A Vida Secreta das Palavras

[De Isabel Coixet. Com Sarah Polley, Tim Robbins e Julie Christie]

Existem certos diretores que possuem uma marca registrada. Almodóvar tem sua temática feminina, Tim Burton tem sua excentricidade, e por aí vai. Alguns diretores pouco conhecidos também já tem suas características marcantes, e Isabel Coixet pertence a esse grupo. Apesar de esse ser apenas seu segundo filme (o anterior foi o tocante Minha Vida Sem Mim), ela já demonstrou que suas produções possuem algo que é raro de se encontrar nos dias de hoje: uma sensibilidade dramática única. Seus filmes não são tão espetaculares assim, pois parecem lineares demais e presos às “regras” do gênero, mas a diretora consegue tornar tudo muito humano, muito real, principalmente em seus diálogos. Depois de Minha Vida Sem Mim, Coixet retoma a parceria com a atriz Sarah Polley nesse A Vida Secreta das Palavras, que continua demonstrando todo o talento dramático da diretora para contar histórias intimistas e tristes. Esse seu segundo trabalho é menor e menos drmático que o anterior, mas mesmo assim muito satisfatório pra quem aprecia o estilo. Sarah Polley realiza ótimo trabalho, dando um show de atuação, por exemplo, na parte em que mostra as cicatrizes de seu corpo. Tim Robbins, ainda que estranho, também não fica atrás. A Vida Secreta das Palavras é um ótimo drama, só faltava ter inovado um pouco mais na sua estrutura previsível.

FILME: 7.5


7 comentários em “A Vida Secreta das Palavras

  1. Parabéns! Para um guri de 17 anos, tens uma madureza racional e emocional muito evoluída, além de uma linguagem sóbria, intelectualizada e seleta. Continue assim.

  2. Matheus, aluguei esse filme ontem e já o assisti. O que me impressionou nele foi que, durante muita parte do tempo, a gente pensa que nada vai acontecer naquela trama. A personagem da Sarah Polley tem uma rotina rígida, não é muito de falar. O interessante é ver que, naquela plataforma, no meio do nada, ela encontra o lugar perfeito para se abrir, uma pessoa perfeita com quem compartilhar as dores e o peso que ela carregava nos ombros.

    A Sarah Polley, realmente, tem uma ótima atuação. A cena em que ela desabafa com o Tim Robbins é comovente.

    Queria destacar também a narração do filme. Achei linda.

  3. Nossa, será que só eu ABOMINO, sabe, ODEIO “Minha Vida Sem Mim”??? Acho uma sucessão de clichês impossível de engolir.

  4. Achei este filme muito bacana – e vc esqueceu de mencionar uma trilha sonora muito interessante, que toca David Byrne e Tom Waits entre outros. Um filme sensível (Sarah ótima, ams não gosto tanto do Timm Robbins… e ainda tem uma participação muito forte de Julie Christie) e que faz pensar sobre algo tão distante de nós. Ah! gosto da idéia de trabalhar com cenários que representam uma espécie de “mundo paralelo” onde várias coisas ali são possíveis, como é o caso da plataforma.
    abraço

  5. Tenho muita curiosidade em relação a esse filme, até porque gostei bastante de “Minha Vida Sem Mim” e a Sarah Polley é sempre uma atriz competente – quero muito ver a estréia dela como diretora em “Away From Her”. Abraço!

  6. Amo “Minha Vida Sem Mim” e perdi a oportunidade de assistir a este “A Vida Secreta das Palavras”. Me arrependi profundamente, ainda mais depois de ler sua pequena resenha.

  7. Acredite, ainda não vi Minha Vida sem Mim. Mas depois que eu ver este filme, do qual voce me deixou ansioso (adoro Tim Robbins, um estupendo ator), verei o outro de Coixet.

    Ciao!

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