Filmes em DVD

Vitória Amarga, de Edmund Goulding

Com Bette Davis, Humphrey Bogart e Geraldine Fitzgerald

Não foi só a maravilhosa interpretação de Bette Davis que teve reconhecimento em Vitória Amarga. O filme teve boa repercussão, sendo a maior bilheteria de Davis até então e também recebendo uma indicação ao Oscar na categoria principal e no segmento de trilha sonora. Não venceu nada, já que concorria contra o grandioso e inesquecível …E o Vento Levou. Mas, isso não diminui a ótima qualidade alcançada por Vitória Amarga. A história é bem simples: uma rica mulher (Davis, em sua primeira indicação ao prêmio da Academia depois de duas vitórias na cerimônia) descobre que tem poucos meses de vida em função de um problema no cérebro. O filme fala exclusivamente sobre isso, sem se aventurar por outros caminhos. O resultado, além de muito satisfatório, conquista não só por narrar com qualidade a simples história, mas também por fugir de caminhos óbvios de filmes desse estilo. Vitória Amarga em nenhum momento é melodramático ou sequer mais triste. Encontra um balanceamento perfeito nas emoções.

FILME: 8.5


Chéri, de Stephen Frears

Com Michelle Pfeiffer, Rupert Friend e Kathy Bates

Esse era um dos longas mais cotados para a temporada de premiações. E, assim como tantos outros casos, não teve repercussão alguma. Aqui no Brasil passou despercebido nos cinemas e agora chega discretamente em dvd. Realmente o filme não é nada demais, passando aquela sensação de neutralidade – onde praticamente nada chega a chamar muita atenção. Era de se esperar mais de um diretor tão talentoso como Stepehn Frears (que já realizou um marcante filme de época, Ligações Perigosas). O resultado é satisfatório e a produção tem seus aspectos interessantes, como a ótima trilha sonora de Alexandre Desplat (de novo!). Michelle Pfeiffer e Rupert Friend funcionam, mas o roteiro parece não trabalhar direito o romance dos dois. Chéri, também, era considerado o grande retorno de Pfeiffer. Pode até não ter sido, mas ao menos trouxe o melhor papel da atriz em anos de irregularidade.

FILME: 7.5

Nell, de Michael Apted

Com Jodie Foster, Liam Neeson e Natasha Richardson

Nell rendeu para Jodie Foster uma quarta indicação ao Oscar. Dos trabalhos que a atriz já realizou, esse é um dos mais diferentes: aqui ela interpreta uma mulher selvagem, que nunca teve contato com a civilização e nem fala uma língua conhecida. É missão, então, do personagem de Liam Neeson (em um bom momento, assim como Foster) de ajudar essa mulher que está sozinha no mundo agora que perdeu a mãe. Nell tem uma temática interessante, mas um desenvolvimento bem simples. Não é um filme de grandes momentos e muito menos de características especiais. Mas, só pelo bom trabalho de elenco, já vale uma conferida.

FILME: 7.5

O Destino Mudou Sua Vida, de Michael Apted

Com Sissy Spacek, Tommy Lee Jones e Beveryl D’Angelo

Foi por esse filme que a ótima Sissy Spacek venceu o Oscar de melhor atriz. Não quero desmerecer o prêmio, mas, das indicações que vi da atriz, essa foi a menos inspirada. Spacek estava bem mais interessante em outros longas como Carrie – A Estranha e Entre Quatro Paredes. Apesar disso, ela faz um bom trabalho em O Destino Mudou Sua Vida, mas é mais um daqueles papéis biográficos musicais que já tanto vimos por aí. O filme em si já não é grande coisa: demasiado longo e sem nenhuma ousadia. Spacek, portanto, é o que existe de melhor na história – mas nem isso quer dizer que seja algo necessariamente marcante. É uma produção mediana e com uma interpretação que  apenas faz o que é necessário para um gênero desses. Ou seja, formulaico em praticamente tudo. E por isso mesmo foi reconhecido pelo Oscar, que o indicou, inclusive, na categoria principal.

FILME: 6.5

Coisas de Meninos e Meninas, de Nick Hurran

Com Kevin Zegers, Samaire Armstrong e Sherry Miller

O jovem Kevin Zegers estava ótimo como o filho de Felicity Huffman em Transamérica. Também tinha boa presença em O Clube de Leitura de Jane Austen. Zegers, que, ao meu ver, só realizava bons projetos, cometeu esse enorme tropeço chamado Coisas de Meninos e Meninas. Não é de se surpreender que todo  e qualquer astro teen venha a realizar um desses romancezinhos colegiais que beiram a imbecilidade. No entanto, esse filme de Nick Hurran quase chega no desastre completo. Se a coitada da Samaire Amstrong (que participou do seriado The O.C.) sofre com cenas de pura vergonha alheia, Zegers ainda tenta fazer alguma graça com um jeito afeminado – afinal, é uma história de troca de corpos. Em vão. Os dois não conseguem trazer nada de muito útil para uma história pobre, clichê e mal realizada.

FILME: 4.5

9 Canções, de Michael Winterbottom

Com Kieran O’Brien e Margo Stilley

Fazia um bom tempo que eu não me indignava tanto com um roteiro gratuito. 9 Canções não tem história e é uma sucessão de cenas de sexo (explícito, diga-se de passagem) com outras de música (e nisso, inclui-se até uma participação de Franz Ferdinand cantando Jaqueline). Ao meu ver, tudo sem propósito e filmado sem beleza alguma. São 80 minutos de vazio e muito sexo. Se Michael Winterbottom sempre me pareceu um diretor bem questionável, agora ele confirma essa minha sensação com 9 Canções.

FILME: 2.0

7 comentários em “Filmes em DVD

  1. Luís, a Sissy está bem no filme, mas, como eu disse nos post, foi a indicação ao Oscar dela que menos me impressionou. Típico papel de biografia feito para se vencer Oscar.

    Cristiano, continue procurando “Vitória Amarga”… É um filme maravilhoso!

    Vinícius, não vi nada de curioso na proposta de “Coisas de Meninos e Meninas” =P

    Reinaldo, eu achei “9 Canções” um filme completamente sem propósito!

    Kamila, o filme realmente não é tão bom, mas vale pela Jodie.

    Mayara, exato!

  2. Só assisti a “Nell”, que acho bem fraco. No entanto, gosto bastante da atuação da Jodie Foster aqui!

  3. Ainda não vi Chéri e esse Coisas de meninos e meninas, no mais concordo com tudo o que vc disse. Com exceção da ampla negatividade quanto a 9 canções. Concordo que seja um filme regular, mas para mim não parece tão despropositado.
    ABS

  4. Dessa vez vi apenas três filmes de sua lista. “Chéri” é um bom filme do Frears, que encanta especialmente pela técnica apurada. E concordo que Pfeiffer está ótima. “Nell” é um tanto cansativo, mas vale pela Foster. Já “Coisas de Meninos e Meninas” é bem isso mesmo, fraquinho fraquinho – mesmo partindo de uma premissa até curiosa.

  5. Não encontro Vitória Amarga em canto algum, mas continuo minha busca, afinal eu prezo muito pela dedicação e intensidade interpretativa de Bette Davis. Verei! E gostei da sinopse.

    Chéri eu acho que é um bom filme, sim. Muito bem dirigido, argumento e interpretações boas – e como você disse, uma trilha sonora perfeita de Desplat!

    Já Nell? sou apaixonado, ainda mais pelo trabalho de composição de Jodie Foster…ela merecia um terceiro oscar! rs

    Já os outros dois, eu desprezo! rs

    *Finalmente te linkei ao meu blog!

  6. Eu ainda não vi nenhum desses filmes, mas confesso que de todos o que mais me interessa é O Destino Mudou a Sua Vida. Eu sei que não é um filme fabuloso, nunca vi ninguém falando MUITO bem dele, mas mesmo assim tenho curiosidade em ver o filme que rendeu a Spacek a sua estatueta dourada. 9 Canções parece mesmo ser ruim e o filme com o Kevin Zegers me parece ser bem bobinho. Quero muito ver Chéri e eu também imaginava que esse repercutiria bastante, mas foi simplesmente ignorado pelos prêmios!

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