Sucesso de público na Argentina e no Brasil (pelo menos em Porto Alegre, cidade do escriba que vos fala, já completa sua 30ª semana em exibição), Relatos Selvagens merecidamente viajou o mundo. Selecionado para a competição oficial de Cannes em 2014, também foi finalista do Oscar 2015 de melhor filme estrangeiro. É um feito louvável para uma comédia, gênero tão subestimado por festivais e premiações. Escrito por Damián Szifrón, que tem uma carreira significativa na TV argentina, o longa reúne várias histórias isoladas sobre vingança, em uma mistura perfeitamente simétrica e irresistível. A harmonia que Szifrón estabelece entre todas as tramas é formidável, em uma rara produção que, ao contrário de outras deste formato (a série Cities of Love, citando um caso mais recente), só alcança alguma irregularidade por ter curtas levemente mais fantásticos do que outros. Relatos Selvagens é comédia de humor ácido e ao mesmo tempo refinado, sempre contemporânea e repleta de personagens e situações críveis. Quem dera tivéssemos mais presentes como esse no gênero. Ainda disputavam esta categoria: Ela, O Grande Hotel Budapeste, O Lobo Atrás da Porta e Nebraska.
EM ANOS ANTERIORES: 2013 – Antes da Meia-Noite | 2012 – A Separação | 2011 – Melancolia | 2010 – A Origem | 2009 – (500) Dias Com Ela | 2008 – WALL-E | 2007 – Ratatouille