
Gustavo Dutra e Bruno Rafael dos Santos com suas credenciais antes da exibição dos curtas no Palácio dos Festivais. Foto: Cleiton Thiele/Pressphoto
A segunda e última noite da avant première para a comunidade Gramadense chegou a ser emocionante. As estrelas da noite? Os alunos do projeto Educavídeo, realizado em escolas da cidade e responsável por ensinar dezenas de crianças a fazer cinema. A iniciativa é, sem dúvida, uma herança do evento, provando que Gramado, mesmo não sendo um polo cinematográfico ou uma cidade acadêmica neste sentido, já planta suas sementes em relação ao cinema na comunidade.
É a primeira vez que os alunos assistem aos seus curtas em uma sala de cinema. Antes nervosos, eles, após entrarem no Palácio, foram tomados pela naturalidade típica das crianças, já que foram várias as risadas e os aplausos realmente genuínos para aqueles singelos mas afetivos curtas. Uma recepção muito mais calorosa e desprovida de preconceitos, diga-se de passagem, do que as habituais plateias do evento, sempre tão econômicas em palmas e até mesmo gélidas em suas recepções aos longas em competição.
Antes da sessão, tive a oportunidade de conversar com dois alunos entusiasmados com os resultados do projeto: os jovens Gustavo Dutra e Bruno Rafael dos Santos. Dutra, diretor do curta Cybervingança, diz que passou a assistir filmes de outra maneira depois de fazer parte do Educavídeo. “Fazer um filme é muito mais difícil do que eu pensava”, contou o garoto, que também revelou que a montagem é a sua etapa favorita na hora da realização de um longa. “E de quebra ainda tenho o apoio dos meus pais, que dizem que não estou na rua fazendo bobagem”, brincou o garoto.
Com a exibição no Palácio dos Festivais, onde todos os participantes do projeto ganharam um Kikito de chocolate, o 42º Festival de Cinema de Gramado ainda contou com uma boa nova para o Educavídeo: a doação de uma câmera da Nikon, apoiadora do Festival. A sessão fechou com chave de ouro esta simbólica programação especial para os gramadenses, que, daqui em diante, podem ter a certeza, desde a mais tenra idade, de que eles, como moradores e aspirantes a cineastas, também são responsáveis pela história do Festival.