Três atores, três filmes… com Bruna Berlitz

tresbrunaberlitzDesde que se conhece por gente, a Bruna Berlitz sempre foi apaixonada por audiovisual. “Minha mente estava constantemente em outro lugar, em histórias que criava na minha cabeça, e nos filmes e desenhos que assistia”, conta. Foi a comunicação, no entanto, que trouxe algumas das suas maiores realizações: atuando na área há mais de seis anos, a Bruna já atuou como cinegrafista, editora de vídeo, produtora de conteúdo e gestora de redes sociais. Ela tem um perfil no Instagram em que fala sobre cinema, e a minha dica é acompanhar, pois tem dica pra todo mundo, dos filmes cults aos filmes pro provão. As escolhas da Bruna para a coluna traduzem, claro, essa proposta plural, com menções tanto a ícones como Audrey Hepburn e Anthony Hopkins quanto a um nome da nova geração, no caso, Lupita Nyong’o. Boa leitura!

Anthony Hopkins (Meu Pai)
Um ator que dispensa apresentações. Mesmo sendo uma escolha óbvia, achei necessário pontuar. Principalmente nesse filme, que me fez chorar, e sentir toda a dor e confusão que o personagem tem de lidar. Um dos retratos mais tristes, e mesmo assim verdadeiros, sobre o alzheimer e a velhice. No qual Anthony retrata de forma muito digna e respeitosa. Toda a teimosia, raiva, tristeza, solidão, e outros sentimentos dão vazão nessa interpretação, que busca nos colocar no lugar de quem não se sente em casa, nem mesmo em sua própria moradia. Um filme que lida com o tempo-espaço de uma maneira muito interessante, e mostra o quanto é desesperador não poder confiar nem mesmo na sua própria mente.

Audrey Hepburn (Um Clarão nas Trevas)
Eu não poderia começar essa lista sem citar a minha queridinha, Audrey Hepburn, que além de ter sido um ser humano incrível, foi uma atriz fenomenal. Que marcou a minha entrada aos filmes clássicos, pois o primeiro que assisti foi um dos seus filmes mais famosos e icônicos, Bonequinha de Luxo. Mas a atuação que destaco de toda sua filmografia, e que considero no meu top 3 aqui, é do filme Um Clarão nas Trevas (1968). Nele, Audrey interpreta uma mulher cega que tem sua casa invadida por criminosos. Entregando uma atuação digna de uma de suas 5 indicações ao Oscar, que foi bem marcada pela complexidade do papel. Sendo um filme que trabalha muito a questão da emoção de cada personagem, e das situações caóticas em cena, ainda mais pelo fato de se passar em um único ambiente. O nervosismo que sentimos está completamente ligado à entrega de Hepburn, que se compromete em retratar o desespero da situação. De uma das formas mais impressionantes que já vi, trazendo com sua atuação o sentimento de claustrofobia e determinação em sobreviver. Suas emoções vão das mais calmas, até as mais horripilantes. Transmitindo um misto de insegurança e ferocidade de uma forma sem igual.

Lupita Nyong’o (Nós)
Lupita é uma força da natureza que eu poderia exaltar pra sempre, mas a sua atuação em Nós (2019) é algo que me apavorou por um bom tempo. Em um filme de um dos meus diretores preferidos, ela brilha com uma atuação visceral, através de uma narrativa complexa e profunda. Atingindo a essência do terror em vários nuances, pois cada vez que penso sobre esse longa percebo diferentes camadas. Lupita consegue transitar por extremos: da felicidade em ser uma mãe de férias com a família; do pavor de ter sua casa ameçada por estranhos; da bizarra e expressiva doppelganger de uma mulher; do absoluto caos e crítica social que se esconde nesse suspense, no qual ela interpreta maravilhosamente a dualidade. Em um estudo sobre como nós nos comportamos em sociedade, diante de privilégios e injustiças, Lupita se destaca como o veículo e símbolo humano nessa disputa.

Deixe um comentário