Melhores de 2012 – Ator Coadjuvante

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Pena que Guerreiro não tenha recebido a atenção que merecia devido a sua má distribuição (aqui no Brasil, chegou a ser lançado diretamente em home video). O máximo de reconhecimento que recebeu foi para o coadjuvante Nick Nolte, que, inclusive, concorreu ao Oscar 2012 de melhor ator coadjuvante. Na realidade, ele merecia ter levado todos os prêmios daquela temporada. Entre os inúmeros méritos do filme de Gavin O’Connor, a interpretação de Nolte é, certamente, um dos mais impressionantes. É verdade que o seu Paddy Conlon pode ser uma vez ou outra baseado na vida pessoal do ator (Nolte já chegou a ser preso por dirigir embriagado), mas o ator lida com o papel do pai ex-alcoolista com uma dignidade singular.  Assim como todo o longa, ele sabe conduzir um personagem essencialmente previsível sem cair em qualquer clichê. Por mais que os filhos de Paddy sejam resistentes em aceitá-lo de volta devido a um passado doloroso que nunca é esmiuçado (e nem precisa), também sentimos compaixão por esse homem que, agora velho, solitário e sóbrio, quer recuperar os laços familiares que um dia destruiu. É um trabalho forte (a cena com Tom Hardy no hotel é de arrepiar) e que em nada é apelativo ou fora de tom. Digno de aplausos.

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OUTROS INDICADOS:

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EWAN MCGREGOR (O Impossível)

Em certo ponto de O Impossível, parece que Ewan McGregor será completamente esquecido. Por sorte, quando o ator retorna, consegue recuperar cada minuto que ficou fora de cena. Com pelo menos um momento de partir o coração (o da ligação), o ator segura com vitalidade o papel do pai que, mesmo desesperado e inseguro, precisa sempre ser uma fortaleza diante de seus pequenos filhos. McGregor tem aqui a sua melhor chance em anos e dá sua contribuição ao excepcional trabalho de elenco do filme.

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EZRA MILLER (As Vantagens de Ser Invisível)

Talvez o maior destaque da interpretação de Ezra Miller em As Vantagens de Ser Invisível seja a versatilidade. Isso se apóia na ideia de que o ator poderia carregar eternamente o fardo de ter sido um dos personagens mais asquerosos dos últimos anos em Precisamos Falar Sobre o Kevin. Só que Ezra mudou o seu destino: surgindo iluminado e cheio de desenvoltura nesse hit alternativo jovem de 2012, ele entregou uma composição muito sutil de um homossexual que, apesar das excentricidades, nunca cai no exagero.

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JAVIER BARDEM (007 – Operação Skyfall)

Sem qualquer resquício do seu inesquecível Anton Chigurh de Onde os Fracos Não Têm Vez, Javier Bardem construiu, em 007 – Operação Skyfall, um vilão inteiramente novo. E o ator deveria se especializar nessa habilidade, já que Silva foi considerado por muitos como o melhor vilão de toda franquia James Bond. Exagero? Longe disso. Mesmo com Judi Dench em um ótimo momento, Bardem roubou a cena entre os coadjuvantes com uma interpretação intrigante e cheia de dubiedades.

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MAX VON SYDOW (Tão Forte e Tão Perto)

Veterano com uma carreira bastante ativa (participa de pelo menos um filme por ano), Max Von Sydow não chega, no entanto a receber papeis com chances mais significativas. Mas Tão Forte e Tão Perto é uma dessas raras interpretações que só poderia dar certo e se destacar nas mãos de um ator com a experiência dele. Sem dizer uma palavra (literalmnt), Von Sydow é responsável por boa parte das emoções genuínas do filme de Stephen Daldry.

EM ANOS ANTERIORES: 2011 – Alan Rickman (Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2) | 2010 – Michael Douglas (Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme| 2009 – Christoph Waltz (Bastados Inglórios| 2008 – Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez| 2007 – Casey Affleck (O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford)

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ESCOLHA DO PÚBLICO:

1. Ezra Miller, por As Vantagens de Ser Invisível (31.82%, 14 votos)

2. Javier Bardem, por 007 – Operação Skyfall (29.55%, 13 votos)

3. Nick Nolte, por Guerreiro (20.45%, 9 votos)

4. Max Von Sydow, por Tão Forte e Tão Perto (11.36%, 5 votos)

5. Ewan McGregor, por O Impossível (6.82%, 3 votos)

3 comentários em “Melhores de 2012 – Ator Coadjuvante

  1. Adoro “Guerreiro”. Adoro Nick Nolte nesse filme, mas meu voto foi pro Javier Bardem, que foi um dos pontos altos de “007: Operação Skyfall”. Ainda preciso assistir “As Vantagens de ser Invisível” e acho que, se alguém do elenco masculino de “O Impossível” fosse indicado, esse alguém deveria ter sido o Tom Holland, mas não sei se você o considerou como ator principal.

  2. Adoro as atuações de todos os seus indicados! Concordo com tudo o que você disse sobre o Nick Nolte. É incrível como seu personagem consegue despertar tantos sentimentos diversos na gente. Apesar disso, meu voto foi para o Ewan McGregor, que dispensa comentários em “O Impossível”.

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