O ABUTRE, por James Newton Howard: Repetindo parceria com a família Gilroy, James Newton Howard, que anteriormente havia trabalhado com Tony em Conduta de Risco, recentemente se juntou a Dan para fazer O Abutre. É curioso como Howard parece ter criado uma sonoridade bastante característica para os Gilroy, já que seus trabalhos nos dois filmes se assemelham bastante. Ambos, no entanto, são dotados de características próprias, e O Abutre, apesar de ser um álbum de extensa duração (são quase 30 faixas!), consegue ficar na lembrança principalmente por seu tema inventivo e que faz marcantes usos de guitarra para trazer tensão e contemporaneidade à história do problemático protagonista vivido por Jake Gyllenhaal. Não deixe de ouvir: Nightcrawler, If it Bleeds, It Leads e Moving the Body.
DIVERTIDA MENTE, por Michael Giacchino: Vencedor do Oscar por Up – Altas Aventuras, Michael Giacchino deve novamente voltar à corrida pela estatueta com Divertida Mente. A animação, desde já uma das mais geniais e marcantes da Pixar, tem seu embalo devidamente pontuado pelo álbum do compositor, que acompanha com perfeição toda a imaginação, a comédia, a aventura e também o drama da trama incrivelmente criativa. Com delicadeza e bom humor, a trilha de Divertida Mente está à altura do filme e, por mais que não tenha melodias necessariamente inesquecíveis como Stuff We Did, de Up, cumpre com louvour a sua missão de ser um complemento narrativo de inteligência para a animação. Não deixe de ouvir: Bundle of Joy, Joy Returns to Sadness/A Growing Personality, First Day of School.
O JOGO DA IMITAÇÃO, por Alexandre Desplat: Tenha certeza: se Alexandre Desplat não tivesse faturado o Oscar 2015 por O Grande Hotel Budapeste, é bem provável que, apesar do favoritismo de A Teoria de Tudo, o francês ganhasse a estatueta por O Jogo da Imitação. E não é porque esta é a trilha de um filme que tem a cara da Academia, mas sim porque realmente o compositor está em plena forma. São 21 faixas que trazem a devida sofisticação para o clima de longa de época e a delicadeza necessária para que compreendamos os importantes dilemas internos do protagonista. Da mais recente safra de Desplat, O Jogo da Imitação está entre os melhores álbuns. Não deixe de ouvir: The Imitation Game, Crosswords e Alone With Numbers.
THE LEFTOVERS (SEASON 1), por Max Richter: Não há qualquer exagero em dizer que Max Richter marca época na TV com a sua trilha para The Leftovers. É ambicioso o seu trabalho para este drama complexo de inúmeras passagens inesquecíveis graças à trilha sonora, que encontra o ponto certo entre grandiosidades e delicadezas. Richter, além de criar um inesquecível tema de abertura pontuado por um magnífico uso de violinos, consegue apresentar uma melodia super melancólica dividida em inúmeras variações que são sempre tocantes e nunca repetitivas (Departure é emocionante tanto em Lullaby, Home e Reflection). Assim como a própria série, o trabalho de Richter merecia muito mais reconhecimento. Não deixe de ouvir: The Leftovers (Main Title Theme), Dona Nobis Pacem I & II e She Remembers.
RICKI AND THE FLASH, por Vários Artistas: Já comentei na crítica do filme e vale repetir aqui: é um absurdo que as sessões brasileiras de Ricki and the Flash não tenham legendado as canções. O filme de Jonathan Demme não é apenas uma mera coletânea de sucessos como Bad Romance, Get the Party Started ou I Still Haven’t Found What I’m Looking For. Muitas das canções têm algo a dizer sobre a história de Ricki Rendazzo (Meryl Streep), e o fato da atriz não impressionar tando vocalmente em um álbum ouvido separadamente quanto em outros como Mamma Mia! e Into the Woods tem muito a ver com a própria história de sua personagem: uma mulher que tentou ser uma estrela do rock a todo custo mas que, na melhor das hipóteses, consegue animar apenas uma dezena de pessoas em um pub qualquer. Não deixe de ouvir: Drift Away, I Still Haven’t Found What I’m Looking For e My Love Will Never Let You Down.
SENTIDOS DO AMOR, por Max Richter: Por puro acaso conferi Sentidos do Amor sem saber que o compositor do filme em questão era Max Richter, que recentemente havia me impressionado na primeira temporada de The Leftovers. E não é que ele me levou às lágrimas de novo? A combinação de violino e piano talvez seja a razão mais óbvia para isso (não existe melhor química que um compositor possa encontrar para me emocionar), mas também existe um diálogo perfeito entre os tipos de melodias criadas por Richter e o clima desesperançoso do filme de David Mackenzie. Nada piegas, mas sim sóbrio e com as elevações exatas de tom para comover o espectador. Luminous, que encerra o filme, merece menção à parte tamanha a sua beleza. Não deixe de ouvir: Luminous, On a Turning World e Things Left Behind.
Meryl Streep cantando “Bad Romance” é maravilhoso! heheheh
A trilha de “Sentidos do Amor” é ÓTIMA mesmo!
Alan, tô cada vez mais fã do Max Richter!