Oscar 2014 – Atriz

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Faltando exatamente uma semana para o Oscar, começamos aqui no blog a nossa tradicional análise das categorias principais da premiação. Vamos, então, aos trabalhos! Ao contrário de 2013, um ano pouco inspirado para as atrizes, 2014 foi repleto de boas surpresas entre as intérpretes femininas. Nada de mocinhas queridinhas que são apenas suporte para o protagonista masculino (alô, Jennifer Lawrence!) ou de personagens que impressionam em um primeiro momento e logo vão sendo esquecidas para que outros atores tomem conta do filme (Naomi Watts e Emmanuelle Riva em O ImpossívelAmor, respectivamente). Neste ano, todas as atrizes tem pleno domínio de seus filmes – ou pelo menos força suficiente para se sobressair quando contracenam com seus colegas de elenco.

Entretanto, apesar da inegável qualidade de todos os desempenhos indicados, não há nem polêmicas envolvendo Woody Allen que tirem o Oscar das mãos da australiana Cate Blanchett. Muito se cogitou que as várias indicações anteriores de Amy Adams pudessem trazer alguma surpresa, mas hoje apostar nisso é perder pontos gratuitamente no bolão com os amigos. Blanchett tem tudo para vencer sua segunda estatueta por Blue Jasmine. E a matemática está toda a seu favor, já que foi consagrada em todos os prêmios da temporada. Lembrando que desde que Crash – No Limite escandalizou meio mundo com sua vitória-surpresa, o Oscar nunca mais ousou discordar do favoritismo absoluto de suas colegas premiações. Por isso, entreguem logo a estatueta para ela!

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AMY ADAMS (Trapaça): Primeira indicação de Amy Adams como protagonista depois de quatro como coadjuvante. Gosto do que ela realiza em Trapaça, onde tem um merecido espaço para exercitar outro perfil seu fora o de ingênua e querida. Mas não sei até que ponto esta é uma interpretação que merecia estar entre as finalistas. O filme em si já não desperta grande entusiasmo e o papel é o que menos impacta entre as indicadas desse ano. Fico feliz por Amy, não tanto pela celebração ao desempenho.

CATE BLANCHETT (Blue Jasmine): O que dizer de Cate Blanchett? Merecidamente ganhou todos os prêmios da temporada por essa atuação que traz a sua melhor chance desde que brilhou sete anos atrás em Não Estou Lá. Depois de todo esse tempo sem uma chance à altura de seu talento, ela volta com tudo em Blue Jasmine, onde coloca todo o seu imenso talento a favor de um desempenho que teria tudo para dar errado em função do papel difícil, antipático e extremamente desagradável. Fantástica!

SANDRA BULLOCK (Gravidade): Que bela surpresa ver o nome de Sandra Bullock entre as indicadas. Não só merece porque está em um papel praticamente solo (o que é um grande desafio) mas porque também representa algo raro: uma mocinha – de um filme de ficção (outro ponto a favor!) – que consegue despertar a nossa torcida fervorosa. É verdade que Gravidade não é necessariamente um filme de atuação, mas a forma como Bullock não desaparece frente à grandiosidade do filme e ainda encontra espaço para emocionar é admirável.

JUDI DENCH (Philomena): Só uma veterana como Judi Dench para colocar na roda de indicações uma atuação como a que ela entrega em Philomena. Muitas atrizes já foram injustamente preteridas por momentos menores e mais sutis. Mas Dench – muito em função do seu respeitoso nome – conseguiu chegar aqui. Independente dos meios, é gratificante ver como ela, tão sucinta, delicada e carinhosa no filme de Stephen Frears, merecidamente conseguiu trazer uma interpretação desse estilo para as premiações.

MERYL STREEP (Álbum de Família): Ainda me impressiono como, depois do Oscar por A Dama de Ferro, passaram a ter má vontade com Meryl Streep. Pura bobagem. Principalmente com esse filme que traz a atriz em mais um desempenho superlativo. Além de imponente em cena, ela mais uma vez desaparece em um papel super complicado e que se assemelha bastante com o de Cate Blanchett em termos de acidez e veneno – elementos que, de novo, tinham tudo para espantar o espectador se não fosse por elas. Aos que dizem que Meryl é notícia velha, repito as palavras de Ellen DeGeneres para ela: talento nunca será notícia velha.

A ESQUECIDA

oscarfoadeleUma pena que não reservaram espaço para celebrar uma novata em 2014. Adèle Exarchopoulos fez falta na seleção. Brilhante em Azul é a Cor Mais Quente, ela impressiona com a impressionante completude de de seu desempenho, que acompanha todas as fases de uma menina insegura que está entrando na vida adulta. A segurança dessa atriz francesa de apenas 20 anos é absurda e todos os feitos alcançados por ela mereciam todo reconhecimento possível.

3 comentários em “Oscar 2014 – Atriz

  1. Leandro, estivesse a Adèle concorrendo na lugar da Amy Adams, a categoria estaria impecável!

    Bruno, pois é: ironicamente, essa é a única indicação indevida do currículo da Amy…

  2. Adéle realmente era uma excelente opção. Já Amy, conquista aqui, sua primeira indicação como protagonista É também, sua primeira indicação indevida! Na última temporada, tivemos 4 ou 5 desempenhos superiores ao dela.

  3. Amei as indicações! Também acredito que a Adéle de Azul deveria ser indicada! A Atuação dela me fez pensar em seu personagem por dias…

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