I always believed that fear belonged to other people. Weaker people. It never touched me. And then it did. And when it touches you, you know… that it’s been there all along. Waiting beneath the surfaces of everything you loved.
Direção: Neil Jorda
Elenco: Jodie Foster, Terrence Howard, Naveen Andrews, Mary Steenburgen, Nicky Katt
The Brave One, EUA, 2007, Drama, 119 minutos, 16 anos.
Sinopse: Nova York. Erica Bain (Jodie Foster) é uma apresentadora de rádio e tem um novo noivo que a adora. Ela está feliz com sua vida, até que um ataque brutal a deixa seriamente ferida e mata seu noivo. Sem conseguir superar a tragédia, Erica passa a vasculhar as ruas à noite, em busca dos homens que considera ser os responsáveis pelo que lhe aconteceu. Sua busca por justiça chama a atenção da população, que passa a acompanhar sua perseguição anônuma. Porém, Mercer (Terrence Howard), um obstinado detetive, está decidido a encerrar sua jornada. Ao mesmo tempo, Erica começa a se questionar, sem saber que está se tornando justamente aquilo que deseja evitar.
Logo após matar duas pessoas em um metrô, Erica Bain se pergunta: “Por que minhas mãos não tremem? Por que não sinto nada?”. A radialista está procurando justiça e vingança pela morte de seu marido que foi brutalmente assassinado. A premissa de Valente é essa: é desumano não sentir nada em um ato de vingança? Apesar dessa proposta, o filme trabalha pouco essas questões ideológicas, focando-se mais nos sentimentos da protagonista e deixando de lado toda a badalação em torno da vingança. Valente é um pouco perdido em seus princípios, porque não consegue decidir qual é a sua verdadeira intenção e a que estilo de narrativa seguir.
No entanto, o filme vale por Jodie Foster que, apesar de não estar no melhor momento de sua carreira (já esteve muito mais intensa em outros projetos), consegue segurar as rédeas de um filme nada mais que mediano e que culmina em um final questionável eticamente. Fracasso nos Estados Unidos, Valente será lançado diretamente em DVD aqui no Brasil. Decisão equivocada, já que a produção estava sendo esperada por muitos e era uma forte aposta para o Oscar de Melhor Atriz. Além, é claro, de ter uma protagonista de peso que consegue atrair certo público. Apesar do filme não ser muito bom, merecia ser lançado nos cinemas.
A proposta principal do filme era trabalhar a vingança da protagonista. Todavia, esse assunto parece ter ficado em segundo plano. O verdadeiro sentimento de vingança – que seria a “justificativa” dela para seus crimes, só se aflora nos momentos finais, enquanto durante todo o filme ela parece matar apenas por trauma e até mesmo prazer (!!!). A história tenta justificar as ações da protagonista com momentos dramáticos, o que acaba funcionando muito bem (principalmente até a metade) e dando espaço para Foster brilhar. Mas, de uma hora pra outra, muda o estilo de narrativa e volta a apresentar atos sem motivações. Se fosse para escolher o maior defeito de Valente, esse seria o seu roteiro mal acabado e fora de foco.
Indicada ao Globo de Ouro, Jodie Foster é o grande destaque, como era de se esperar. Foster tem ótimos momentos e acertou completamente no tom de sua personagem. Quem faz o par romântico de Foster é Naveen Andrews (o Sayid de Lost, e que, recentemente, teve pequena participação em Planeta Terror), que só aparece nas primeiras cenas. Não gostei de Terrence Howard, o detetive da história, que não trouxe muita personalidade para seu personagem. Portanto, Valente não é um filme ruim, longe disso, só que o resultado ficou bem aquém do que podia se esperar. Culminando em um final duvidoso, tem seus momentos ótimos – fiquei especialmente impressionado com a cena em que os personagens de Foster e Andrews são violentados, onde foi tudo incrivelmente realista. Só merecia ter um roteiro mais contundenete e intenso, que definisse suas verdadeiras intenções dramáticas para a história.
FILME: 6.0
Oscila entre banalidade suprema e sutilezas e meandros imprevisíveis. O roteiro quase despenca na velha tese de “justiça pelas próprias mãos, em alguns casos, faz todo sentido”. Quase se tem Charles Bronson ardendo de “death wish” e variações. Mas há um certo desespero e um niilismo pós-pesadelo que convence, porque Jodie Foster é grande. E Neil Jordan também. No entanto, poderia ser melhor.
Putz, eu adorei o filme, dei 9,5 para ele, pelo simples fato do filme ser totalmente do diretor e não ser necessário um roteiro bem acabado, Neil Jordan usa a câmera de uma maneira ótima, principalmente nos momentos de indecisão da personagem principal. Esse filme me lembrou algo sobre o Brian dePalma, onde é a imagem que faz o cinema e não as palavras. Claro que roteiro é importantíssimo, mas a direção às vezes melhora um roteiro falho, como o desse filme.
Eu esperava mais do filme. Mas pelo menos Jodie Foster parece estar bem. Verei confiante, mesmo assim, já que sou super fã do cinema de Neil Jordan, que dos filmes que vi dele, ainda não me decepcionou.
Voce, pelo jeito, não é muito fã dele, vide Café da Manhã em Plutão.
Ciao!
Lendo sua crítica, enxergo paralelos na trama de “Valente” com o filme “Desejo de Matar”, em que Charles Bronson interpreta um homem comum movido pelo desejo de vingança. Como gosto muito de histórias que abordam esse tipo de sentimento, mesmo você dizendo que o resultado do filme foi aquém do esperado, devo conferir “Valente”.
O filme não me chama nem um pouco a atenção. Acho que a única coisa boa mesmo aí deve ter sido a atuação da Foster.
Abraço