Menina de Ouro, de Clint Eastwood (revisto)
Com Clint Eastwood, Hilary Swank e Morgan Freeman
Não era o meu favorito dos indicados ao Oscar, mas não reclamo nem um pouco de sua vitória. Menina de Ouro é um filme singelo, mas que prima por ser extremamente verdadeiro em suas emoções e nas transições comportamentais que cada personagem sofre durante a história. É fácil entrar no clima e admirar a trágica jornada da corajosa boxeadora Maggie (Hilary Swank), que conseguiu conquistar a amizade do frio Frankie Dunn (Clint Eastwood, no seu típico papel rabugento mas também em um de seus melhores momentos como ator). Emocionante e conduzido com visível segurança, Menina de Ouro é uma experiência marcante e, no final, ao som da música-tema, fica fácil apontar o drama como um dos melhores da carreira de Clint.
FILME: 9.0
A Professora de Piano, de Michael Haneke
Com Isabelle Hupert, Benoît Magimel, Annie Girardot
A Professora de Piano tem tudo aquilo que fez o cinema francês alcançar notoriedade mundial. É um filme difícil, pesado, denso e que exala complexidade. Narrado de forma muito lenta, o diretor Haneke apóia a força da história no extraordinário desempenho de Isabelle Hupert – que, inclusive, ganhou a Palma de Ouro em Cannes por sua atuação. A atriz tem a árdua missão de fazer o retrato de uma mulher rígida e fria – cuja dificuldade temperamental é resultado de uma vida emocional perturbada, problemática e frustrada. A encenação da personagem não é menos que instigante – tanto pelo desempenho de Huppert quanto pelo roteiro de Haneke. Ainda assim, não é um filme recomendável, já que não são todos que vão entrar na complicada história psicológica.
FILME: 8.5
Papillon, de Franklin J. Schaffner
Com Steve McQueen, Dustin Hoffman e William Smithers
Não dava muita coisa por esse filme e o resultado foi melhor do que eu esperava. É uma interessante história sobre coragem e sobrevivência. Steve McQueen e Dustin Hoffman estão excelentes como dois condenados que fazem uma aliança para tentarem fugir da ilha em que estão confinados. Às vezes, a história enrola demais (principalmente nos seus momentos finais), mas o diretor Franklin J. Schaffner soube tirar bom proveito do que existe de melhor em Papillon e realizou uma obra satisfatória e que tem momentos interessantes.
FILME: 8.0
Quase Deuses, de Joseph Sargent
Com Alan Rickman, Mos Def e Kyra Sedgwick
Parece mais um filme dirigido para quem estuda medicina do que para os cinéfilos. Quase Deuses, uma produção da HBO, tem pouquíssimos traços dramáticos e realiza uma história puramente clínica, onde acompanhamos durante quase toda a projeção os bastidores dos trabalhos de duas mentes dedicadas à medicina. Portanto, é um resultado não tão interessante como longa-metragem, já que é carente de maiores conflitos nos seus personagens. Mas, podemos extrair boas coisas da parte “técnica”, já que Quase Deuses é um retrato de superação e pesquisa dedicada no mundo dos médicos.
FILME: 6.5
A Princesa Prometida, de Rob Reiner
Com Robin Wright Penn, Chris Sarandon e Cary Elwes
Sabe aqueles filmes de amores proibidos, principes malvados, bichos perigosos e muita aventura para que tudo tenha um final feliz? A Princesa Prometida é isso. E, às vezes, até demais. É a definição pura de filme da Sessão da Tarde. Se entrar nesse clima, o longa funciona – até porque é bem bobinho e passa a sensação de que foi produzido justamente por ter esse efeito. Eu não consegui gostar tanto do restulado, que me soou ultrapassado e desgastado – até porque o filme não tem nenhum atrativo mais diferenciado. Entretanto, como já dito, se entrar no clima, até dá pra se divertir.
FILME: 6.0
Mentes Diabólicas, de Gregory J. Read
Com Toni Collette, Eddie Redmayne e Richard Roxburgh
Toni Collette está bem perdida nesse péssimo filme que tem sugestivas insinuações homossexuais mas que nunca chegam a lugar algum. É aquele velho conhecido tipo de filme que começa de certa forma satisfatória mas que aos poucos vai perdendo a força até ser finalizado em uma qualidade bem ruim. O jovem Eddie Redmayne (o filho de Julianne Moore em Pecados Inocentes) está bem esforçado, mas a história simplesmente não é trabalhada da maneira correta. Caso Mentes Diabólicas encenasse uma maior interação emocional entre os dois garotos protagonistas, talvez o resultado não tivesse sido tão insatisfatório como esse.
FILME: 5.0
Incrível como Menina de Ouro, em primeiro momento, pode soar maniqueísta, mas tem um carinho tão grande por sua personagem principal que conduz o drama de uma boxeadora com uma sóbria delicadez (e dureza também). Um dos melhores filmes de Eastwood, sem dúvidas. Hillary Swank está iluminada.
Já A Professora de Piano é fenomenal. Foi meu primeiro Haneke, filme que me fez despertar para o talento do cineasta como também para essa profusão de atriz que é Isabelle Hupert. É sim um filme complexo e sexualmente potente, mas conta com a mão segura do diretor para levar seus personagens (e o espectador) ao limite. A cena final é estupenda e tritíssima, apesar da frieza da protagonista!
Quero muito ver quase Deuses, já quase aluguei por diversas vezes rsss, sobre Menina de Ouro acho muito bom, muito forte também, vc pensa e até torce para seguir o cliche da heroina sempre vencer , mas naum é bem assim rsss.
abraço!!!
Kamila, eu também acho que “Menina de Ouro” é uma das melhores obras da década.
Vinícius, não consigo me decidir entre “Sobre Meninos e Lobos” e “Menina de Ouro”…
Wally, aquela trilha é de matar!
Robson, eu vi o brilhantismo do filme logo de cara!
Mayara, o meu favorito daquele ano era “Em Busca da Terra do Nunca”.
Pedro, eu também gosto de “Papillon”. Aliás, gostei mais do que esperava.
Stella, eu achei o filme meio envelhecido…
Gostei muito de Princesa Prometida, Matheus. Já não vejo há algum tempo, é verdade. Pode ser que tenha envelhecido, mas ficou marcado na memória, assim como a frase: ‘Hello. My name is Inigo Montoya. You killed my father. Prepare to die.’ Boas lembranças…
Menina de Ouro é lindo, dos demais gosto muito de Papillon.
Também só vi “Menina de Ouro”, um filme sensacional, emocionante e mereceu o Oscar de melhor filme, além de ser o meu favorito daquele ano. ;)
O engraçado é que precisei rever Menina de Ouro pra poder ver o brilhantismo do filme, já que quando vi no cinema perdi umas ‘partezinhas’ por que eu tava ocupado com outra coisa! ¬¬’ hehehehe
Só vi “Menina de Ouro” e, como sabe, eu amo este filme. Choro horrores sempre que vejo. Basta a trilha começar.
Olá Matheus! Exceto por Mentes Diabólicas e Quase Deuses, assisti a todos os outros. Se fosse avaliá-los, daria notas parecidas a esses que tu deste. Talvez uns pontos a mais para Papillon, já que nele estão dois de meus atores prediletos. abs.
Dessa vez também só vi “Menina de Ouro”, que é possivelmente um dos melhores filmes do Eastwood – ainda que eu ache “Sobre Meninos e Lobos” muito mais profundo e bem construído.
Só assisti mesmo à MENINA DE OURO, um filme que eu adoro e que sempre me emociona. Uma das melhores obras da década e que me agrada muito especialmente por tratar o boxe como uma metáfora da vida.