Filmes em DVD

Seven – Os Sete Crimes Capitais, de David Fincher
Com Morgan Freeman, Brad Pitt e Gwyneth Paltrow

Aqui está um ótimo exemplar de filme de serial killer que nunca desanda nem parte para situações absurdas ou para maiores bobagens. Ainda que a trama seja linear e pouco surpreendente (com exceção do inteligente e memorável desfecho) deixa o espectador intrigado porque utiliza uma boa idéia para desenvolver a história. Brad Pitt está um pouco irregular e Gwyneth Paltrow mal aparece, mas as presenças de Morgan Freeman e Kevin Spacey compensam tudo. A excelente montagem foi indicada ao Oscar, mas não levou. Seven – Os Sete Crimes Capitais não é nem de longe o melhor filme do David Fincher, mas mesmo assim não deixa de ser um excelente entretenimento.
FILME: 8.0

Cassino, de Martin Scorsese
Com Robert De Niro, Sharon Stone e Joe Pesci

Scorsese tem um grande público e eu sempre tentei me encaixar no seu grupo de fãs, mas em vão. O estilo do diretor realmente não consegue me conquistar. Foi assim com Os Infiltrados e agora com esse Cassino. O estilo de direção e a longa duração foram decisivos para que eu não adorasse esse filme, que vale mais pelas ótimas interpretações. Robert De Niro está perfeito no papel e Sharon Stone brilha completamente (em especial nos momentos iniciais, ondeconsegue hipnotizar com sua beleza), que concorreu ao Oscar de Atriz, e que só não levou justamente por ela ser uma coadjuvante na história. A direção de arte também é muito competente, mas o modo de contar histórias do diretor não ajudou muito. Cassino é um filme satisfatório, bem produzido e que, com certeza, deve agradar os fãs do diretor.
FILME: 7.5

A Casa-Monstro, de Gil Kenan
Com as vozes de Steve Buscemi, Maggie Gyllenhaal e Jon Heder

Foi o desenho preterido das premiações ano passado. Os outros dois indicados (Carros e Happy Feet) faturaram ao mênos algum prêmio cada, mas A Casa Monstro não. Uma injustiça, já que o filme tem o mesmo nível de originalidade que os outros dois, do qual não gosto muito (Carros é longo demais e Happy Feet um pouco estranho). Partindo de uma premissa bem nostálgica, A Casa Monstro consegue ter personagens bem simpáticos e divertidos. Apesar de escorregar nos momentos finais, onde se perde e exagera um pouco na resolução da trama, a animação consegue ser bem agradável. Não tanto para crianças, pois é cheio de explosões, sustos e outras coisas que devem assustá-las. É uma animação que vale mais pela originalidade, mas nem tanto pelo visual.
FILME: 7.5

Traffic, de Steven Soderbergh
Com Michael Douglas, Catherine Zeta-Jones e Benicio Del Toro

O tema já é batido e a estrutura é convencional. Porém, esses defeitos não são o que tornam Traffic um filme meramente banal, e sim a sua excessiva duração e a falta de ritmo. A trama é simples e não eram necessárias mais de duas horas e meia para desenvolvê-la. Não consegui ficar muito interessado pelo enredo, pois ele parece ser uma variação de tantos outros filmes sobre o tráfico de drogas. No entanto, dois aspectos salvam o filme. O primeiro é a excelente direção do Steven Soderbergh, que, merecidamente, ganhou o Oscar de diretor por seu trabalho. O segundo é o elenco, todos ótimos. Traffic pode ser longo e nada original, mas não deixa de ser um satisfatório entretenimento com conteúdo e bem produzido. Ah, e será que só eu achei o Oscar de coadjuvante pro Benicio Del Toro injusto? Não vi nada demais na interpretação dele…
FILME: 7.5

Rent – Os Boêmios, de Chris Columbus
Com Anthony Rapp, Adam Pascal e Rosario Dawson

O gênero musical é um dos mais dificeis do cinema contemporâneo e são poucos os que realmente conseguem criar um querido público. Infelizmente, Rent – Os Boêmios está na safra dos musicais que não conquista praticamente ninguém e que peca por não ser inventivo e muito menos empolgante. O mais engraçado de tudo é que as músicas são ótimas, as coreografias estão em plena sintonia e o filme tem momentos muito agradáveis. Porém, o erro parece ser que faltou alma nesse projeto que fica sempre “prometendo” mais e nunca chega a lugar algum. Não achou seu público aqui no Brasil e, provavelmente, nem deva encontrar.
FILME: 7.0

Túmulo Com Vista, de Nick Hurran
Com Brenda Blethyn, Alfred Molina e Christopher Walken

Enquanto assistia Túmulo Com Vista, lembrei bastante de outra comédia chamada A Morte Lhe Cai Bem. Ambos os filmes satiririzam a morte e possuem os mesmos tipos de defeitos e qualidades. Deixe de lado o criticismo com aburdos e exageros. Assim, você conseguirá obter o melhor dessa produção satisfatória e que prima pelo ótimo elenco que possui, em especial a ótima Brenda Blethyn. Divertido, Túmulo Com Vista é uma comédia para poucos, principalmente por causa de seu humor negro – que, como na maioria das vezes, dificulta a aceitação.
FILME: 6.5

Meu Amor de Verão, Pawel Pawlikowski
Com Emily Blunt, Nathalie Press e Paddy Consindine

Histórias de amor homossexual são um problema. Até hoje não achei nenhum filme que realmente me conquistasse sobre esse assunto. E olha que já vi coisas bizarras do gênero, como o italiano Um Amor Quase Perfeito. Então, assisti Meu Amor de Verão com um pé atrás, mas com fé na interpretação da boa Emily Blunt. Não conferi nenhum repeteco nem nenhuma bobagem e sim uma história completamente rasa e esquecível. Nathalie Press e Emily Blunt estão excelentes, mas, novamente, vi uma história de carência afetiva e não de amor. Tem alguns momentos inventivos e bons diálogos, mas é tudo muito frio e vazio (culpa também da falta de trilha sonora).
FILME: 6.0
A Vida Secreta das Palavras

[De Isabel Coixet. Com Sarah Polley, Tim Robbins e Julie Christie]
Existem certos diretores que possuem uma marca registrada. Almodóvar tem sua temática feminina, Tim Burton tem sua excentricidade, e por aí vai. Alguns diretores pouco conhecidos também já tem suas características marcantes, e Isabel Coixet pertence a esse grupo. Apesar de esse ser apenas seu segundo filme (o anterior foi o tocante Minha Vida Sem Mim), ela já demonstrou que suas produções possuem algo que é raro de se encontrar nos dias de hoje: uma sensibilidade dramática única. Seus filmes não são tão espetaculares assim, pois parecem lineares demais e presos às “regras” do gênero, mas a diretora consegue tornar tudo muito humano, muito real, principalmente em seus diálogos. Depois de Minha Vida Sem Mim, Coixet retoma a parceria com a atriz Sarah Polley nesse A Vida Secreta das Palavras, que continua demonstrando todo o talento dramático da diretora para contar histórias intimistas e tristes. Esse seu segundo trabalho é menor e menos drmático que o anterior, mas mesmo assim muito satisfatório pra quem aprecia o estilo. Sarah Polley realiza ótimo trabalho, dando um show de atuação, por exemplo, na parte em que mostra as cicatrizes de seu corpo. Tim Robbins, ainda que estranho, também não fica atrás. A Vida Secreta das Palavras é um ótimo drama, só faltava ter inovado um pouco mais na sua estrutura previsível.
FILME: 7.5

Treze Homens e Um Novo Segredo

A palavra chave para definir Treze Homens e Um Novo Segredo é entretenimento. Eu não gostava muito dos volumes anteriores (o primeiro é apenas divertido e o segundo é monótono), mas acabei gostando bastante desse, que conseguiu dar uma boa repaginada no visual da série: tudo ficou mais elegante, pop e atraente. A diversão também é muito maior, pois o golpe que a equipe de Danny Ocean (George Clooney) tem que realizar nesse filme é muito mais interessante.
O elenco continua ótimo, mas esse conta com uma aquisição: Al Pacino. Ele consegue roubar completamente a cena, ofuscando todo o resto do elenco, em um impecável papel. Treze Homens e Um Novo Segredo nada mais é que isso, uma diversão. Nada de novo ou brilhante, apenas um passatempo de luxo, que se torna a melhor opção atualmente nas locadoras nesse quesito.
A ótima trilha sonora também merece destaque, pois sincroniza muito bem com todo o ótimo clima da história. No ano em que os terceiros volumes foram decepcionantes (Shrek, Homem Aranha, Piratas do Caribe), Treze Homens, assim como O Ultimato Bourne, fugiu à regra. Ainda que longo, trabalhando pouco seus personagens e um meio preso aos típicos rumos desse tipo de história, foi uma boa surpresa do ano passado.
FILME: 8.0


Identidade Roubada

[Direção de Ann Turner. Com Susan Sarandon, Emily Blunt e Sam Neil.]
Certos atores não merecem os filmes que fazem. Mas pensando bem, merecem sim! Quem manda se meterem em grandes bobagens? Susan Sarandon vem se mostrando uma especialista nesse assunto, nos últimos tempos. Apesar de nem ter tantas tragédias em seu currículo, ela vem se tornando cada vez mais esquecida no cinema, o que leva a atriz a aceitar participar de grandes porcarias como esse Identidade Roubada. Partindo de uma história totalmente clichê (uma mulher tentando provar que não está louca e que realmente alguém está tramando contra ela), o filme é completamente monótono, repetitivo e até mesmo ridículo. Alguém pode me explicar o que foi a Susan Sarandon sendo atacada por um enxame de abelhas? E a luta (sim, luta! daquelas de empurrão e pontapés) final com a Emily Blunt? Cenas assim desmoralizam qualquer ator e num filme horrível então, nem se fala. Sarandon está muito esforçada, mas infelizmente ela não conseguiu segurar as rédeas dessa grandes desgraça, que perde completamente o rumo nos momentos finais, especialmente na resolução. Sem dúvida alguma é um dos piores filmes já lançados diretamente em DVD. E olha que o filme até podia ter ido para o cinema, principalmente por causa do nome de Emily Blunt, que recém havia lançado um certo sucesso chamado O Diabo Veste Prada. Mas certo estava quem poupou o público dessa bomba. Se você quiser continuar com a imagem de uma Susan Sarandon que sabe escolher seus projetos, passe longe de Identidade Roubada.
FILME: 3.0
