Coisas Que Perdemos Pelo Caminho

Direção: Susanne Bier

Elenco: Halle Berry, Benicio Del Toro, David Duchovny, Alison Lohman, Robin Weigert, Caroline Field, Sarah Dubrovsky

Things We Lost In The Fire, EUA, 2008, Drama, 105 minutos, 14 anos.

Sinopse: Audrey Burke (Halle Berry) está em choque com a notícia que acaba de receber: Brian (David Duchovny), seu marido, foi morto em um ato de violência o qual ele não tinha qualquer ligação. Audrey agora sente-se perdida e, por impulso, recorre a Jerry Sunborne (Benicio Del Toro), um amigo de infância do marido que é também viciado em drogas. Desesperada para preencher o vazio em sua vida que existe desde a morte de Brian, Audrey convida Jerry para morar no quarto anexo à garagem da família. Jerry atualmente está lutando para evitar as drogas e vê nesta oportunidade a chance de se recuperar de vez, já que passa a agir como se fosse o substituo de Brian na vida de Audrey e seus filhos.


Sou facilmente conquistado por filme sobre perdas. Por mais que alguns deles não sejam lá muito interessantes ou bem produzidos, sempre acabo gostando do resultado. E Coisas Que Perdemos Pelo Caminho se encaixa nessa minha avaliação. Não é um filme com atrativos significativos ou pontos dignos de maiores elogios, mas conseguiu ser suficientemente satisfatório para cair no meu gosto. O que marca o ápice da narrativa desse filme de Susanne Bier (indicada ao Oscar de filme estrandeiro por Depois do Casamaneto) são os bons desempenhos de Halle Berry e Benicio Del Toro.

Ela, depois de ganhar o seu merecido Oscar de melhor atriz – afinal ela esteve soberba em A Última Ceia -, só realizou desgraças sem precedentes. Na Companhia do Medo, A Estranha Perfeita e Mulher-Gato afundaram completamente a atriz e estragaram toda a sua reputação. Desacreditada, foi esquecida por seu desempenho em Coisas Que Perdemos Pelo Caminho. Tudo bem que não é atuação que fará o espectador perdoar seus erros indesculpáveis e muito menos chega perto da intensidade do momento que lhe rendeu o Oscar, mas ao menos Halle Berry começa a demonstrar que ainda está viva no mundo do cinema, e que ainda pode proporcionar bons momentos aos cinéfilos. E é o que acontece aqui. Já Benicio Del Toro sempre foi bom ator (ainda que eu discorde do prêmio que a Academia lhe deu de melhor ator coadjuvante) e ele acaba brilhando mais do que Halle, sendo o melhor em cena e o ponto mais positivo do filme. Ele definitivamente rouba a cena.

Coisas Que Perdemos Pelo Caminho não é poético nem profundo como o título indica, é até bem simples e pouco atraente. A dor dos personagens é trabalhada da forma mais acessível possível e isso acaba facilitando bastante a aceitação do público perante esse tipo de história, que normalmente costuma ser de difícil acesso. O interessante é que o roteiro não se preocupa em querer emocionar e muito menos passar mensagens.

Curiosamente, isso também acaba agindo como um defeito, já que a linearidade (junto com a falta de uma emoção maior e momentos mais memoráveis) em diversas vezes atrapalha o andamento do roteiro sem maiores momentos dramáticos. A película de Susanne Bier não machuca ninguém e não vai mudar o mundo dos dramas, só é um veículo para Halle Berry e Benicio Del Toro. Coisas Que Perdemos Pelo Caminho certamente vai achar seu público, pois é um filme de fácil digestão, mas não vai alto em minhas notas por causa disso, uma vez que prefiro aqueles dramas mais pesados e densos.

FILME: 7.0

3

12 comentários em “Coisas Que Perdemos Pelo Caminho

  1. Vale a pena ver pelo Benicio Del Toro.. Ele bom de mais.. não consigo me decepcionar com ele..

  2. Kamila, dessa vez devo discordar. Por mais que a diretora não invista em um romance entre os dois (eu achava que isso ia acontecer), os outros caminhos foram um tanto quanto previsíveis. Gostei mais das atuações do que de qualquer outra coisa.

    Otávio, antes de “Coisas Que Perdemos Pelo Caminho”, eu só havia gostado de um filme da Halle – “A Última Ceia”. Nem como a Tempestade em “X-Men” ela chamou minha atenção.

    Robson, comparada às outras interpretações da atriz pós-Oscar, essa é um grande avanço.

    Louis, vi um filme regular e só.

    Vinícius
    , ainda não tive a oportunidade de conferir o outro filme da Susanne Bier.

    Marcel
    , o título é bem enganador. Eu esperava algo mais profundo e poético…

    Sérgio
    , o filme valida uma conferida por causa dos dois atores.

    Pedro, o Del Toro é o ponto mais positivo do filme.

    Luciano, não achei o filme ruim. Apenas regular.

    Wally
    , concordamos nos nossos comentários =)

  3. Um bom filme mesmo, não pedindo mais dele. Prefiro “Depois do Casamento”, de Bier, muito mais envolvente e profundo. Este aí tem virtudes e defeitos. Em especial, destaco Benicio Del Toro, que na minha opinião entregou uma atuação intensa subestimada. Berry está bem, mas não vi muito, acho que se apagou ao lado de Del Toro.

    A mensagem que o filme passa é muito bonita, e apesar de fraco nas emoções em momentos e exagerar na melancólia, incluindo um estilo que me remeteu incansávelmente á 21 Gramas, é bom. E bom basta.

    Nota 7,0 [***]

    Ciao!

  4. Não gostei desse filme. A direção da Bier é muito apelativa (nada comparado ao trabalho anterior) e, se o roteiro não faz das tripas coração para emocionar, parece que toda essa carga foi deixada para trilha (um Santaolalla que não convence muito) e principalmente direção.

    Desde A Última Ceia não consigo gostar mais da Berry. Nesse filme achei que veria algo de valor e me decepcionei, já Del Toro faz (muito bem) sua parte. Numa coisa eu concordo com você: “certamente vai achar seu público, pois é um filme de fácil digestão”.

  5. Parece ser um pouco interessante, mas ainda não estou muito empolgado para conferir este filme..

    Quem sabe em breve.. adoro o Del Toro

    vlws abraço !

  6. Ainda não vi Depois do Casamento, mas desse eu não gostei. É o tipo de filme que promete muito para o material que possui, com um título desses esperava pelo menos um filme melhor. Pra mim o que tem de bom mesmo é o Del Toro.

  7. Apesar de ser mediano e inferior ao filme anterior de Susanne Bier, vale pelas ótimas atuações, especialmente do Benicio Del Toro – e também concordo quanto à Halle Berry, ela está de volta!

  8. Achei esse filme bem esquecível e sem brilho algum. Quer tanto fugir de cliches que acaba se tornando opaco

  9. Eu acho que faltou algo mais e concordo quando diz que não é tão poético quanto sugere o nome e a sinopse. No entanto, discordo quando diz que Halle Berry está com bom desempenho, eu acredito que ela ainda deixa a desejar. Não está ótima, está regular, somente. Mas é um bom filme que sabe atingir quem o assiste.

    Também dei três estrelas.

  10. Eu não costumo gostar dos filmes estrelados pela Halle Berry (com exceção de X-MEN e X2).

    Vou esperar pelo DVD. Aliás, já está em DVD? Estou perdidinho da Silva…

    Abs!

  11. O melhor desse filme, na minha opinião, é o roteiro e a direção de Susanne Bier. Não fui tão conquistada assim pelas atuações de Halle Berry e Benicio del Toro, mas adorei a maneira única com que o filme aborda a perda. O filme não segue caminhos óbvios e se preocupa mais em analisar a vontade de superar a perda pela vontade de se agarrar naquilo que a pessoa que partiu mais adorava – no caso, a família e o melhor amigo.

Deixar mensagem para Kamila Cancelar resposta