
Maior surpresa (agradável) da noite, a francesa Isabelle Huppert foi a melhor atriz dramática por Elle.
Fazendo história, o Globo de Ouro desse domingo (08) reforçou o favoritismo absoluto do musical La La Land: Cantando Estações na temporada de premiações. O filme de Damien Chazelle (do já impressionante Whiplash: Em Busca da Perfeição) quebrou recordes e, vencendo todos as categorias em que concorria, se tornou o maior vencedor da história do prêmio em 74 anos, batendo os até então soberanos Um Estranho no Ninho e O Expresso da Meia-Noite, ambos com seis prêmios (alguns deles por categorias que já não existem mais, como ator revelação). Foram sete as vitórias: filme comédia/musical, direção, roteiro, ator e atriz em comédia/musical (Emma Stone e Ryan Gosling), trilha sonora e canção original (“City of Stars”). Se continuar nesse ritmo, La La Land devolverá aos estadunidenses o Oscar de direção (que há seis anos só vai para “estrangeiros”) e consagrará o diretor mais jovem da história do prêmio da Academia (Chazelle tem apenas 32 anos). Já os dramas Moonlight: Sob a Luz do Luar e Manchester à Beira-Mar tiveram que se contentar apenas com as estatuetas de melhor filme e ator drama (Casey Affleck), respectivamente.
Se o prêmio para Aaron Taylor-Johnson como ator coadjuvante por Animais Noturnos parecia o prelúdio de uma noite de desastres (é absurdo ele ser celebrado enquanto seu colega Michael Shannon sequer foi indicado e é até superior em cena), boas surpresas vieram ao longo da cerimônia, como a vitória do francês Elle na categoria de filme estrangeiro, dando um tapa de luva na caretice do Oscar que já excluiu o longa de Paul Verhoeven da lista de pré-selecionados de sua categoria. Enquanto o discurso emblemático da homenagem de Meryl Streep indicava que esse se firmaria como o momento mais emocionante da noite (não só pela linda introdução de Viola Davis, mas por tudo o que Meryl disse com uma elegância ímpar, sem trazer nada para si, da importância do ofício do ator a tudo de mais sombrio e nefasto que a eleição de Donald Trump traz para os Estados Unidos), eis que o Globo de Ouro revela uma maturidade ímpar ao entregar o prêmio de melhor atriz em drama para Isabelle Huppert (Elle). A francesa, que tem uma das carreiras mais prolíferas e emblemáticas da Europa (e do mundo), falou que não deveriam existir fronteiras quando o assunto é cinema. E só devemos agradecer ao fato de que o Globo de Ouro compreendeu essa ideia em um momento certo. Confira abaixo a lista de vencedores:
MELHOR FILME DRAMA: Moonlight: Sob a Luz do Luar
MELHOR FILME COMÉDIA/MUSICAL: La La Land: Cantando Estações
MELHOR ATRIZ DRAMA: Isabelle Huppert (Elle)
MELHOR ATRIZ COMÉDIA/MUSICAL: Emma Stone (La La Land: Cantando Estações)
MELHOR ATOR DRAMA: Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
MELHOR ATOR COMÉDIA/MUSICAL: Ryan Gosling (La La Land: Cantando Estações)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Viola Davis (Um Limite Entre Nós)
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos)
MELHOR DIREÇÃO: Damien Chazelle (La La Land: Cantando Estações)
MELHOR ROTEIRO: La La Land: Cantando Estações
MELHOR ANIMAÇÃO: Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL: “City of Stars” (La La Land: Cantando Estações)
MELHOR FILME ESTRANGEIRO: Elle (França)
MELHOR TRILHA SONORA: La La Land: Cantando Estações
MELHOR SÉRIE DRAMA: The Crown
MELHOR SÉRIE COMÉDIA: Atlanta
MELHOR TELEFILME OU MINISSÉRIE: The People v. O.J. Simpson: American Crime Story
MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMA: Claire Foy (The Crown)
MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMA: Billy Bob Thornton (Goliath)
MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA: Tracee Ellis Ross (Black-ish)
MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA: Donald Glover (Atlanta)
MELHOR ATRIZ EM TELEFILME OU MINISSÉRIE: Sarah Paulson (The People v. O.J. Simpson: American Crime Story)
MELHOR ATOR EM TELEFILME OU MINISSÉRIE: Tom Hiddleston (The Night Manager)
MELHOR ATOR EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU TELEFILME: Hugh Laurie (The Night Manager)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE, MINISSÉRIE OU TELEFILME: Olivia Colman (The Night Manager)