Melhor Ator
– Forest Withaker, por O Último Rei da Escócia –
O ator Forest Whitaker conseguiu um grande feito no excelente O Último Rei da Escócia. Durante boa parte do filme, ele é uma figura encantadora e magnética, atraindo completamente o espectador. Aos poucos, vai se tornando em alguém perigoso e irracional, que se revela um verdadeiro perigo. Interpretações mutantes como essas são difíceis de se achar, e esse estilo me agrada particularmente. Por esse motivo, Whitaker leva o meu prêmio de melhor ator do ano. Fica claro que o filme não é totalmente dele, afinal James McAvoy fez um brilhante trabalho, mas o maior destaque acaba sendo ele. Premiado com o Oscar e o Globo de Ouro, entre outros, Forest Whitaker foi bastante elogiado, mas seu filme não teve maior destaque porque não se saiu muito bem entre a crítica e o público. Como adoro O Último Rei da Escócia, é impossível eu ficar indiferente ao ótimo trabalho do ator.
OUTROS INDICADOS:
Wagner Moura, por Tropa de Elite. Se pedissem para eu escolher a maior revelação nacional do ano, não pensaria duas vezes: Wagner Moura. Além de ter feito um bom trabalho naquela pavorosa novelinha da Globo, celebrou a vitória em Saneamento Básico. Mas foi com Tropa de Elite (filme celebrado em excesso, na minha opinião “do contra”) que ele se firmou como um dos melhores, se não o melhor, ator de sua geração. Ele vai muito além dos gritos que seu personagem exige ou das cenas pesadas; ele consegue trazer verossimilhança para o personagem, que se torna cada vez mais interessante, especialmente nas memoráveis narrações em off. Pena que eu não gostei tanto do filme.
Peter O’Toole, por Vênus. É inegável que Peter O’Toole apresentou uma ótima interpretação em Vênus. Apesar do visível desgaste físico, conseguiu surpreender com uma minimalista atuação. Pena que ela esteja em um filme tão monótono e fraco, onde o roteiro não envolve. O’Toole dá o melhor de si, assim como o resto do elenco (destaque para Jodie Whitaker). Ele consegue dar muita humanidade a esse personagem solitário, confuso e complexo. Gosto bastante do seu estilo de interpretar, mas o fato de eu não ter gostado do filme, acabou influenciando minha opinião em relação ao desempenho. Um trabalho competente e surpreendente para a idade do ator.
Patrick Wilson, por Pecados Íntimos. Muito se falou dos desempenhos de Kate Winslet, Jackie Earle Haley e até mesmo de Jennifer Connelly, mas quase ninguém parece ter gostado do desempenho de Patrick Wilson, a não ser eu. Para quem tinha feito trabalhos completamente inexpressivos como O Fantasma da Ópera, Patrick Wilson conseguiu se superar, mantendo-se no mesmo nível de excelência de atuação dos que seus companheiros de tela. Seu estilo não é baseado em choros, sotaques ou maneirismos, mas em silêncios contidos e olhares observadores. Pena que não conseguiu espaço nas premiações, pois certamente era merecedor de uma indicação.
Tommy Lee Jones, por No Vale das Sombras. O desempenho de Tommy Lee Jones é o maior acerto do novo filme de Paul Haggis. A princípio ele pode não convenver muito mas, na medidada em que o tempo avança, acabamos nos envolvendo com sua emoção contida e com sua vontade de encontrar o verdadeiro culpado pela morte do filho. É a melhor interpretação do longa e as maiores chances do filme para conseguir alguma indicação nas futuras premiações. Acredito que ele chegará ao Oscar, pois seu trabalho é muito merecedor. Teria mais força se o papel fosse mais humano e tivesse uma dimensão dramática maior.
Outros destaques de 2007: James McAvoy (O Último Rei da Escócia), Leonardo DiCaprio (Diamante de Sangue), Matt Damon (O Ultimato Bourne e O Bom Pastor)Michael Shannon (Possuídos), Richard Gere (O Vigarista do Ano), Will Ferell (Mais Estranho Que a Ficção) e Will Smith (À Procura da Felicidade).