Três atores, três filmes… com Cleber Eldridge

Existem leitores e blogueiros que nos acompanham há tanto tempo que acabam, de certa forma, tornando-se parte da nossa história e do nosso imaginário. É o caso do Cleber Eldridge, com quem compartilho opiniões sobre cinema já há alguns anos. Cinéfilo que acompanha tudo que é tipo de lançamento, além de fã da temporada de premiações, ele hoje assina o blog 21th Century Cinema, dando atenção especial a um tipo de postagem que, confesso, está em falta aqui no blog: as listas, sejam elas de desempenhos, melhores do ano, TOP 10, etc. Para a coluna, o nosso último convidado do ano selecionou três desempenhos masculinos que dizem muito sobre o tipo de cinema e personagem que Cleber tanto se afeiçoa e se identifica. Boa leitura!

Philip Seymour Hoffman (Capote)
O sempre subestimado filme Capote, de Bennett Miller, não é só um dos melhores filmes da primeira década do século 21, como conta com uma das maiores interpretações de todos os tempos – na minha humilde opinião, é claro: a de Philip Seymour Hoffman, um dos grandes atores que infelizmente nos deixou muito cedo, por conta de problemas com drogas. Ele entregou uma atuação única ao interpretar uma figura única como Truman Capote. E não foi tarefa fácil: a voz e os trejeitos são o ponto alto de uma atuação que me marcou para sempre. O sombrio – e, para muitos, frio e distante demais do espetador – filme de Miller, não é uma biografia qualquer. É o relato brilhante de um momento na vida do escritor, momento esse que rendeu um dos melhores livro de não-ficção de todos os tempos. O conjunto da obra é particularmente marcante. Um filme que eu guardo no coração como uma obra-prima.

Garreth Hedlund (Na Estrada)
Os dias, as noites, as paixões e as frustrações de Jack Kerouack sempre me marcaram. Nas minhas muitas idas até a biblioteca, peguei todos os livros e contos escritos por esse outro marco da literatura americana. Quando soube que ele seria finalmente filmado, fiquei em transe, principalmente por um diretor que sempre soube filmar estradas como poucos: o nosso grande Walter Salles. Dean Moriarty sempre foi o meu personagem favorito, em todos os muitos livros que li. Garreth Hedlund, que não é lá o melhor ator do mundo, me agraciou com uma atuação marcante, dando vida a uma personagem exatamente como eu imaginava. Ele se joga de cabeça em tudo na vida, faz tudo o que quer, na hora que quer, quando quer e não se preocupa com o amanhã — justamente como um dia eu sonho ser. Acho que nunca um personagem foi melhor posto frente às telas.

Harris Dickinson (Ratos de Praia)
O até então desconhecido Harris Dickinson é uma das marcantes estreias no circuito independente com Ratos de Praia, que, infelizmente, não deve entrar em cartaz por aqui no Brasil. Foi uma das mais agradáveis, felizes e marcantes surpresa que tive com o cinema nos últimos anos. Tem muito da minha pessoa no protagonista Frankie. Tem muito do que um dia eu já fui e felizmente não sou mais. Seus olhares, sua timidez e até mesmo sua coragem são marcantes. É o retrato de um atormentado garoto que ainda não sabe do que realmente gosta, como ele mesmo diz em um diálogo. No filme e nele estava um pequeno pedaço da minha vida.

Um comentário em “Três atores, três filmes… com Cleber Eldridge

  1. Das atuações listadas pelo Cleber, só não conheço a do filme “Ratos de Praia”…. No mais, acho que ele destacou as duas atuações mais importantes das carreiras de Philip Seymour Hoffman e de Garrett Hedlund.

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