Welcome to the Dallas Buyers Club!
Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Craig Borten e Melisa Wallack
Elenco: Matthew McCounaghey, Jared Leto, Jennifer Garner, Denis O’Hare, Steve Zahn, Michael O’Neill, Dallas Roberts, Griffin Dunne, Kevin Rankin, Donna Duplantier, Deneen Tyler, Ian Casselberry, Noelle Wilcox
Dallas Buyers Club, EUA, 2013, Drama, 117 minutos
Sinopse: Em 1986, o eletricista texano Ron Woodroof (Matthew McConaughey) é diagnosticado com AIDS e logo começa uma batalha contra a indústria farmacêutica. Procurando tratamentos alternativos, ele passa a contrabandear drogas ilegais do México. (Adoro Cinema)
Clube de Compras Dallas é um filme dominado por dois atores. E isso significa muito, para o bem e para o mal. Dirigido pelo canadense Jean-Marc Vallée (do celebrado C.R.A.Z.Y – Loucos de Amor e de A Jovem Ranha Vitória), a produção encabeçada por Matthew McCounaghey e Jared Leto dá total espaço para os dois brilharem, mas também volta e meia se esquece de ter cuidados maiores no roteiro para que Clube de Compras Dallas seja tão significativo quanto os seus intérpretes e a essência de suas mensagens.
É especialmente interessante a premissa principal do longa, que já começa se diferenciando por fazer um retrato da AIDS não com um protagonista gay, mas sim com um eletricista machão e preconceituoso que acha que a doença é exclusiva aos homossexuais. Quando é diagnosticado, não acredita no veredito: pragueja os médicos, questiona o resultado e diz que não precisa se tratar, mesmo com uma saúde visivelmente debilitada. Mas o tempo mostra para Ron Woodroof (McCounaghey) a sua verdadeira condição – o que faz com que ele reavalie a situação.
Depois de perder os amigos e se ver completamente desesperado em uma época que testes de remédios para a doença traziam mais efeitos colaterais do que melhorias, ele resolve seguir um caminho próprio, contrabandeando drogas mais efetivas do México e trabalhando conjuntamente com o travesti Rayon (Jared Leto). É essa jornada que fará com que Ron se torne um homem inteiramente novo, desprovido de preconceitos e, se possível, mais apegado às pequenas coisas da vida. A novidade é que Clube de Compras Dallas foge de qualquer maniqueísmo, com um arco dramático bem resolvido nesse sentido.
O que acontece com esse filme desprovido de clichês é a forma com que ele direciona seu foco. Se a primeira metade é basicamente sobre a compreensão de Ron sobre a sua condição e a evolução dele como ser humano, a segunda é basicamente sobre os seus negócios na fronteira e seu entrave com as forças médicas daquela época, que faziam de tudo para que seu clube de compras de drogas mexicanas não funcionasse. A partir daí, o filme de Vallée perde força dramática e vai amortecendo o estudo do personagem – o que é bastante decepcionante, visto que Ron, como mencionado, está longe de ser uma figura convencional.
Claro que o valor de utilidade pública é grande nestas negociações e batalhas do protagonista para uma melhor qualidade de vida – independente de onde ela venha -, mas, em termos dramáticos, deixa de valorizar como deveria a complexidade dos personagens. Sorte que Matthew McCounaghey, simplesmente irreconhecível, desaparece no papel e está sempre forte e impactante; e que Jared Leto (um pouco na linha tênue entre a caracterização meramente impressiva e o ótimo desempenho), rouba os holofotes toda vez que entra em cena.
Apesar dessa irregularidade de foco, Jean-Marc Vallée tem controle sob a história que está contando e, junto com os atores, segura as pontas de um filme que poderia cair facilmente em desnecessários melodramas. Financiado pelo próprio McCounaghey depois de ter passado pelas mãos de diretores como Craig Gillespie e Marc Foster, Clube de Compras Dallas – também inicialmente planejado para ser protagonizado por Ryan Gosling e, posteriormente, Brad Pitt – fica menos complexo e ousado com o passar dos minutos, mas, com a força de seus intérpretes, tem atributos suficientes para ser considerado um filme bem sucedido em suas premissas mais essenciais.
Stella, é um filme que vale pelas atuações…
Kamila, os dois estão realmente excelentes! Se merecem prêmios, aí já é outra história…
Ainda não assisti a este filme e duvido que estreie na minha cidade. Minha maior curiosidade é em relação justamente às atuações dos dois atores principais, que parecem estar excelentes mesmo, como comprovam os seus status de favoritos ao Oscar.
Os comentários nos blogs estão me deixando curiosíssima sobre o Clube de Compras Dallas!