Godzilla

You have no idea what’s coming!

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Direção: Gareth Edwards

Roteiro: Max Borenstein, baseado em história de Dave Callaham

Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Elizabeth Olsen, Bryan Cranston, Ken Watanabe, Sally Hawkins, David Strathairn, Juliette Binoche, Richard T. Jones, Victor Rasuk, Patrick Sabongui, Jared Keeso, Luc Roderique, Carson Bolde

EUA, 2014, Ação, 123 minutos

Sinopse: Joe Brody (Bryan Cranston) criou o filho sozinho após a morte da esposa (Juliette Binoche) em um acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam, no Japão. Ele nunca aceitou a catástrofe e quinze anos depois continua remoendo o acontecido, tentando encontrar alguma explicação. Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), agora adulto, é soldado do exército americano e precisa lutar desesperadamente para salvar a população mundial – e em especial sua família – do gigantesco, inabalável e incrivelmente assustador monstro Godzilla. (Adoro Cinema)

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Não é novidade que Hollywood tem jogado dinheiro para o alto ao realizar blockbusters ruins e sem entretenimento. São infinitas as produções de alto orçamento que nem mesmo em termos técnicos conseguem mais impressionar. Só que nada nos preparava para Godzilla, refilmagem que deve reunir o maior número de atores talentosos em uma verdadeira bomba recente. Antes este longa de Gareth Edwards fosse uma barulheira como Transformers. Nem isso acontece aqui. O que torna Godzilla um verdadeiro tédio é a insistente vontade do roteiro de se levar a sério demais e tentar revolucionar com uma história vista inteiramente a partir do ponto de vista dos humanos. Tedioso não no sentido de ser, conforme apontam alguns defensores, uma trama que quer mostrar o lado dos humanos na tragédia, mas sim de trazer tantas pessoas chatas e insossas para protagonizar os conflitos. Realmente, assim fica fácil torcer para Godzilla destruir a cidade.

O fato do monstro aparecer apenas na meia hora final não seria um problema caso o roteiro de Max Borenstein, baseado em história de Dave Callaham, ganhasse o nosso coração com personagens envolventes. Entretanto, é um verdadeiro teste de paciência aguentar tanta indiferença com as figuras que aparecem na tela. De Juliette Binoche – que sabe-se lá por quê saiu da França para aparecer menos que os créditos iniciais – nem vale a pena falar, mas comecemos com Bryan Cranston, ator que está no auge de sua carreira após o final do seriado Breaking Bad. Ele faz o que pode, mas não consegue fazer muito com o manjado papel de cientista descabelado que grita teorias que ninguém compra – e que depois, claro, revelam-se verdadeiras. Logo também aparece Aaron Taylor-Johnson, de uma inexpressividade absurda, que supostamente é o heroi mas que não tem cacife para sustentar qualquer coisa. Coloque ainda na lista David Strathairn como o canastrão general que representa a arrogância do ser humano perante o que não pode controlar e uma sofrível Sally Hawkins, cuja única função é fazer perguntas e mastigar explicações para o espectador.

A situação piora minuto a minuto porque o roteiro não consegue construir absolutamente nada de consistente em termos de história ou de personalidade para seus personagens. Não existe relevante dimensão psicológica ou emocional nas figuras que surgem na tela – e se um filme “de monstro” se propõe a focar nos humanos, isso era mais do que necessário. Era obrigatório. Sem personagens interessantes, em uma trama que depende deles, a possibilidade de algo dar certo é mínima. Não adianta ter um elenco milionário se falta material para que eles trabalhem. Assim, mesmo quando pensamos relevar a inexistência de personalidade dos personagens e conferir Godzilla com bom humor, não demora muito para que o texto vire um verdadeiro sonífero ao ser cada vez mais carente de jogadas interessantes ou reviravoltas cativantes. Repleto de explanações dispersivas e cenas avulsas (por que mesmo tanta atenção para o menino oriental para depois descartá-lo com descaso?), o filme é uma preparação infinita e desinteressante para um clímax que, apesar dos efeitos e do investimento, nunca está à altura de compensar todo o tédio de antes.

O clímax, por sinal, também fica devendo, com sequências escuras (ainda mais prejudicadas pelo desnecessário 3D) e destruições sem qualquer novidade. Ou seja, Godzilla é vazio, sem senso de entretenimento e completamente nulo em qualquer metáfora que pudesse mostrar que os humanos, por mais que tenham mísseis e as mais altas tecnologias, nem sempre podem controlar e resolver tudo. Tudo dá errado nessa investida de Gareth Edwards, que nada acrescenta aos tantos filmes que já foram feitos sobre o monstro-título. Possivelmente, a trilha do francês Alexandre Desplat seja o único aspecto realmente positivo desse trágico remake que, até pouco tempo atrás, era um dos filmes mais aguardados do ano (em especial com os trailer super imersivos e de tirar o fôlego). Só que Godzilla é, acredite, ainda pior do que esse texto tenta avisar. Um verdadeiro desastre!

2 comentários em “Godzilla

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