Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Direção: Steven Spielberg

Elenco: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Cate Blanchett, John Hurt, Ray Winstone, Karen Allen, Jim Broadbent

Indiana Jones And The Kingdom Of The Crystal Skull, EUA, 2008, Aventura, 125 minutos, 12 anos.

Sinopse: 1957. Indiana Jones (Harrison Ford) e seu ajudante Mac (Ray Winstone) escapam por pouco de um encontro com agentes soviéticos, em um campo de pouso remoto. Agora Indiana está de volta à sua casa na Universidade Marshall, mas seu amigo e reitor da escola, Dean Stanforth (Jim Broadbent), explica que suas ações recentes o tornaram alvo de suspeita e que o governo está pressionando para que o demita. Ao deixar a cidade Indiana conhece o rebelde jovem Mutt Williams (Shia LaBeouf), que tem uma proposta: caso o ajude em uma missão Indiana pode deparar-se com a caveira de cristal de Akator. Agentes soviéticos também estão em busca do artefato, entre eles a fria e bela Irina Spalko (Cate Blanchett), cujo esquadrão de elite está cruzando o globo atrás da Caveira de Cristal.

Depois de alguns filmes tentando resgatar seu gênero (como A Lenda do Tesouro Perdido), o lendário Indiana Jones tem seu retorno aos cinemas trazendo todo aquele clima nostálgico de aventura e os elementos que o tornaram um sucesso na história do cinema.

Todo mundo sabe que as aventuras do arqueólogo Indiana Jones são um exagero, e aqui não é diferente. Ele é invencível, escapa das situações mais improváveis, não tem medo da morte e sempre se envolve em aventuras grandiosas. Mas e daí? As histórias de Indy são excelentes justamente por causa disso. Já se foram quase vinte anos desde que o aventureiro teve sua última aparição no cinema, com Indiana Jones e a Última Cruzada, e seu retorno em O Reino da Caveira de Cristal foi esperado por multidões. O diretor Steven Spielberg resolveu não modernizar o protagonista ou tentar ”encaixar” o filme nos moldes hollywoodianos contemporâneos. É uma aventura clássica, inocente e divertida – como já estamos acostumados a assistir na televisão. Só que isso não é um defeito. É exatamente por causa dessa nostalgia do roteiro que essa continuação é tão sincera e espontânea.

Como sou um leigo na série, fui assistir O Reino da Caveira de Cristal sem qualquer conhecimento sobre as produções realizadas anteriormente. Mas posso dizer que o filme funciona perfeitamente para quem nunca assistiu aos outros filmes – o roteiro é instigante e cheio de ação, ainda que tenha diversas falhas em seu ritmo, especialmente quando tenta explicar o caráter histórico da tal caveira de cristal do título e quando resolve trabalhar as relações entre os personagens. Felizmente, esses problemas de narrativa só ficam presentes até a metade do longa, depois somos brindados com o melhor das aventuras “clássicas” em uma sucessão de cenas de ação que são completamente empolgantes. Nesse quesito, Spielberg continua melhor do que nunca. É um pouco difícil para que a geração de hoje aceite todas as estripulias e movimentos acrobáticos inacreditáveis que estão presentes no longa, logo é recomendado que essas pessoas não assitam ao longa, pois a grande diversão dele é justamente essa.

Ao contrário do que eu imaginava, Harrison Ford não estragou minha diversão. Nunca achei que ele fosse alguém talentoso ou sequer bom ator, mas com O Reino da Caveira de Cristal ele conseguiu me convencer bastante, impecável em seu papel. Já não posso dizer o mesmo do seu companheiro de tela, o jovem Shia LaBeouf (que em Transformers se revelou alguém com futuro). Sim, ele tem o porte físico e toda a jovialidade para o papel, mas em momento algum demonstra carisma, tornando-se um personagem completamente nulo em sua presença na tela. A musa Cate Blanchett (em sua terceira tão-falada participação no cinema depois dos desempenhos em Elizabeth – A Era de Ouro e Não Estou Lá) não parece ser Cate Blanchett. Escondida em cabelos negros em um pesado sotaque, fica difícil ver que é ela quem está em nossa frente. Cumpre muito bem o seu papel de vilã, mas não deixa grandes marcas.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é uma excelente aventura, que com certeza vai agradar a todos os fãs da série e até mesmo aqueles que nunca colocaram os olhos na história – como eu. Certamente não é um trabalho muito grandioso, especial ou marcante, mas consegue ser uma das melhores opções em cartaz. Merece se conferido e apreciado.

FILME: 8.0

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13 comentários em “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

  1. Vinícius, concordo plenamente com o seu comentário.

    Rodrigo, só achei que a Cate Blachett ficou caricata nos momentos finais.

    Peter, o filme fica no meu top 10 do ano até agora…

    Laís, achei o trabalho do Shia LaBeouf um pouco decepcionante.

    Lucas, foi essa a minha sensação.

    Red Dust, acho que o filme só peca quando decide discutir as origens da tal caveira do título.

    Robson, só não assisti aos originais ainda porque não os encontrei para locação.

    Pedro, mesmo não tendo visto os outros filmes, gostei bastante do resultado desse.

    Kamila, só fui empolgado pelo longa nas cenas de ação, onde me diverti bastante.

    Roberto, achei a mistura bem louca também.

    Wally
    , assim que eu conseguir ver os antigos, vou rever esse.

    Rafael, como não vi os outros, só pude analisar esse individualmente – e gostei do resultado.

  2. Sinceramente Matheus, achei sim que o Spielberg se rendeu ao estilo blockbuster de ser atual e exagerou bastante em algumas situações e naqueles efeitos especiais absurdos. E eu fiz justamente o contrário do que você: fiz questão de assistir a todos os três filmes antriores da série, não para somente fazer comparação, mas para ter uma noção geral da história dos personagens. E, inevitavelmente, o nível dos filmes foram caindo à medida que o tempo foi passado. Lá no blog eu fiz uma vistoria de todos os filmes e pelo visto você já percebeu que eu não gostei tanto desse último. Tem lá seus momentos divertidos, mas está longe do espírito do primeiro filme. Mas concordo em relação ao Harrison Ford, ele parece que nasceu para o papel.

  3. Nós concordamos bastante. Eu acho que gostei ainda mais justamente por que vi os outros filmes da série e sou fã confesso de todos, inclusive esse, que é entretenimento maravilhoso.

    Nota 8,5 [****]

  4. Indiana Jones é aventura descompromissada, para quem deseja ir ao cinema somente em busca de diversão. E nada mais. O roteiro faz uma mistura louca (arqueologia e extraterrestres), mas no resultado geral vale por conta do saudosismo que o personagem gerou na platéia que desejava seu retorno a bastante tempo.

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  5. “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” é, sim, uma ótima aventura, mas o roteiro do filme nunca chega a empolgar – o que é uma pena. O filme se sustenta por causa do carisma do personagem principal.

  6. Não vi porque fiquei de rever os três primeiros e o tempo passou e não deu. Jajá sai do cinema, vou deixar pra ver tudo no DVD mesmo!

  7. A mim não me desiludiu, bem pelo contrário. Indy está em forma e recomenda-se. Não é um filme perfeito, mas não desmerece a sua pesada herança. Terá um ou outro exagero na acção, mas a narrativa e as sequências são fluídas e acima de tudo é um óptimo divertimento.

    A minha classificação: 8/10.

    Abraço.

  8. Eu já estava super empolgada para ir ao cinema, porque conhecia os outros 3 filmes e sou fã. Vi algumas críticas negativas na net, mas decidi ver mesmo assim. Não me decepcionou mesmo. Agora, o filho dele é chatérrimo no filme, e pra quem é fã da série, tenho certeza que adorou ver a Marion de volta.

    Que bom que você gostou também. Um conselho: veja logo os outros! ;)

  9. O filme é exatamente igual aos outros. Os outros também tinham a sua parte de ‘explicação histórica’ e ‘aprofundamento dos personagens’, em caráter até maior do que neste quarto filme.

    Eu achei o contrário do que você disse… eu achei marcante e fenomenal, um dos cinco finalistas em Melhor Filme de 2008 que vou escolher lá em primeiro de janeiro, haha.

    Keep up the good work.

    P.S.: Fui ver ‘Control’ hoje. Fraquinho, fraquinho. Trilha maravihosa, though.

  10. a cate está muito caracterizada… o roteiro é confuso e cheio de dialogos imbecis proferidos por aquele amigo malucão do indy…. mas é sempre bom ver o cara de volta a ação… e o v tbm manda bem.. mas nada com o brilhantismo da primeira trilogia.. ou do primeiro filme que de tão perfeito nem precisava masi de sequencias…
    abraços!!!

  11. Tive uma opinião bem semelhante em relação a esse filme, Matheus. Como você colocou, certamente não é um trabalho memorável do Spielberg, mas traz a marca de sua direção sempre competente e é uma grande a ventura aos velhos moldes – e isso foi o principal aspecto para seu sucesso. Abraço!

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