Em Paris

Em Paris, de Christophe Honoré

Com Romain Duris, Louis Garrel e Joana Preiss

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Sempre vi o cinema francês como uma constante. Os resultados de seus filmes são sempre bons e raramente desapontam. Quando um furacão chamado Piaf – Um Hino Ao Amor e uma cultuada animação chamada Persépolis fizeram o país europeu brilhar novamente no mundo da sétima arte, uma pequena produção chamada Em Paris passou despercebida. Não é digna de premiações, mas é um satisfatório exemplar vindo da França, que trabalha relacionamentos; principalmente os familiares. Não, aqui não temos nenhuma situação onde uma família cura feridas do passado, lágrimas sendo derramadas por arrependimentos ou diálogos enfatizando a força dos laços familiares. Em Paris fala de relacionamentos sem ser explícito quanto a isso. E com essa estrutura temos a sustentabilidade do roteiro.

Ao mesmo tempo em que encontramos esse fator positivo, vemos que nada na história do filme é algo que já não tenhamos visto previamente em outras produções. A força vai ser centrada nos seus dois talentosos atores. O protagonista, Romain Duris, já havia provado ter competência suficiente para encabeçar um longa – fez sucesso com O Albergue Espanhol e Bonecas Russas. Aqui não é diferente, Duris apresenta mais um bom desempenho. Contudo, seu personagem perde bastante para o de Louis Garrel (o menos conhecido de Os Sonhadores) que cria uma figura muito mais interessante dentro do contexto do roteiro. Não estamos diante de uma produção original ou memorável, mas de um produto bem produzido e satisfatório. O que já justifica uma espiada.

FILME: 7.5

8 comentários em “Em Paris

  1. Kamila, o filme é bem legal e merece ser conhecido.

    Pedro, “Em Paris” pode até não ser um grande exemplar do cinema francês, mas o resultado é bem positivo.

    Reticere, deixei um comentário no seu blog ;)

    Robson, também quero ver “Persépolis” e também adoro “Piaf”.

    Marcel, até agora só tive a oportunidade de ver dois filmes com o Louis Garrel. Esse “Em Paris” e “Os Sonhadores”.

    Vincius, vou procurar mais filmes do currículo do Honoré então.

    Dudu, não cheguei a me empolgar tanto quanto você.

  2. Eu me amarro nesse filme. Acho a estrutura narrativa extremamente bem pensada. Fora a trilha sonora sensacional, com conflitos ao som de Metric… E olha que tenho lá certa implicância com o cinema francês.

    Abs!

  3. Excelente filme.

    Lembro de ter visto ele no início do ano. A cena em que os atores cantam uma música ao telefone e a outra em que o irmão mais velho lê uma história para o mais novo resumem a obra de Honoré.

    Matheus, se puder assista aos outros filmes do diretor. Você vai perceber algumas características marcantes, principalmente nos seus personagens.

    Abraços.

  4. Adoro o cinema francês, o Louis Garrel, lá na França, está se tornando um Selton Mello, está em quase todas as produções nem que seja fazendo só uma participação pequena. Ele tem feito em média 2 filmes por ano, desde “Os Sonhadores”. Já vi 3 filmes com ele. Dos 3, pra mim o q ele tava melhor foi esse. E o filme é ótimo, muito sensível. Um típico cinema francês.

  5. Ainda não sabia a respeito desse filme mas atiçou minha curiosidade… Persépolis ainda quero ver muito e Piaf já está entre meus prediletos.

  6. Tenho visitado o seu blog frequentemente, estou até utilizando-o como conselheiro para locação de filmes. Gosto bastante de suas críticas: são diretas e precisas.
    Sempre tive vontade de escrever sobre a sétima arte, mas não consigo ter um olhar analítico como vejo nas críticas que já li por aí.
    Sobre o filme “Em Paris”, não posso dizer quanto ao aspecto técnico do filme, mas a minha percepção foi de inteira simpatia, me entreguei àquele clima melancólico. Achei um filme totalmente descompromissado, o que me fez sentir muito a vontade, adoro quando sinto o gosto da realidade. Há passagens que eu percebi tanto sentimento que é quase impossível alguém que tenha se entregado não se emocionar. Passagens como a da banheira, belíssima, o que foi aquele amor fraternal? E quanto ao telefonema? Quanta dor naquele amor, tão contraditório, tão visceral.
    Bom Foi issoque senti.

    Cheguei e parei em seu blog, pois há duas coisas do seu gosto que está em primeiro lugar na minha lista de favoritos: o filme “AS Horas” e o seriado ” A sete Palmos”. Então pensei: Só poderá ter indicações boas aqui.

    Tenho um blog, que funciona mais como um diário, lá estou testando e treinando minha escrita se quiser dá uma passada lá.

  7. E o seu texto, Matheus, me deixou com vontade de dar uma conferida no filme “Em Paris”.

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