7. Matt, eu acho o filme maravilhoso. Anne é impressionante, soberba, fenomenaaaal!!!!! =)

    Abs e estou de volta!

  8. “O Casamento de Rachel” foi um filme que me surpreendeu em todos os aspectos. Já esperava uma grande atuação da Anne Hathaway, claro, mas acho que o filme funciona perfeitamente em outros aspectos e acho que seu roteiro e principalmente o elenco foram subestimados pelas premiações.

  9. Este tipo de filme sobre uma pessoa retornando para encontrar a família e que acaba se abrindo feriadas do passado já rendeu bons longas.

    Este também parece ser interessante.

    Abraço

  10. “O Casamento de Rachel” sempre foi o filme da temporada do Oscar que eu mais aguardei assistir. E fico feliz de ver o longa tendo uma acolhida tão boa pelos blogueiros cinéfilos. Ainda não conferi o filme, mas vou repetir aqui o que disse no blog do Vinícius: imagino o que teria acontecido com a categoria de Melhor Atriz Coadjuvante se a Rosemarie deWitt tivesse sido indicada… Tudo ia ficar mesmo bem embolado, já que ela foi bem citada pelos prêmios da crítica.

    Bom final de semana!

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