Direção: Tom Kalin
Elenco: Julianne Moore, Stephen Dillane, Belén Rueda, Eddie Redmayne, Hugh Dancy
Savage Grace, EUA, 2007, Drama, 95 minutos, 18 anos.
Sinopse: Barbara Daly Baekeland (Julianne Moore) é uma mulher bonita e carismática. Mas isso não é suficiente para apagar o abismo de classes existente entre ela e seu marido, Brooks (Stephen Dillane), o herdeiro da fábrica de plásticos Bakelite. Quando Tony (Eddie Redmayne), o único filho do casal, nasce, essa delicada relação desaba. Tony é visto pelo pai como um fracassado e, conforme amadurece, se aproxima da solitária mãe.
A história da socialite Barbara Baekeland chocou o mundo. Além de ela manter relações sexuais com o seu filho, foi assassinada pelo mesmo. Com um material desse em mãos, um filme pode alcançar brilhantismos dramáticos, mas infelizmente não é isso que ocorre com Pecados Inocentes. O roteirista Howard A. Roman criou seu roteiro (baseado no livro Savage Grace, de Natalie Robins e Steven M. L. Aronson) de forma que a história não girasse em torno do tal caso incestuoso da protagonista com o filho e muito menos em torno do assassinato. Tanto, que esses acontecimentos só são apresentados quando o filme está se encaminhando para o final.
Na realidade, o roteiro quer trabalhar as personalidades de cada um dos personagens – temos a solidão complexa de Barbara, a mente confusa de Tony e a inconstância de Brooks. Por mais que seja muito nobre da parte do roteirista querer humanizar esses personagens para que no fim possamos entender o porquê dos acontecimentos, o tiro saiu pela culatra. Pouca dramaticidade se viu, a trama ficou completamente vazia e sem sentimentos e nem conseguiram o feito de fazer com que simpatizemos com os personagens.
Frio e distante, Pecados Inocentes tem uma estética muito boa. A começar pelo visual, muito bem cuidado. Sem falar dos belíssimos figurinos que já entram na lista dos melhores do ano. O que me incomodou muito na parte técnica do longa foi a trilha sonora de Fernando Velázquez. Totalmente inapropriada e incômoda, chegando em certos momentos ser até mesmo brega, ela tenta imprimir, junto com a direção de arte, uma aura cult que não existe no longa. As composições atrapalham determinadas cenas e um descanso para os ouvidos seria mais do que agradável para a história do longa. Filmado até de uma forma um pouco amadora, Pecados Inocentes desandou por causa do roteiro e da direção irregular de Tom Kalin – que não acertou no tom da história.
Como em diversos outros filmes no mundo do cinema, restou para o elenco a árdua tarefa de validar uma conferida no filme. Só que a única presença do longa que merece reconhecimento é a de Julianne Moore. Caso não tivesse uma Laura Brown de As Horas em seu currículo, a personagem Barbara Baekeland seria a mais complexa de sua carreira. Depois do filme de Stephen Daldry, Julianne participou de diversas produções péssimas (A Cor de Um Crime, Os Esquecidos e O Vidente são alguns exemplos). Por mais que dificilmente ela apresente um desempenho ruim nos filmes, ficou conhecida por ter a maldição do Oscar.
Todavia, Pecados Inocentes não deixa um saldo negativo em sua carreira. Ainda que a produção seja irregular, não chega a ser ruim, e o desempenho de Julianne Moore é o maior atrativo. Sem exageros e nem muito contida, Julianne extrai o melhor da personagem, apresentando um dos melhores desempenhos do longa. O garoto Eddie Redmayne, que interpreta o filho da protagonista, tem trabalho linear e sem maiores atrativos. Temos também participações de Belén Rueda (em ponta completamente esquecível) e Stephen Dillane (um pouco desperdiçado).
Talvez a exigência do espectador com a produção faça com que o julguemos de uma forma diferente. Sim, eu fiquei bem decepcionado com o resultado, o que me leva a expor opiniões completamente negativas em função da minha expectativa quanto a ele. Mas o fato é que se olharmos para o filme sem as expectativas, acabamos vendo um filme nada mais que mediano e fraco. Por isso, Pecados Inocentes não merece tanto massacre. Não é ruim, só ficou aquém do que poderia fazer. Porém, se a produção merece uma conferida é por causa de Julianne Moore e da parte técnica. De resto, é apenas mais um trabalho esquecível que aporta no Brasil.
FILME: 6.0
gostei muitooo do filmee…….mas tinha que ter mais cenas dela e o filhooo
Fraco, perdidamente sutil, com tentativas fortuitas de maiores complexidades.. Uma tentativa (não concluida) de exploração psicologica intensa, porem visualmente muito belo, e com cenas “para além” que prometeriam um filme denso e contestador.. Acho que o filme tenta, tenta…O figurino e a fotografia me agradaram.
O filme é horrível. Personagens exageradamente confusas, história sem sentido algum. Um filme que não acrescenta nada a ninguém. Nem é prazeroso nem tem nenhuma msg por trás. Não conseugui terminar de ver… Há uma cena muito chocante de incesto. Não recomendo!
O filme teve um resultado um pouco decepcionante, por causa dos pontos que você citou em seu texto: o roteiro, que foi um pouco mal trabalhado e a direção irregular. Só valeu mesmo pela Julianne Moore e os figurinos. PENA!
Muitíssimo obrigado por ter contado o final do filme e estragado o meu prazer de assistí-lo. Nunca mais visitarei este site.
Heim?????
Esse filme definitivamente não teve devida administração, visto que era um fato verídico, o roteirista se perdeu totalmente não sabendo expor de forma inteligente, mas sem perder o pudor, um fato extremamente delicado e informal, esse absurdo insesto é deplorável…Eu não entendi nada do contexto, do marido, da mulher e do filho doidinho, que transou com homens a vida toda e quando arrumou uma mulher o pai pegou e a outra mulher que ele teve era a mãe…afff resumindo o filme é uma merda…
Assisti ao filme neste final de semana. Na verdade, sempre que vejo no elenco Julianne Moore eu penso tratar-se de um filme, pelo menos, bom. E é o que vejo em “Pecados…”. Também esperei mais da trama e muito, mas muito mais da construção das personagens. De fato, não se pode muito bem entender, da maneira como foi mostrada aqui a história, o proquê das coisas se desenrolarem daquela forma. Faltou a justificativa do argumento. A bem da verdade, durante todo o filme achava que a grande influência negativa no garoto vinha da prepotência do pai. Daí a depressão, a opção sexual… enfim. Mas não. Ao final do filme, surge aquele envolvimento entre mãe e filho que nasce do nada. E para nada. Talvez somente para justificar o final …
De toda forma, vale a pena assistir. Ela é uma grande atriz.
Abraços
Thaïs
Matheus
Gostei muito da sua crítica ao filme. Adoraria que publicasse na vagalume.
Hugo, acho que a Julianne apresenta bom desempenho mesmo em tragédias como “O Vidente” e “A Cor de Um Crime”. O que ela precisa é justamente voltar a fazer aqueles grandes filmes que a consagraram anos atrás.
Pedro, nem achei que o filme tenha cenas chocantes. E o seu comentário é impecável – toda a dramaticidade do longa não funciona da devida maneira por causa do roteiro.
Robson, poucos têm conhecimento do longa. E como o resultado é bem fraco, o filme vai ser condenado ao esquecimento. E merecidamente.
Kamila, a única razão para se ver “Pecados Inocentes” é Julianne Moore mesmo, uma vez que o roteiro é bem fraco.
Vinícius, achei que o Eddie Redmayne está aceitável e nada mais.
Weiner, somos parecidos nesse ponto então! Mesmo com críticas horrorosas, nunca deixo de ver um filme que eu quero ver :P
Wally, a assistida só vale por causa da Julianne Moore!
Que pena que não correspondeu ás expectátivas. Mas pelo menos Moore deve estar bem. Quero vê-lo.
Ciao!
Não vi, mas este tipo de história polêmica costuma me arrastar fácil para um cinema, mesmo quando só deparo com críticas negativas – de vocês e da imprensa.
Abraço!
Acho que além da Julianne Moore, o Eddie Redmayne está muito bem, pois é um papel complicado na verdade. Mas realmente a condução da trama é um tanto decepcionante, visto que a história tinha muito mais a oferecer.
Matheus, sua opinião sobre “Pecados Inocentes” é bem parecida com as outras que li. O roteiro da obra é muito criticado, enquanto a Julianne Moore é destacada como única razão para se ver o filme.
Bom final de semana!
Eu não conhecia esse filme. Fiquei curisoo apesar da nota. Gosto de Juliane Moore, mas como disseram aí em cima, ela precisa escolher melhor seus trabalhos!
O filme tem cenas chocantes, mas o engraçado é que no contexto do fraco roteiro aquilo acaba não causando o impacto que deveria.
Julianne Moore é uma grande, que precisa melhorar um pouco suas escolhas, está na hora de trabalhar em outro grande filme.
Este filme citado eu não conhecia.