Mary & Max – Uma Amizade Diferente

Direção: Adam Elliot

Com as vozes de Philip Seymour Hoffman, Toni Collette, Barry Humphries, Eric Bana, Bethany Whitmore, Renée Geyer

Mary and Max, Austrália, 2009, Animação, Livre

Sinopse: É baseado em uma história real de dois personagens bastante distintos que passam a se corresponder por cartas e formar uma amizade. Mary (voz de Bethany Whitmore e Toni Collette) é uma garotinha de 8 anos que não possui amigos e tem pais problemáticos. Max (voz de Philip Seymour Hoffman) é um homem obeso de 44 anos que sofre de síndrome de Asperger e também não possui amigos. A história gira em torno de suas cartas e das consequências que elas causam.

Os desenhos com temáticas adultas sempre existiram. Mas, é impressionante como, nos últimos tempos, esse estilo se destacou com grande frequência. Até mesmo aquelas animações mais comerciais e dirigidas ao público infantil trouxeram nem que fosse uma cena  com alguma mensagem mais madura. A Pixar se especializou no assunto. Tanto, que os três últimos trabalhos da produtora (Ratatouille, WALL-E e Up – Altas Aventuras) tinham contornos que crianças ainda não têm capacidade de compreender.

Mary & Max, apesar da classificação livre, é totalmente dirigido a adultos. Não é o caso à la Pixar em que a essência é infantil e que alguns retoques são adultos. Essa realização de Adam Elliot conta uma história cheia de problemáticas emocionais: a Mary do título é sozinha, tem uma mãe alcóolatra, mal conhece o pai distante e ainda é maltratada na escola. Já Max é obeso, tem síndrome de Asperger e quase não tem contato com a sociedade. Também, em certo ponto, temos envenenamento, casos de depressão e até mesmo um personagem se descobrindo gay!

Apesar dessas tramas bem dramáticas, Mary & Max faz um tratamento irônico e divertido desses fatos. Claro que, de maneira alguma, o filme abandona a tristeza dessas storylines. Mas, também, não esquece que o filme não pode ser afogado por elas. Existe um balanceamento fundamental entre drama e comédia na história, o que confere um tom harmônico entre os dois gêneros. Se a sinopse, junto com maiores detalhes da história, parecem apresentar um filme triste, a abordagem narrativa deixa uma impressão bem diferente.

A animação não chega a ser excepcional, mas conquista facilmente. O maior mérito é a excelente humanização dos personagens, principalmente com a sinceridade da história entre os dois. Mary & Max poderia, facilmente ter entrado para os indicados ao Oscar de melhor animação, pois tem um feito irrepreensível: é uma história corriqueira e que se fosse filmada com pessoas de verdade, talvez, não tivesse o mesmo efeito. No entanto, aqui, esse enredo banal foi representado de uma forma que escapa do óbvio. Algo comum narrado de uma maneira diferente. O que já é o suficiente para merecer algum tipo de reconhecimento.

FILME: 8.0

NA PREMIAÇÃO 2010 DO CINEMA E ARGUMENTO:

12 comentários em “Mary & Max – Uma Amizade Diferente

  1. gostei muito sabendo que tambem eu vou fz um trabalho de escola

  2. “nossa este filme nós faz refletir realmente como é importante ter uma amizade que nos faça ir além do simples para o delicioso que é ter um amigo de verdade, por isso a vida se torna mais bela e sem duvida prazeroza”

  3. nossa assistiu esse filme numa paletra sobre autismo ,adorei,e percebi q apesar de solitarios os autistas podem viver uma amizade verdadeira e ate mesmo um grande amor

  4. Um filme delicioso de assistir. já recomendei para várias pessoas. imperdível!!!!!!!!!

  5. Kamila, acho que você vai gostar do filme.

    Vinícius, é muito emocionante mesmo…

    Roberto, “Valsa Com Bashir” também é interessante, mas é um filme bem diferente de “Mary e Max”.

    Wally, e como já te disse, o filme também tem um significado todo especial para mim.

    Mayara, podia fácil fácil ter sido indicado ao Oscar…

  6. Mesmo em não ter assistido ao filme, fiquei meio chateada por ele não ter sido indicado ao Oscar. Desde os elogios em Sundance, fiquei bastante curiosa para conferir, e não quero perder a oportunidade, é só preciso de um tempinho precioso, rsrs. ;)

  7. Quero muito ver este filme, principalmente depois de ler sua crítica e testemunhar sua reação.

  8. Estou querendo muito ver. Assisti o trailer essa semana no blog do Rubens Ewald Filho no http://www.r7.com e adorei. Estou caçando ela pra ver nesse próximo fim de semana. Outro que também vale a pena pelo virtuosismo estético é Valsa com Bashir, do Ari Folman (é um documentário em formato de animação. Fiquei embasbacado com a qualidade das imagens!).

  9. Talvez essa seja uma das melhores animações da década, ao menos uma das que mais me emocionaram. É daquele tipo de trama como que o espectador facilmente se identifica (nessa época é complicado não ter uma amizade à distância) e por isso mesmo funciona.

  10. Assisti ao trailer deste filme, recentemente, no cinema, e adorei! Esperava desta animação justamente o que você retrata em seu texto e, portanto, espero que eu aprecie esta obra.

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