
Direção: Michael Haneke
Elenco: Naomi Watts, Michael Pitt, Tim Roth, Brady Corset, Devon Gearhart, Boyd Gaines, Robert LuPone, Linda Moran
Funny Games, EUA, 2008, Suspense, 107 minutos, 16 anos.
Sinopse: Casal rico (Naomi Watts e Tim Roth) curte o início das férias com seu filho em uma casa à beira de um lago. Enquanto o marido e o menino cuidam do barco, a esposa recebe a visita de um educado vizinho (Michael Pitt) que pede ovos emprestados. Ele e outro sujeito, que chega logo depois, não irão mais sair da casa. A família é mantida em cativeiro pelos dois invasores, que executam jogos sádicos e violentos.

“Violência Gratuita é um filme que vai desagradar muita gente por conta de seu estranho jeito de contar uma sádica história. Felizmente, é difícil resistir diante tamanha tensão do roteiro, que usa a insanidade como principal fonte para causar medo e nervosismo no espectador.”
Sempre tive mais medo dos loucos do que dos mortos; e sempre achei que o cinema de suspense nunca se deu conta do poder da insanidade. Depois de uma terrível onda de filmes de terror com pessoas mortas, como O Chamado e O Grito, a indústria de Hollywood parece finalmente ter aberto a porta da loucura para o público. Não é a toa que até Batman – O Cavaleiro das Trevas, uma grandiosa produção, usa esse artifício para criar um vilão fascinante. Insanidade é a base de Violência Gratuita; é através dela que vamos acompanhar uma história tensa sobre os limites da mente do ser humano, e quais conseqüências isso pode acarretar para quem é vitíma de tais mentes perturbadas.
Michael Haneke não é um diretor que me motiva – sempre acho que suas direções não utilizam da forma mais instigante os temas que podiam render bons momentos. É o caso do estranho Caché, longa que possui inúmeras portas, mas que na minha visão ficou apenas no mediano. Em Violência Gratuita, refilmagem do seu longa de 1997, ele continua tendo aquela velha mania de sua “câmera observadora”: são intermináveis minutos num mesmo foco para mostrar a ação do local. O fato é que Haneke não se deixou levar por esses seus truques e construiu um longa tenso e que consegue ser muito mais interessante do que inúmeros filmes por aí, como o já saturado Jogos Mortais. O título pode atrapalhar um pouco o sucesso do filme. Tanto para o bem quanto para o mal. Ao mesmo tempo em que atrai o público, afasta alguns mais conservadores. Mas o filme não tem litros de sangue ou massacres de tapar os olhos – é uma violência realista e calculista, feita para chocar mas nunca descambando para o absurdo do inaceitável.
Difícil imaginar que aquele casal feliz do início do longa vai se devastar tanto durante a história. Tendo isso em vista, o roteiro apostou em narrar a degradação do casal diante da insanidade de dois jovens que não apresentam razões lógicas para suas atitudes irracionais. Na figura de Michael Pitt não enxergamos um vilão perverso com intuito de espalhar terror, mas sim uma mente completamente perdida. Acabamos sentido pena dele, mas é justamente a imprevisibilidade de seu personagem que mais apavora, já que nunca sabemos o que ele fará em seguida. Agride sem razão, muda de opinião toda hora e faz tudo sem motivo aparente. Já Naomi Watts e Tim Roth têm o difícil papel de demonstrar para o público todo o desespero das vítimas. Ambos estão excelentes, mas é Naomi que se destaca. Despindo-se (quase que literalmente) de clichês que a personagem poderia trazer, ela é a figura mais realista do longa. Presente de uma ótima atriz.
A fotografia nebulosa e a direção de arte ajudam o espectador a entrar completamente no clima de Violência Gratuita. É como se estivéssemos lá, junto com eles, passando por toda aquela agonia. Limitando-se apenas a um cenário, o longa se beneficia justamente por causa disso, uma vez que o clima de claustrofobia fica presente a cada minuto de projeção. Se tem um fator técnico que me desagradou foi a a inexistência de uma trilha sonora instrumental. Eu sei que essa escolha agrada muita gente e que em certas tomadas realmente funciona. Porém, acredito que a jornada dos personagens teria mais impacto emocional se tivéssemos uma trilha. Depois de uma hora de duração, o longa perde bastante de sua força e isso afeta o julgamento final. O final é previsível de certa forma e deixa uma sensação desagradável, pois eu esperava um outro desfecho. Violência Gratuita vai desapontar muita gente, principalmente aqueles que estão sedentos por uma história violenta. O longa não é sobre isso. É um estudo da alma humana. E constrói seu suspense baseado nisso. O que, para mim, é algo fenomenal.
FILME: 8.5

Eu assisti o original e achei fantástico. Qual das duas versões você acha melhor?
desculpa aí, mas vc ñ pegou a essência do filme. nota 4 pra vc.
o pior filme que já vi. Se fazer uma coisa desta é arte, pare o mundo que quero descer
Como eu nao entendi nada do filme prefiro nao criticar, mas tem como alguem me explicar a finalidade dele ? tem algo a ver com os tais mundos paralelos da realidade e da ficçao que um dos garotos falou no final do filme ? ou é só esse negocio de terror piscológico que o Marcelo Zola apontou ?
ME EXPLIQUEM O.O
A história até que começa bem e o terror piscológico realmente prende-nos a assistir, porém é um filme imbecil, que ri da sua cara como tespectador e que me fez perder quase 2 horas da minha vida com algo que simplesmente nao acrescentou nada, a não ser a revolta! Filme idiota, roteiro de enjoar o estômago. Falar o que do controle remoto? É inútil. Pior que ele só, “Sexta-feira 13″. Apesar que fiquei esperando o Jason aparecer e matar os dois retardados e depois ouvir uma história que um espiríto qualquer de um morto apareceu e estrangulou o Diretor do Filme que simplesmente esnobou a inteligência humana! Podre. Lixo. Não perca seu precioso tempo da vida com esta imbecilidade! (desabafo)!
Esse filme é uma bosta, pode ser diferente de muitos outros filmes, mas não é nada bom!
não tem pé nem cabeça, e as cenas são demoradas demais. realmente concordo q tem um q de insanidade, de duas uma ou vc fica doido ou precisa de terapia pra se recuperar de um negocio tao ruim como esse, esta ai a insanidade…e aquela cena so controle remoto??????? dá pra explicar…..o negocio é podre e com essa cena piora a situação!!!nao vale a pena ser assistido..e eu concordo com esse J.
Michael Haneke ‘e definitivamente um dos melhores diretores de todos os tempos…as vezes pode se estender e ate ser cansativo, mais qnd se senti isso ou se faz isso propositalmente, consegui exatamente o que se quer…como ‘e o caso da pessoa acima, critica vinda exatamente de uma pessoa despreparada para lidar com a ideia do insano e ousado, Michael Haneke fez o que queria fazer e fez essa pessoa “J” se sentir um tolo…que ‘e o que representamos afinal como telespectadores…
Fica a dica para que vejam “BEN’S VIDEO” Michael Haneke the best film…
Matheus,
Não concordo que o filme seja bom, e tão poco que ele evita clichês e principalmente se um “estudo da alma humana”. Eu vejo o contrário, não tem alma no roteiro!
As situações presentes no filme são irreais e o roteiro é repleto de furos, e o fato de existir uma metafísica no filme, não quer dizer que o filme dialoga com a plateia. Não dialoga! A prova disso é que não existe um contra-ponto no filme. Os algozes fazem o que querem, da maneira que querem e são imunes a qualquer situação adversa. Como se não bastasse, tudo que acontece ao longo na trama favorece apenas a dupla insana. Sem contar que a família faz de tudo pra ajudar a ser torturada e assassinada (o que é um p# de um clichê), mostrando que o único personagem com vida do filme é o diretor.
Meu modo de ver a coisa é que NÃO BASTA SER DIFERENTE PRA SER BOM, É PRECISO CONTEÚDO. Fazer um filme em que tudo da errado para os “mocinhos” não é demonstração de competência, isso se dá através da consiência do universo do autor/diretor que ele retrata, de saber que os personagens tem vida, e que eles tem interesses diversos, e esses crescem com o conflito. Isso é biológico. Haneke inventou uma família (rica! o que mais me impressiona) que é totalmente conivente e favorável a uma situação que, na minha opinião, beira o ridículo de tão irreal. Como se uma simples metafísica resolvesse todos os furos do roteiro e camuflasse o ego do diretor.
Matheus,
tempos que não passo aqui.
Dele, o que mais gosto é mesmo “A Professora dew Piano”, que dupla de atores, hein…
“Caché” foi engraçado, quando pensei “ah, agora é que começa o filme” o filme acabou… E, novamente, outra super dupla de atores.
Um diretor que faz Binoche e Hupert brilharem desse jeito merece todo o crédito.
Rafael, estranho mesmo o Haneke fazer essa refilmagem. Não vi o original, mas ao menos esse recente funciona muito bem!
Vinícius, gostei mais do trabalho que a Naomi Watts apresentou do que o de Haneke atrás das câmeras.
Kamila, até hoje não entendi toda aquela badalação em torno de “Caché”. Ainda bem que não estou sozinho, hehe.
Pedro, “Violência Gratuita” utiliza a violência de forma bem interessante, sem apelar. E esse é o seu maior mérito.
Ibertson, de Haneke só vi o “Caché”.
Wally, já que você gostou do filme anterior de Haneke, você provavelmente vai aprovar o resultado desse.
Robson, e merece estar na lista! =)
Louis, a Naomi está entre as minhas atrizes favoritas!
Sérgio, acho que o longa vale mais por Watts do que por Haneke.
Tow ansioso para ver este filme… a direção de Haneke e Naomi no elenco me anseiam ainda mais..
vlws
Matheus, ainda não assisti ao filme, mas adoro a Naomi, acho uma atriz excepcional, e depois da sua avaliação positiva, tenho muito interesse em conferir!
Tá na lista! =D
Visto que achei Caché muito bom e não tendo visto o original desse filme, minhas chances de gostar só crescem. E ainda tem Watts! Sua crítica me empolgou.
Ciao!
Assisti 3 filmes do Haneke, todos bem ousados: Caché, Código Desconhecido e A Professora de Piano.
Não cheguei a ver Funny Games original nem seu remake, mas quero muito vê-los.
Um cinema atrativo, sem dúvida, que desperta interesse, e isso já é alguma coisa.
Abraço!!!
Matheus, concordo com o que disse a respeito do Michael Haneke. Não gostei muito de “Caché” e não conferi o original desse “Violência Gratuita”, por isso não sei o que esperar desse remake. No entanto, seus comentários foram muito elogiosos e me deixaram com vontade de conferir o filme, que possui uma das minhas atrizes favoritas: Naomi Watts.
Ainda não vi o original, por isso tenho muita curiosidade em relação a esse “Violência Gratuita”. Por ser do Haneke, certamente vem coisa boa por aí, mas o fato da Naomi Watts ser a protagonista também me anima bastante – sem falar no Tim Roth. Abraço!
Eu ainda fico me perguntando o porquê do Haneke fazer uma adaptação de um filme dele mesmo tão recente. Mas pelo menos é ele mesmo quem está fazendo o remake; pior se fosse um diretor qualquer que pegasse aquele filme pertubador que ele fez na Europa e transformasse num suspense bobo. Gosto imensamente do primeiro e quero muito ver esse logo.