
Glenn Close e o seu Globo de Ouro por A Esposa: discurso da atriz foi o ponto alto de uma cerimônia interminável, dispersa e pouco conclusiva para a temporada de premiações.
Para quem gosta da surpresa pela surpresa, o Globo de Ouro não desapontou. Afinal, poucas vezes em sua história recente o prêmio outorgado pela Hollywood Foreign Press atirou para todos os lados, premiando todos os filmes que estavam ao seu alcance. Choque maior, no entanto, não houve como o de Bohemian Rhapsody ganhando a categoria de melhor filme dramático. O longa de Bryan Singer é espirituoso e cheio de energia, mas, em nenhum planeta lúcido, é melhor ou mais relevante do que títulos como Pantera Negra ou Infiltrado na Klan.
Sem saber muito o que fazer entre o popular e o autoral, o Globo de Ouro sem dúvida repercute pouco para uma temporada de premiações que parece ser a mais desinteressante em muito tempo. De efetivo mesmo para o cenário geral temos apenas a vitória de uma emocionadíssima Glenn Close (A Esposa), que, com um filme pequeno e independente, puxou o freio de mão da celebrada trajetória que Lady Gaga vinha trilhando até então com Nasce Uma Estrela. Se hoje há uma adversária à altura para Glenn, essa parece ser Olivia Colman (A Favorita), que muito provavelmente será indicada ao BAFTA de melhor atriz, ostentando desde já o título de favorita ao prêmio britânico.
Há de se considerar também um novo momento para Rami Malek (Bohemian Rhapsody), responsável por tirar uma celebração até então tida como certa para Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela) em melhor ator. De resto, pouco pode ser diagnosticado, inclusive nas categorias de atuação, já que a vencedora Regina King (Se a Rua Beale Falasse) em atriz coadjuvante não concorre ao Screen Actors Guild Awards e que o também coadjuvante Mahershala Ali (Green Book: O Guia) venceu somente agora o Globo de Ouro que ele não havia levado por Moonlight: Sob a Luz do Luar. Futuramente, o SAG poderá nos indicar se a temporada segue na indefinição (o que seria um alento em comparação aos resultados tediosamente previsíveis do ano passado) ou se teremos movimentos mais consolidados daqui para frente.
Confira abaixo a lista completa de vencedores:
CINEMA
MELHOR FILME DRAMA: Bohemian Rhapsody
MELHOR FILME COMÉDIA/MUSICAL: Green Book: O Guia
MELHOR DIREÇÃO: Alfonso Cuarón (Roma)
MELHOR ATRIZ DRAMA: Glenn Close (A Esposa)
MELHOR ATOR DRAMA: Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
MELHOR ATRIZ COMÉDIA/MUSICAL: Olivia Colman (A Favorita)
MELHOR ATOR COMÉDIA/MUSICAL: Christian Bale (Vice)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Mahershala Ali (Green Book: O Guia)
MELHOR ANIMAÇÃO: Homem-Aranha no Aranhaverso
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: Roma (México)
MELHOR ROTEIRO: Green Book: O Guia
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: “Shallow” (Nasce Uma Estrela)
MELHOR TRILHA SONORA: O Primeiro Homem
SÉRIES, MINISSÉRIES E TELEFILMES
MELHOR SÉRIE DRAMA: The Americans
MELHOR SÉRIE COMÉDIA/MUSICAL: The Kominsky Method
MELHOR MINISSÉRIE/TELEFILME: The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story
MELHOR ATRIZ DRAMA: Sandra Oh (Killing Eve)
MELHOR ATOR DRAMA: Richard Madden (Bodyguard)
MELHOR ATRIZ COMÉDIA/MUSICAL: Rachel Brosnahan (The Marvelous Mrs. Maisel)
MELHOR ATOR COMÉDIA/MUSICAL: Michael Douglas (The Kominsky Method)
MELHOR ATRIZ EM MINISSÉRIE/TELEFILME: Patricia Arquette (Escape at Dannemora)
MELHOR ATOR MINISSÉRIE/TELEFILME: Darren Criss (The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE/MINISSÉRIE/TELEFILME: Patricia Clarkson (Sharp Objects)
MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE/MINISSÉRIE/TELEFILME: Ben Whishaw (A Very English Scandal)
Matheus, pra mim, nas categorias de cinema, as grandes surpresas foram as vitórias de Rami Malek (Melhor Ator) e de “Bohemian Rhapsody” (Melhor Filme – Drama). O Rami venceu, pois a sua categoria não tinha um franco favorito. Agora, “Bohemian Rhapsody” ter triunfado numa categoria em que tinha como concorrentes “Nasce uma Estrela” e “Se a Rua Beale Falasse” foi impressionante.
O SAG poderá clarear algumas das categorias, mas a de Atriz Coadjuvante, por exemplo, continuará indefinida, uma vez que a Regina King não foi indicada ao prêmio dos atores.